Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

A voz do nosso pároco

6º. Domingo do Tempo Comum – Ano A – 13 de fevereiro de 2011.
Textos:Eclo 15, 16-21; Salmo 118; 1Cor 2,6-10; Mt 5, 17-37


Irmãos e irmãs:


JESUS MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO!


A primeira leitura é do livro do Eclesiástico, capítulo 15, versos 16-21. Ele faz parte de um grupo de Livros da Bíblia cuja espinha dorsal é a «sabedoria». A «sabedoria», conjunto de ensinamentos oriundos da experiência prática, nas culturas antigas tem por objetivo oferecer condições para que os que têm fé possam saber lidar com os diversos desafios no dia-a-dia; ela tem, portanto, uma espécie de «olhar catequético» também. Sábio é quem sabe lidar de modo inteligente com os seus afazeres e com as outras pessoas, seja membros da sua família, ou pessoas das mais variadas condições sociais. Não basta conhecer a Palavra de Deus, mas é preciso traduzir em obras concretas a Palavra Dele na comunidade e na sociedade.

O capítulo 15 desse livro da Bíblia nos ensina que quem observa a Lei adquire sabedoria. «Quem teme a Deus faz estas coisas; quem observa a Lei, adquire a Sabedoria» (15, 1). A Sabedoria é comparada como uma espécie de «mãe» que ama incondicionalmente os filhos; ela é como uma espécie de «pão» que alimenta e dá força. Mas, a Bíblia recomenda que para alcança-la é preciso ter juízo e quem não tem bom-senso na vida jamais alcançará sabedoria. «Os insensatos não a alcançarão, mas os ajuizados se encontrarão com ela» (15, 7). Não se pode ser conivente com o erro. «Quem teme a Deus não pode aceitar o erro» (cf. 15, 13).

Mas, a leitura começa nos falando da liberdade. «Se quiseres observar os mandamentos... Se confias em Deus» (v. 16-a-b). Deus não só nos deu a Lei, mas também nos deu liberdade para fazermos escolhas. «Desde o princípio Deus criou o ser humano e o entregou às mãos do seu arbítrio» (v. 14). Escolher e aceitar a «vontade de Deus» é escolher a vida. «Pois reta é a palavra do Senhor e tudo o que Ele faz merece fé» (Sl 32, 4). Rezemos para que sejamos firmes na fé e na participação na comunidade para que possamos cumprir a vontade de Deus e a sua lei! (cf. Salmo 118, 5).

Paulo, na segunda leitura, dirigida à comunidade de Corinto também trata da «sabedoria». Paulo nos diz que há uma sabedoria humana e uma sabedoria que vem de Deus. Ele diz que a sabedoria humana parece ser clara que conduz muitas vezes para a destruição; mas, a sabedoria de Deus é uma sabedoria escondida. Os pensamentos de Deus são diferentes dos pensamentos humanos. «Falamos, sim, da misteriosa sabedoria de Deus, sabedoria escondida, que desde a eternidade Deus destinou para nossa glória» (v. 7).

No Novo Testamento a carta pastoral de Tiago e as cartas de Paulo aprofundam o assunto sobre a sabedoria. Paulo critica uma sabedoria só «de discurso» como sendo um sinal de sabedoria espiritual contrapondo à sabedoria de Deus que nos deu Seu Filho e o entregou ao completo «esvaziamento» («Kenósis») na cruz. Para a sabedoria humana isso parece «loucura e fraqueza» (cf. 1Cor 8, 2ss; Rm 5, 5.8; Rm 8, 32.35-38). Paulo já nos ensinou no domingo passado. «Quando fui à vossa cidade anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri a uma linguagem elevada ou ao prestígio da sabedoria humana. Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado (1Cor 2,1-2). Para Paulo toda a sabedoria de Deus aponta para Jesus Cristo e é só no Espírito Santo que passamos ter esse entendimento. «A nós Deus revelou esse mistério através do Espírito. Pois o Espírito esquadrinha tudo, mesmo as profundezas de Deus» (v. 10).

No Evangelho Jesus nos ensina e aprofunda o «Sermão da Montanha». Ele veio para dar plenitude e sentido da Lei e dos ensinamentos proféticos. «Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir» (v. 17).

A primeira interpretação que Jesus nos oferece é sobre o mandamento «Não matar» (Ex 20, 13). Para Jesus Deus quis ensinar que não é só errado matar fisicamente, mas é errado também desejar a morte dos outros. O desejo de vingança causa um tipo de «morte espiritual ou moral». Jesus faz, portanto uma nova reformulação para compreender o mandamento. «Todo aquele que tratar seu irmão com raiva será acusado perante o tribunal; quem disser ao seu irmão ´imbecil` será acusado perante o sinédrio; quem chamar seu irmão de ´louco´ será condenado ao fogo do inferno» (v. 22).

A segunda interpretação só sobre o mandamento contra o adultério (cf. Ex 20, 14). Para Jesus ter a intenção de pecar já pecado. «Todo aquele que olhar para uma mulher com desejo de possuí-la, já cometeu adultério com ela em seu coração» (v. 28). Associado a esse mandamento Jesus o liga a outra interpretação realizada por Moisés como mostra o livro do Deuteronômio 24,1ss: «Quem despedir sua mulher dê-lhe um atestado de divórcio». Para Moisés o único motivo para uma separação e extinção da sacralidade do matrimônio é o adultério cometido pela mulher que ele compara a uma «prostituta» ou «porneia» no sentido usado em At 15,20 quando o Concílio de Jerusalém reuniu todos os apóstolos e recomendaram os cristãos das comunidades para que evitassem qualquer tipo de «união ilícita». Mas para Jesus a «separação» em si causa mais malefícios do que benefícios. A «separação» em si mesma faz a mulher adulterar e no final das contas o próprio homem. Querendo corrigir um erro acaba se cometendo outro pior ainda: tanto a mulher como o homem acaba tornando-se uma espécie de «prostitutos». Jesus quis revelar o sentido do casamento como um pacto de amor e fidelidade.

Finalmente, a terceira e nova interpretação que Jesus revela: sobre o juramento. «Não jurarás falso, mas cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor» (Lv 19,12; Nm 30,3). Para Jesus é preciso sempre ser verdadeiro diante de Deus.


Irmãos:

As leituras deste domingo tem uma finalidade: abrir nossos olhos para ver como Deus age em nossa humanidade permitindo nos fazer compreender a lógica Dele. Ele tem poder de nos salvar do pecado. Quase sempre está presente dentro de nós uma tendência forte a nos fechar em nós mesmos e no egoísmo e quando isso acontece ocorre um tipo de fechamento da alma que se afasta da experiência infinita de salvação oferecida por Deus.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 13/2/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross