Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

NASCE NEWS.VA, SITE INFORMATIVO DA SANTA SÉ

Agrega conteúdos informativos dos meios de comunicação vaticanos


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 27 de junho de 2011 (ZENIT.org) - News.va, o novo site para encontrar, de maneira fácil, as informações dos diversos meios de comunicação do Vaticano, foi apresentado hoje na Sala de Imprensa da Santa Sé.
“Estamos entrando em um novo momento da comunicação graças a um Papa que fez a comunicação vaticana dar passos enormes”, explicou o arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, durante a coletiva de imprensa.
Explicando a entrada do Vaticano no Facebook e em outras redes sociais, o prelado italiano recordou que Bento XVI disse: “Quero estar presente onde os homens se encontram”.
Intervieram na apresentação, além de Dom Celli, o Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé; Gian Maria Vian, diretor do jornal vaticano L'Osservatore Romano; o fundador e diretor executivo da agência digital espanhola 101, que colabora na realização do projeto; e o oficial do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, Thaddeus Jones.
News.va não é um novo jornal ou órgão informativo, e sim uma plataforma digital que permitirá encontrar as notícias publicadas por meios como o L'Osservatore Romano, o Vatican Information Service (VIS), a agência missionária da Santa Sé, Fides, a Rádio Vaticano, o Centro Televisivo Vaticano, com conexões multimídia de áudio e vídeo, ao vivo (streaming) ou a pedido (on demand).
Será Bento XVI quem clicará em um tablet para publicar online News.va, na tarde de 28 de junho, isto é, na véspera da festividade dos santos Pedro e Paulo, a festa do Papa. Não será um ato público, mas logo depois poderão ser vistas as fotos e filmagens do evento.
“O site – explicou Dom Celli – não tem uma linha editorial específica: toma simplesmente o que já escreve ou comunica o jornal L'Osservatore Romano, a Rádio vaticano e outras fontes de informação da Santa Sé. Todos os meios conservam sua autonomia e identidade, que serão evidentes na apresentação das principais notícias oferecidas por eles ao portal. Os direitos de autor serão dos meios e não do novo site.”
News.va funcionará com servidores capazes de aceitar, ao mesmo tempo, uma enorme quantidade de visitas, ou seja, poderá suportar picos de milhões de conexões. No que se refere aos custos, Dom Celli indicou que ainda não tem os números definitivos, mas estes estarão à disposição, pois não há nada a ocultar.
Quanto ao atual site do Vaticano, www.vatican.va, indicou o prelado, ele não desaparecerá e conservará intacta, ainda que potencializada, a missão que lhe foi confiada: colocar à disposição o magistério do Santo Padre em suas várias formas. Desde o início, foi um site de documentos e assim continuará sendo, operando em sintonia com o novo portal.
As notícias do News.va se referem às atividades e intervenções do Santo Padre, os pronunciamentos dos dicastérios da Santa Sé, bem como aos mais importantes eventos do mundo ou a situações relacionadas às várias Igrejas particulares.
“A presença da Santa Sé no campo da comunicação tem uma história respeitável – recordou Dom Celli. Basta pensar no L'Osservatore Romano, que está comemorando seus 150 anos, ou na Rádio Vaticano, que há pouco recordava seus 80 anos de atividade.”
O site, pelo menos nos primeiros meses, estará somente em dois idiomas: inglês e italiano. Depois do verão boreal, será retocado e se abrirá outro idioma, talvez o espanhol, ainda que a vontade é que funcione também em francês e português.
Fonte: http://www.zenit.org/article-28328?l=portuguese (Acesso 29/06/2011 às 20h31)

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pedro e Paulo: colunas da Igreja


A celebração da Solenidade de Pedro e Paulo nos dá ocasião para aprofundar o nosso amor à Igreja e a nossa missão aos povos. Em ambos vemos a nossa missão de discípulos missionários.
Pedro e Paulo aparecem como anunciadores do Evangelho para os povos, fundadores de comunidades cristãs e testemunhas de Cristo até o martírio. A festa de hoje associa-os na fé em Cristo e na fundação da Igreja de Roma. Com especial atenção e alto valor teológico, o autor dos Atos dos Apóstolos enfatiza a sintonia entre Pedro na prisão e a comunidade cristã (At 12,1-11, primeira leitura): "Da Igreja subia fervorosamente a Deus uma oração por ele" (v. 5). A libertação milagrosa de Pedro da prisão o torna, então, livre para outros horizontes missionários.
São Paulo, na prisão, faz um balanço de sua vida (2Tm 4,6-8.17-18, segunda leitura), dá graças ao Senhor que esteve perto dele e deu-lhe força para que ele pudesse "levar a cumprimento o anúncio do Evangelho a todos e as gentes o aceitassem" (v. 17).
O serviço missionário de Pedro, dos apóstolos e de todos os cristãos funda, necessariamente, as raízes na experiência de uma chamada e correspondida no amor. "Eu sei em quem eu confiei", afirma Paulo, sem hesitação (2 Tm 1,12). Pedro vai gradualmente crescendo na confiança e no abandono ao seu Mestre. Pedro vai além da opinião corrente, para acolher a novidade de Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (v. 16). Essa resposta ultrapassa a compreensão humana (da carne e do sangue), porque é o resultado de uma revelação do Pai (v. 17). Então, Jesus, em um clima de profunda abertura, revela a Pedro e aos outros discípulos o seu projeto para uma nova comunidade, sua Igreja, que vai durar para sempre (v. 18). Depois da paixão e morte de Cristo, a fé de Pedro, em Cristo, é total: "Senhor, Tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo" (Jo 21, 17).
Apesar das dificuldades e resistências contra esses textos de Mateus e João, o plano de Jesus em relação à Igreja subsiste no tempo, de acordo com a tradicional interpretação das três metáforas: a pedra (v. 18), as chaves (v. 19) e o binômio ligar-desligar (v. 19), que são a confirmação pós-pascal a Pedro do seu serviço de apascentar, no amor, o povo da nova aliança (cf. Jo 21,15 s). Para Jesus, que é  "o Senhor e o Mestre" (Jo 13, 14), que "não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida" (Mateus 20, 28), a autoridade é dada a Pedro e à Igreja para um serviço ao povo de Deus, em uma diaconia do amor sem fim.
O Concílio nos dá a dimensão teológica e missionária desse projeto: "Em cada época e toda nação é agradável a Deus aquele que o teme e age com justiça (cf. At 10, 35). Mas Deus quer santificar e salvar os homens, não individualmente, e sem qualquer vinculação mútua, mas quer transformá-lo em um povo "(LG 9). De fato, "a Igreja peregrina é missionária por natureza" (AG 2). Porque "existe para evangelizar" (EN 14). Não é secundário o fato de que Jesus fale de seu projeto estando presente em um território pagão (região de Cesaréia de Filipe), em um contexto geográfico semelhante ao da mulher cananeia: esses fatos narrados por Mateus demonstram o caráter universal da missão de Cristo e da Igreja.
A liturgia deste dia nos convida a refletir sobre a fidelidade e testemunho dos dois pilares da Igreja. Pedro mostra-nos as chaves do reino, primeiro príncipe dos apóstolos. Ouvir a sua confissão, que agora pertence a nós como seguidores da mesma fé. Sentimo-nos como a fonte da nossa alegria pertencer a Cristo, a fonte da qual ele bebeu a mesma fé, o compromisso de também nos colocarmos como testemunhas. É também um dia de ação de graças a Deus, a Cristo Jesus pelos seus apóstolos, os fundadores da Igreja, nossa mãe. O que há para dizer na história da Igreja até os nossos dias, quando se vive um percurso onde as fragilidades humanas foram suplantadas pela força do Espírito. Quando em nossas escolas, universidades e livros a história é escrita excluindo a colaboração dos cristãos e até mesmo condenando a missão da Igreja, este momento de nossa liturgia é a hora de, mesmo reconhecendo as fragilidades históricas de nossas comunidades, olharmos com confiança para a missão desempenhada pelos seguidores de Cristo na construção da civilização do amor.
Temos a certeza de que ainda estamos apoiados sobre a rocha, que é o próprio Cristo, e sobre a Pedra, que é a fé do Apóstolo Pedro e de seus sucessores, e hoje do Romano Pontífice, o Papa Bento XVI. As portas do inferno, mesmo quando se manifestaram com violência contra nós, não prevaleceram. A promessa de Cristo é realizada em sua plenitude. A história de Pedro, no início fraco, arrogante e com medo, se torna depois corajoso e sem medo de dizer a verdade e a morrer como testemunho da sua fidelidade a Cristo. Isso se tornou substancialmente a história de nossa Igreja e de muitos cristãos.
Foi determinante nesse árduo caminho a contribuição de Paulo, convertido na estrada de Damasco, o Apóstolo dos gentios. Ele primeiro atravessou as fronteiras do mundo judaico para anunciar a mensagem da salvação aos gentios. A segunda leitura de hoje soa como um testemunho alegre que Paulo confidencia a seu amigo e colaborador Timóteo: "Quanto a mim, meu sangue está para ser derramado em libação e é chegado o momento de partir. Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. Agora eu só tenho a coroa da justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia, e não só a mim, mas também para todos aqueles que esperam a sua vinda ".
Ver espalhado em libação o seu sangue é a suprema aspiração do Apóstolo, após a labuta dura de seu intenso apostolado. Ele anseia ao martírio por querer estar totalmente assimilado a Cristo e, assim, dar o supremo testemunho de fidelidade e amor. Esses dois traçam, de modo diverso, o caminho da Igreja e de todos nós: fracos como Pedro antes de Pentecostes, porém fortalecidos depois da vinda do Espírito Santo. Nós, perseguidores do Senhor como Saulo, mas depois tranfigurados pela graça. Quem sabe se estamos também  nós realmente prontos e dispostos a dar nossas vidas para Cristo?
Embora no Brasil a Solenidade de Pedro e Paulo tenha sido transferida para o Domingo, no entanto, no dia de 29 de junho celebramos também os sessenta anos de nosso Papa Bento XVI, sucessor de Pedro, o doce Cristo na terra. Rezemos por sua missão!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist.

Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro - RJ


Fonte: http://www.cnbb.org.br/site/articulistas/dom-orani-joao-tempesta/6937-pedro-e-paulo-colunas-da-igreja (Acesso 29/06/2011 às 20h25)

Pequeninos


O amor de Jesus para com os pequeninos mostra-nos a necessidade de vermos o semelhante a partir dele, com sua ótica do amor aos mais fragilizados. Não vemos isso acontecer por parte de quem tem o enfoque da vida no fechamento de si mesmo. A sociedade de consumo coloca o valor maior na busca de vantagens pessoais, sem muito levar em conta as necessidades do semelhante, esquecendo-se de que, quanto mais dermos de nós mesmos em bem de uma sociedade justa e fraterno, mais temos efeito positivo para nós também. Caso contrário, continuaremos a ver grandes parcelas deixadas de lado na caminhada da vida e na justa promoção da dignidade para todos.
Nessa perspectiva, vale a pena considerar o exemplo de Jesus e seu ensinamento: “Quem der, ainda que seja apenas um copo de água fresca, a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa” (Mateus 10, 42). Muitos na história humana foram e outros ainda são obedientes a Jesus, com sua vida de total dedicação à causa da promoção da vida, a partir dos mais empobrecidos e carentes. Além de darem mais do que um prato de comida, lutam por sua dignidade, com ações sociais, políticas e união de esforços para a implantação de mais justiça  inclusão social dos pequeninos. Em nossas Igrejas e em grupos de promoção humanitária vêem-se pessoas de ideal e amor, que não medem esforços para a preservação da vida, do meio ambiente e na luta por políticas públicas de serviço à causa dos mais indefesos e agredidos em sua vida.

Hoje, mais do que nunca, precisamos trabalhar pela base da sustentação e da formação da dignidade humana que é a família. Bem preparada, formada e com meios suficientes para viver com o mínimo de estrutura humana, pode dar mais sustento ao tecido social. Quanto mais condições educativas com valores éticos, materiais e religiosos tiver, mais dará base para uma convivência equilibrada da interação, justiça e paz na sociedade. Caso contrário, vamos eternamente trabalhar com os efeitos danosos da droga e da dissolução dos elos familiares, com seus transtornos sociais. Muitas vezes o enfoque de defesa dos direitos das pessoas barra com suas carências de formação do caráter e dos valores da cidadania. Na família bem estruturada a formação para a alteridade, a contribuição para o respeito e a promoção de quem é mais fragilizado em todos os aspectos são fatores determinantes para um convívio de mais felicidade para todos. Onde há alguém sofrendo, a pessoa bem formada olha por sua causa. Caso contrário, viveremos com a verdadeira lei injusta do predomínio do mais forte sobre o fraco. Na sociedade marcada profundamente pela busca desenfreada do ter, Jesus nos ensina o valor maior da busca do amor, em vista do tesouro definitivo do Reino do Céu.

Não é à toa que ele nos apresenta o Evangelho do amor, com seus diversos graus, como: amar o próximo como a si mesmo; amá-lo retribuindo o amor recebido; amá-lo com o amor de Deus e por causa dele.
Paulo nos lembra o compromisso assumido por quem é batizado: o de morrermos para nós mesmos, à semelhança do Divino Mestre, que o fez para nos dar vida. Assim daremos também a nossa para retribuirmos o amor dele, dando de nossa vida a quem a tem fragilizada (Cf. Romanos 6,8-11).

Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo de Montes Claros, MG


terça-feira, 28 de junho de 2011

PRIMEIRA MENSAGEM DE UM PAPA POR TWITTER


 Bento XVI publica em iPad o novo portal informativo da Santa Sé

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 28 de junho de 2011 (ZENIT.org) – Bento XVI enviou nesta terça-feira uma mensagem pelo Twitter para anunciar a publicação do novo portal informativo da Santa Sé, o News.va.
“Queridos amigos, acabo de lançar News.va. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Com minhas orações e bênçãos, Benedictus XVI", tuitou o bispo de Roma nesta tarde.
Ainda que o perfil Vatican-news no Twitter exista há algum tempo, esta foi a primeira mensagem assinada pelo Papa.
Em um encontro, celebrado no palácio apostólico, o Papa escolheu a opção “Publish” em um iPad para publicar oficialmente este novo portal vaticano, que recolhe a informação emitida pelos meios de comunicação da Santa Sé.
No encontro, participaram o presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, arcebispo Claudio Maria Celli, Thaddeus Jones, oficial desse organismo vaticano, e Gustavo Entrala, fundador de 101, a agência que realizou o projeto.
O Papa pôde ler as notícias do dia publicadas nesse portal por L'Osservatore Romano, a Sala de Imprensa da Santa Sé, Rádio Vaticano, o Vatican Information Service (VIS), a agência missionária Fides, e o Centro Televisivo Vaticano.

Siga no Twitter: @news_va_en



Fonte: http://www.zenit.org/article-28340?l=portuguese (Acesso 28/06/2011 às 19h59)

EUCARISTIA HUMANIZA A GLOBALIZAÇÃO

Reflexão do Pe. Federico Lombardi SJ


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 27 de junho de 2011 (ZENIT.org) - A Eucaristia, como presença do amor de Deus e canal de difusão do amor para os cristãos, humaniza a globalização, ajudando a construir uma sociedade solidária, justa e fraterna, considera o porta-voz vaticano.
O Pe. Federico Lombardi SJ, diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, apresentou esta reflexão ao comentar as palavras que Bento XVI dirigiu na quinta-feira de Corpus Christi, antes de presidir a procissão de Jesus Eucaristia pelas ruas de Roma.
Da Eucaristia, segundo o Papa, procede “esse dinamismo que transforma a realidade em suas dimensões cósmicas, humanas e históricas”, recordou o porta-voz vaticano no editorial do último número de Octava Dies, semanário do Centro Televisivo Vaticano.
“Um dinamismo de amor que tem origem na vida trinitária de Deus, que chega a nós através do coração de Cristo. E é tão forte, que pode superar as divisões, que nos atrai à união da vida de Deus, que abre e liberta nossa individualidade do seu egocentrismo”, acrescentou o Pe. Lombardi, sintetizando o pensamento do Santo Padre.
“A Eucaristia é o caminho concreto mediante o qual este amor se difunde na Igreja e no mundo; a fonte contínua que alimenta a presença social da Igreja; o compromisso responsável dos cristãos na construção de uma sociedade solidária, justa e fraterna, em particular no tempo da globalização”, indica.
Segundo Lombardi, “é necessário fazer presente o verdadeiro amor no tempo da crescente globalização da humanidade, para que esta não se perca na confusão, no individualismo e no atropelo de todos contra todos”.
O Pontífice disse: “Sem ilusões, sem utopias ideológicas, nós caminhamos pelas ruas do mundo, levando dentro de nós o Corpo do Senhor, vislumbrando o mundo novo, no qual reinam a paz e a justiça, no mundo que é nossa verdadeira pátria”.
E o Pe. Lombardi concluiu explicando que, “verdadeiramente, na fé, a dimensão humana, histórica e cósmica se entrelaçam e se fundem. A comunhão eucarística é para o bem de todos, para o bem do mundo e para que todo crente encontre, no final, seu sentido e sua salvação”.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28320?l=portuguese (Acesso 27/06/2011 às 21h26)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

RENOVAR A DEVOÇÃO AO SAGRADO CORAÇÃO

Foto de Everson Lima (Todos direitos reservados)

Entrevista com organizador de congresso mundial, pe. William Petrie


Por Genevieve Pollock
PARAY-LE-MONIAL, França, sexta-feira, 4 de março de 2011 (ZENIT.org) - Pela primeira vez na história, um congresso mundial convidará ao berço da devoção ao Sagrado Coração para refletir sobre o amor de Deus e promover a civilização do amor nas famílias e nas sociedades.
ZENIT entrevistou o padre William Petrie, superior da Província do Leste da Congregação do Sagrado Coração de Jesus e Maria nos Estados Unidos, um dos organizadores e expoentes do congresso.
O evento acontecerá em Paray-le-Monial, França, de 6 a 11 de outubro. Participarão expoentes como o cardeal Raymond Burke, prefeito da Assinatura Apostólica; o cardeal Justin Rigali, arcebispo de Filadélfia; o padre jesuíta Mitch Pacwa, apresentador da EWTN; Timothy O'Donnel, presidente do Christendom College; e Danny Abramowitz, ex-jogador da NFL.
O congresso tem como objetivo renovar a esperança no conhecimento do amor incondicional de Deus pela humanidade, em todo o mundo, através da promoção da amizade pessoal com Cristo, com foco nas famílias e na missão mundial de transmitir esta mensagem.
Estão disponíveis pacotes de viagem online, incluindo extensões para Paris, Lourdes, Lyon, Ars e Cluny, para facilitar a participação.
O padre Petrie explica a importância da devoção ao Sagrado Coração neste momento da história.
ZENIT: Qual é o propósito deste Congresso Mundial sobre o Sagrado Coração?
Padre Petrie: O padre Mateo Crawley-Boevey foi curado milagrosamente na Capela das Aparições, em Paray-le-Monial. Aí surgiu a inspiração de promover a entronização do Sagrado Coração em todos os lares do mundo. Em 1907, São Pio X mandou o padre Mateo realizar essa missão.
Nas celebrações do centenário do movimento de entronização, em 2007, foi desenvolvido um plano para continuar a missão do padre Mateo e atingir os cinco continentes nos dez anos seguintes, renovando esse movimento de entronização. O primeiro congresso mundial vai ser em Paray-le-Monial, que é onde surgiu essa inspiração. Vão ser formados os primeiros promotores, que ficarão disponíveis para dar informação nas dioceses e paróquias deles.
ZENIT: Qual é a mensagem do Sagrado Coração de Jesus que vocês querem enfatizar neste congresso mundial?
Padre Petrie: “Deus tanto amou o mundo que mandou seu Unigênito”. A imagem de Jesus com o Sagrado Coração exposto transmite o amor incondicional e a misericórdia de Deus. Entronizar a Imagem do Sagrado Coração de Jesus nas casas é um jeito de se comprometer oficialmente a ter Cristo como Cabeça do lar.
ZENIT: Por que é tão importante hoje destacar o Sagrado Coração de Jesus e o amor de Deus pela humanidade?
Padre Petrie: A história do mundo sempre foi uma história de divisões, de guerra e de perda de vidas por causa do ódio. O Sagrado Coração de Jesus é uma lembrança constante de como viver a vida segundo a grande lei do amor de Deus e do amor ao próximo. Essa amizade pessoal começa em casa. É a “Igreja Doméstica”.
É dentro da família que podemos crescer no amor por Deus e pelo próximo. Quem viveu a entronização em casa fala de graças recebidas que transformam, trazendo mudanças positivas e a conversão à Igreja.
ZENIT: As atividades do congresso incluem “formação na criação de uma civilização de amor”. O que isto significa?
Padre Petrie: É a preparação para a entronização do Sagrado Coração. É uma catequese que nos mostra a razão de fazer isso nos lares. Ajuda na criação de uma espiritualidade cristocêntrica, da vida baseada no amor de Deus, através da eucaristia, da oração e da preparação espiritual. Enfim, é simplesmente ir criando uma civilização de amor, família a família.
ZENIT: Que resultados são esperados do congresso?
Padre Petrie: Os participantes vão escutar os expoentes aprofundarem no entendimento do amor de Deus. O congresso cria uma atmosfera que vai motivar os futuros promotores que quiserem se envolver na entronização do Sagrado Coração na casa das pessoas.
Para os participantes, pode ser uma oportunidade para eles virarem mensageiros do amor de Deus, como é simbolizado no Coração Transpassado de Jesus e no Coração Imaculado de Maria. O primeiro congresso do Sagrado Coração é uma preparação para a realização desta missão, de chegar a todos os continentes com a mensagem do amor de Deus no lar.
--- --- ---

Fonte: http://www.zenit.org/article-27411?l=portuguese (Acesso 26/06/2011 às 21h28)

domingo, 26 de junho de 2011

EUCARISTIA É ANTÍDOTO CONTRA INDIVIDUALISMO

Afirma Bento XVI no Ângelus de hoje


CIDADE DO VATICANO, domingo, 26 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Sem a Eucaristia, a Igreja não existiria, sublinhou hoje o Papa Bento XVI, ao introduzir a oração do Ângelus com os peregrinos presentes na Praça de São Pedro.
O Santo Padre recordou que, ainda que o Vaticano tenha celebrado o Corpus Christi na última quinta-feira, mantendo a tradição secular, esta festa é celebrada hoje em muitos países – entre eles a própria Itália –, por motivos pastorais.
Por isso, ele quis voltar a falar sobre o significado desta “festa da Eucaristia”, a qual “constitui o tesouro mais precioso da Igreja”.
“A Eucaristia é como o coração pulsante que dá vida a todo o corpo místico da Igreja: um organismo social baseado inteiramente no vínculo espiritual, mas concreto, com Cristo”, afirmou, insistindo em que, “sem a Eucaristia, a Igreja simplesmente não existiria”.
“A Eucaristia é, de fato, o que torna uma comunidade humana um mistério de comunhão, capaz de levar Deus ao mundo e o mundo a Deus.”
“O Espírito Santo transforma o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo; também transforma todos os que o recebem com fé em membros do Corpo de Cristo, para que a Igreja seja verdadeiramente um sacramento de unidade dos homens com Deus e entre eles”, acrescentou.
O Papa afirmou aos presentes que, “em uma cultura cada vez mais individualista, como aquela em que estamos imersos nas sociedades ocidentais, e que tende a se espalhar por todo o mundo, a Eucaristia é uma espécie de ‘antídoto’".
O vazio produzido pela falsa liberdade pode ser muito perigoso, disse, e, diante disso, “a comunhão com o Corpo de Cristo é o remédio da inteligência e da vontade, para redescobrir o gosto da verdade e do bem comum”.
A Eucaristia “age nas mentes e nos corações dos crentes e que semeia de forma contínua neles a lógica da comunhão, do serviço, da partilha, em suma, a lógica do Evangelho”.
O novo estilo de vida que as primeiras comunidades já mostravam, vivendo em fraternidade e partilhando seus bens, para que ninguém fosse indigente, brotava “da Eucaristia, isto é, de Cristo ressuscitado, realmente presente entre os seus discípulos e operante com a força do Espírito Santo”.
“Também as gerações seguintes, através dos séculos, a Igreja, apesar dos seus limites e erros humanos, continuou sendo no mundo uma força de comunhão”, acrescentou.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28319?l=portuguese (Acesso 26/06/2011 às 21h15)

sábado, 25 de junho de 2011

CATEQUESE DO PAPA: APRENDENDO A ORAR COM OS SALMOS

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 22 de junho de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos para a audiência geral.

***
Queridos irmãos e irmãs:
Nas catequeses anteriores, vimos algumas figuras do Antigo Testamento, particularmente significativas, em nossa reflexão sobre a oração. Falei sobre Abraão, que intercede pelas cidades estrangeiras; sobre Jacó, que, na luta noturna, recebe a bênção; sobre Moisés, que invoca o perdão sobre o povo; e sobre Elias, que reza pela conversão de Israel. Com a catequese de hoje, eu gostaria de iniciar uma nova etapa do caminho: ao invés de comentar episódios particulares de personagens em oração, entraremos no “livro da oração” por excelência, o Livro dos Salmos. Nas próximas catequeses, leremos e meditaremos alguns dos salmos mais belos e mais apreciados pela tradição orante da Igreja. Hoje, eu gostaria de introduzir esta etapa falando do Livro dos Salmos em seu conjunto.
O Saltério se apresenta como um “formulário”de orações, uma seleção de 150 salmos que a tradição bíblica oferece ao povo dos crentes para que se converta em sua (nossa) oração, nosso modo de dirigir-nos a Deus e de relacionar-nos com Ele. Neste livro, encontra expressão toda a experiência humana, com suas múltiplas facetas, e todo o leque dos sentimentos que acompanham a existência do homem. Nos Salmos, entrelaçam-se e se exprimem alegria e sofrimento, desejo de Deus e percepção da própria indignidade, felicidade e sentido de abandono, confiança em Deus e dolorosa solidão, plenitude de vida e medo de morrer. Toda a realidade do crente conflui nestas orações, que o povo de Israel primeiro e a Igreja depois assumiram como meditação privilegiada da relação com o único Deus e resposta adequada em sua revelação na história. Quanto à oração, os salmos são a manifestação do ânimo e da fé, nos quais se pode reconhecer e nos quais se comunica esta experiência de particular proximidade de Deus, à qual todos os homens estão chamados. E é toda a complexidade da existência humana que se concentra na complexidade das diversas formas literárias dos diferentes salmos: hinos, lamentações, súplicas individuais e coletivas, cantos de agradecimento, salmos penitenciais e outros gêneros que podem ser encontrados nestas composições poéticas.
Apesar desta multiplicidade expressiva, podem estar identificados dois grandes âmbitos que sintetizam a oração do Saltério: a súplica, conectada com o lamento, e o louvor, duas dimensões correlacionadas e quase inseparáveis. Porque a súplica está motivada pela certeza de que Deus responderá, e este gesto abre ao louvor e à ação de graças; e o louvor e o agradecimento surgem da experiência de uma salvação recebida, que supõe uma necessidade de ajuda que a súplica expressa. Na súplica, o salmista se lamenta e descreve sua situação de angústia, de perigo, de desolação ou, como nos salmos penitenciais, confessa a culpa, o pecado, pedindo para ser perdoado.
Ele expõe ao Senhor seu estado de necessidade, na certeza de ser escutado, e isso implica um reconhecimento de Deus como bom, desejoso do bem e “amante da vida” (cf. Sb 11, 26), preparado para ajudar, salvar, perdoar. Assim, por exemplo, reza o salmista no salmo 31: “Em ti, Senhor, me refugiei, jamais eu fique desiludido. (…) Livra-me do laço que me armaram, porque és minha força” (v. 2.5). Já no lamento, portanto, pode surgir algo do louvor, que se preanuncia na esperança da intervenção divina e se torna depois explícito quando a salvação divina se converte em realidade. De modo análogo, nos salmos de agradecimento e de louvor, recordando o dom recebido ou contemplando a grandeza da misericórdia de Deus, reconhece-se também a própria pequenez e a necessidade de ser salvos, o que é a base da súplica. Assim, confessa-se a Deus a própria condição de criatura inevitavelmente marcada pela morte, ainda que portadora de um desejo radical de vida. Por isso, o salmista exclama, no salmo 86: “Eu te darei graças, Senhor, meu Deus, de todo o coração, e darei glória a teu nome sempre, porque é grande para comigo o teu amor; do profundo dos infernos me tiraste” (v.12-13). De tal modo, na oração dos salmos, a súplica e o louvor se entrelaçam e se fundem em um único canto que celebra a graça eterna do Senhor que se inclina diante da nossa fragilidade. Exatamente para permitir ao povo dos crentes que se unam neste canto, o Livro dos Salmos foi dado a Israel e à Igreja. Os salmos, de fato, ensinam a rezar. Neles, a Palavra de Deus se converte em palavra de oração – e são as palavras do salmista inspirado –, que se torna também palavra do orante que reza os salmos. É esta a beleza e a particularidade deste livro bíblico: as orações contidas nele, ao contrário de outras orações que encontramos na Sagrada Escritura, não se inserem em uma trama narrativa que especifica o sentido e a função. Os salmos são oferecidos ao crente como texto de oração, que tem como único fim o de converter-se na oração de quem o sassume e com eles se dirige a Deus. Porque são Palavra de Deus, quem reza os salmos fala a Deus com as mesmas palavras que Deus nos deu; dirige-se a Ele com as palavras que Ele mesmo nos dá. Assim, rezando os salmos, aprendemos a rezar. Eles são uma escola de oração.
Algo análogo acontece quando a criança começa a falar: aprende a expressar suas próprias sensações, emoções, necessidades, com palavras que não lhe pertencem de modo inato, mas que aprende dos seus pais e dos que vivem com ela. O que a criança quer expressar é sua própria vivência, mas o meio expressivo é de outros; e ela, pouco a pouco, se apropria desse meio; as palavras recebidas dos seus pais se tornam suas palavras e, através das palavras, aprende também uma forma de pensar e de sentir, acede a um mundo inteiro de conceitos e cresce com eles, relaciona-se com a realidade, com os homens e com Deus. A língua dos seus pais finalmente se converte em sua língua; fala com palavras recebidas de outros que, nesse momento, se converteram em suas palavras. Assim acontece com a oração dos salmos. Eles nos são dados para que aprendamos a dirigir-nos a Deus, a comunicar-nos com Ele, a falar-lhe de nós com as suas palavras, a encontrar uma linguagem para o encontro com Deus. E, por meio dessas palavras, será possível também conhecer e acolher os critérios da sua atuação, aproximar-se do mistério dos seus pensamentos e dos seus caminhos (cf. Is 55,8-9) e, assim, crescer cada vez mais na fé e no amor. Como nossas palavras não são somente palavras, mas nos ensinam um mundo real e conceptual, assim também estas orações nos mostram o coração de Deus, razão pela qual não só podemos falar com Deus, senão que podemos aprender quem é Deus e, aprendendo a falar com Ele, aprendemos a ser homens, a ser nós mesmos.
Para este propósito, parece significativo o título que a tradução hebraica deu ao Saltério. Este éTehillîm, um termo que quer dizer “louvor”; dessa raiz verbal vem a expressão “Halleluyah”, ou seja, literalmente “Louvai o Senhor”. Este livro de orações, portanto, ainda que seja multiforme e complexo, com seus diversos gêneros literários e com suas articulações entre louvor e súplica, é um livro de louvor, que nos ensina a agradecer, a celebrar a grandeza do dom de Deus, a reconhecer a beleza das suas obras e a glorificar seu Nome Santo. É esta a resposta mais adequada diante da manifestação do Senhor e da experiência da sua bondade. Ensinando-nos a rezar, os salmos nos ensinam que, também na desolação, na dor, a presença de Deus permanece, é fonte de maravilha e de consolo; podemos chorar, suplicar, interceder, lamentar-nos, mas com a consciência de que estamos caminhando rumo à luz, onde o louvor poderá ser definitivo. Como nos ensina o salmo 36: “Em ti está a fonte da vida e à tua luz vemos a luz” (Sl 36,10). Mas, além deste título geral do livro, a tradição hebraica colocou em muitos salmos títulos específicos, atribuindo-os, em sua maioria, ao rei Davi. Figura de notável espessor humano e teológico, Davi é um personagem complexo, que atravessou as mais diversas experiências fundamentais da vida. Jovem pastor do rebanho paterno, passando por alternadas e às vezes dramáticas experiências, ele se converte em rei de Israel, pastor do povo de Deus. Homem de paz, combateu muitas guerras; incansável e tenaz buscador de Deus, traiu o amor e isso é uma característica sua: sempre foi um buscador de Deus, ainda que tenha pecado gravemente muitas vezes; humilde e penitente, acolheu o perdão divino, também o castigo divino, e aceitou um destino marcado pela dor. Davi foi um rei – com todas as suas fraquezas – “segundo o coração de Deus” (cf. 1 Sam 13,14), ou seja, um orante apaixonado, um homem que sabia o que quer dizer suplicar e louvar. A relação dos salmos com este insigne rei de Israel é, portanto, importante, porque ele é uma figura messiânica, ungido pelo Senhor, alguém que, de alguma forma, antecipou o mistério de Cristo.
Igualmente importantes e significativos são a forma e a frequência com que as palavras dos salmos são retomadas no Novo Testamento, assumindo e destacando o valor profético sugerido pela relação do Saltério com a figura messiânica de Davi. No Senhor Jesus, que em sua vida terrena rezou com os salmos, eles encontram seu definitivo cumprimento e revelam seu sentido mais profundo e pleno. As orações do Saltério, com as quais se fala a Deus, nos falam d'Ele, nos falam do Filho, imagem do Deus invisível (Col 1,15), que nos revela completamente o rosto do Pai. O cristão, portanto, rezando os salmos, reza ao Pai em Cristo, assumindo estes cantos em uma perspectiva nova, que tem no mistério pascal sua última chave interpretativa. O horizonte do orante se abre, assim, a realidades inesperadas, todo salmo tem uma luz nova em Cristo e o Saltério pode brilhar em toda a sua infinita riqueza.
Irmãos e irmãs queridíssimos, tenhamos este livro santo nas mãos; deixemo-nos ensinar por Deus para dirigir-nos a Ele; façamos do Saltério um guia que nos ajude e nos acompanhe cotidianamente no caminho da oração. E peçamos, também nós, como discípulos de Jesus: “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11,1), abrindo o coração e acolhendo a oração do Mestre, em quem todas as orações chegam à sua plenitude. Assim, sendo filhos no Filho, poderemos falar a Deus chamando-o de “Pai nosso”.
Obrigado.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:] 
Queridos irmãos e irmãs:Hoje iniciamos uma nova etapa no percurso das catequeses sobre a oração, ao entrar no “livro de oração” por excelência: o livro dos Salmos. Composto por cento e cinqüenta salmos, segundo diversas formas literárias, o Saltério se apresenta como uma manifestação das múltiplas experiências humanas que se fazem oração. E, dentre essas formas expressivas, há dois âmbitos que sintetizam toda a oração do saltério: a súplica e o louvor. Trata-se de duas dimensões correlacionadas e inseparáveis, pois toda a súplica é animada pela certeza de que Deus responderá, abrindo-se assim ao louvor; por sua vez o louvor brota da experiência da salvação recebida, que supõe a necessidade de ajuda, expressa pela súplica. Desta forma, os salmos ensinam a rezar, de modo análogo ao que acontece com a criança que aprende a falar, assimilando a língua de seus pais para poder expressar as suas sensações e emoções. Nos salmos, a própria Palavra de Deus se torna palavra de oração. Por fim, é com Jesus que os salmos encontram o seu cumprimento definitivo e o seu sentido mais pleno e profundo. De fato, o cristão recitando os salmos, reza ao Pai em Cristo e com Cristo.
Saúdo todos os peregrinos de língua portuguesa, em particular os brasileiros de Curitiba e os jovens portugueses que se organizaram sob o lema “Eu acredito” para unir seus coetâneos à volta do Sucessor de Pedro. Continuai a fazer da oração um meio para crescerdes nesta união. Cada dia, pedi a Jesus como os seus primeiros discípulos: “Senhor, ensinai-nos a rezar”! Que Deus vos abençoe!
[Tradução: Aline Banchieri.
© Libreria Editrice Vaticana]

Fonte: http://www.zenit.org/article-28290?l=portuguese (Acesso 24/06/2011 às 23h47)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Homilia do Papa na solenidade do Corpo do Senhor

ROMA, sexta-feira, 24 de junho de 2011 (ZENIT.org) - “O Santíssimo Sacramento é levado em procissão pelas ruas das cidades e dos povoados para manifestar que Cristo ressuscitado caminha no meio de nós e nos guia rumo ao Reino dos Céus”: esta foi a reflexão do Papa ontem, em sua homilia da Missa de Corpus Christi.
O Pontífice presidiu nesta quinta-feira à tarde, na basílica romana de São João de Latrão, a Missa por ocasião da festa do Corpus Christi, recordando em sua homilia que esta solenidade “é inseparável da Quinta-Feira Santa, da Missa da Ceia do Senhor, na qual celebramos solenemente a instituição da Eucaristia”.
“Enquanto na noite da Quinta-Feira Santa se revive o mistério de Cristo que se oferece a nós no pão partido e no vinho derramado, hoje, na celebração do Corpus Domini, este mistério se oferece à adoração e à meditação do Povo de Deus, e o Santíssimo Sacramento é levado em procissão pelas ruas das cidades e dos povoados para manifestar que Cristo ressuscitado caminha no meio de nós e nos guia rumo ao Reino dos Céus.”
“O que Jesus nos deu na intimidade do Cenáculo, hoje nós manifestamos abertamente, porque o amor de Cristo não está reservado a alguns poucos, mas destinado a todos”, acrescentou.
O Papa quis retomar o que afirmou na Missa da Ceia do Senhor da última Quinta-Feira Santa, quando sublinhou que, na Eucaristia, acontece a transformação dos dons desta terra – pão e vinho –, dirigida a transformar a vida e o mundo.
“Tudo parte, poderíamos dizer, do coração de Cristo que, na Última Ceia, na véspera da sua paixão, agradeceu e louvou Deus e, dessa maneira, com a potência o seu amor, transformou o sentido da morte que enfrentaria”, disse.
O Santo Padre observou que “é muito bela e eloquente a expressão 'receber a comunhão' referida ao fato de comer o Pão Eucarístico”, porque, “quando realizamos este ato, entramos em comunhão com a própria vida de Jesus, no dinamismo desta vida que se dá a nós e por nós”.
No caso da Eucaristia, não somos nós que assimilamos o Pão que nos é dado, mas este “nos assimila e, assim, nós nos tornamos conformes a Jesus Cristo, membros do seu Corpo, uma só coisa com Ele”.
“Não há nada de mágico no cristianismo. Não há atalhos, mas tudo passa através da lógica humilde e paciente da semente que se parte para dar a vida, a lógica da fé que move as montanhas com o suave poder de Deus.”
Daí procede, sublinhou o Papa, “nossa especial responsabilidade de cristãos na construção de uma sociedade solidária, justa e fraterna”, ressaltando que os santos comprometidos no social foram grandes “almas eucarísticas”.
“Especialmente na nossa época, em que a globalização nos torna, cada vez mais, dependentes uns dos outros, o Cristianismo pode e deve fazer que esta unidade não seja construída sem Deus, isto é, sem o verdadeiro amor, o que daria lugar à confusão, ao individualismo e à opressão de todos contra todos.”
O Papa encerrou sua homilia dirigindo-se a Jesus e agradecendo-lhe pela sua fidelidade. E pediu: “Alimenta-nos, defende-nos, leva-nos aos bens eternos, na terra dos viventes!”.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28311?l=portuguese (Acesso 24/06/2011 às 23h43)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

CORPUS CHRISTI E NOSSA RELAÇÃO COM A EUCARISTIA

Reflexão do arcebispo Orani João Tempesta


RIO DE JANEIRO, quinta-feira, 23 de junho de 2011 (ZENIT.org) Apresentamos a reflexão de Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, sobre a festa de Corpus Christi, que a Igreja vive hoje.
* * *
Nesta quinta-feirra, dia 23 de junho, celebramos a festa do Corpo e Sangue de Cristo. É um momento de oração, reflexão, manifestação pública de nossa fé. É um momento importante, pois a Igreja nos convida a parar.
O mundo cibernético e financeiro ao nosso redor fala exatamente o contrário. Não se pode perder tempo, pois tempo é dinheiro, é oportunidade. Precisamos correr, fazer as coisas rapidamente para não perder tempo, ser dinâmico e eficaz.
Um “dia santo” é uma folga durante a nossa jornada para parar, refletir, rezar. Parar para fazer um balanço da situação da nossa fé e tomar consciência dos hábitos de superficialidade e pressa que, às vezes, caracterizam a nossa relação com a Eucaristia celebrada nas nossas comunidades.
Acredito que este é bom momento para avaliar a nossa participação na Missa, celebrando o mistério da Páscoa com a Cruz, Morte e Ressurreição do Senhor. Parar e nos perguntar como nós ouvimos a Palavra e como nos alimentamos com o Pão que nos é dado como presente.
A página de João que a liturgia nos propõe nesta solenidade é algo que impressiona e fascina. Jesus diz para tomar e comer sua carne e beber do cálice com o seu sangue! Parece loucura! Jesus está no meio de nós com seu corpo, sua história, sua vida, o amor apaixonado, a sua transparência da Face do Pai.
Comer a carne e beber o sangue do Senhor é nutrir-se do coração ardente de amor, é assimilar o segredo da vida mais forte que a morte, e descobrir que Deus é mais íntimo do que eu comigo mesmo.
Comer e beber Dele é descobrir que somente Ele alimenta e acalma as nossas inquietações, que só Ele pode dar força e direção para nossa vida, que só Ele pode preencher nossas vidas de beleza na quotidianidade.
Alimentar-nos d’Ele significa o nosso "sim" ao projeto de vida que Jesus revelou da Cruz; é renunciar a ser os arquitetos da sua própria vida e entrar em comunhão com o seu plano de amor.
Jesus não quer que suas palavras sobre o pão descido do céu sejam interpretadas de modo alegórico ou como uma imagem figurativa. Ele pede para que sejam percebidas exatamente como soam, sem qualquer adição do pensamento humano. Elas são assim, assim devem ser acolhidas, acreditadas e vividas.
O pão que desceu do céu é Ele, Jesus. Ele veio na carne para habitar entre nós, para se fazer nosso alimento e nossa bebida de vida eterna. Ele realmente nos dá a sua carne para que nós a comamos para não morrermos para sempre.
Quando, no entanto, Ele anuncia esse mistério, os seus ouvintes, ao invés de se abrirem à fé, começaram a discutir fortemente. Eles gostariam de compreender primeiro, para depois acreditar. Com o mistério, primeiro o acolhemos, vivemos, fazemos com que se torne nossa carne e nosso sangue, O transformamos em nossa história. Vivido e concretizado em nós, começamos a compreendê-Lo de acordo com a medida de inteligibilidade contida nas palavras que o expressam e manifestam.
Jesus não se apressa em explicar o mistério. Ele simplesmente se limita a reafirmar a realidade de seu corpo e de seu sangue juntamente com a outra realidade de tomar, comer e beber. A carne deve ser tomada e comida. O sangue deve ser tomado e bebido. Somente assim eles se tornam em nós comida e bebida de vida eterna.
Jesus, porém, nos revela por que nós não morreremos para sempre: porque com a sua carne comida e com o seu sangue bebido, nós viveremos interiormente para Ele, na procura do perfeito cumprimento da Sua vontade. Eis a grande diferença abissal que distingue a Eucaristia do maná. O maná era só o pão da terra, alimentava o corpo do povo de Deus no deserto. A Eucaristia, ao invés, é Deus mesmo que nos alimenta e nós nos unimos ao Senhor. Quem assim se alimenta e se deixa converter e tornar-se “nova criatura” poderá também experimentar a possibilidade de fazer o bem.
Neste dia em que manifestamos, diante de um mundo em mudança, a nossa fé na presença real de Cristo Eucaristia e nos comprometemos com um mundo novo, peçamos à Virgem Maria, Mãe da Redenção, aos Anjos e Santos que nos ajudem a viver e aumentar a fé nesse mistério.
Que a passagem de Cristo na Eucaristia pelas nossas ruas e praças nos comprometa a sermos, também nós, pessoas alimentadas pela Eucaristia, que passam pelas estradas do mundo proclamando Cristo Jesus Ressuscitado, vida para o mundo!
†Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
(Com Rádio Vaticano)

Fonte: http://www.zenit.org/article-28299?l=portuguese (Acesso 23/06/2011 às 22h18)

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross