Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

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terça-feira, 31 de maio de 2011

PAPA PEDE UM PROJETO DE NOVA EVANGELIZAÇÃO

“Ser cristão não é um traje que se veste de forma privada”, afirma


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 30 de maio de 2011 (ZENIT.org) - Em uma sociedade como a de hoje, frequentemente marcada pela secularização, a Igreja tem o dever de oferecer aos homens e mulheres “um renovado anúncio de esperança”.
Foi o que disse hoje o Papa Bento XVI, ao receber em audiência os participantes da Plenária do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização. Este organismo foi instituído no ano passado para dar “um princípio operativo” à necessidade de “oferecer uma resposta particular ao momento de crise da vida cristã”.
“O termo ‘nova evangelização’ recorda a exigência de uma renovada modalidade de anúncio, sobretudo para aqueles que vivem em um contexto, como o atual, em que os desenvolvimentos da secularização têm deixado pesadas marcas também em países de tradição cristã”, afirmou o Papa em seu discurso. 
“Sublinhar que neste momento da história a Igreja está chamada a realizar uma nova evangelização quer dizer intensificar a ação missionária para corresponder plenamente ao mandato do Senhor.”
No atual contexto – reconheceu – “a crise que se vive leva consigo os traços da exclusão de Deus da vida das pessoas” e “de uma generalizada indiferença em relação à fé cristã, indo até a tentativa de marginalizá-la da vida pública”.
“Assiste-se ao drama da fragmentação, que não consente em ter uma referência de união; ademais, verifica-se frequentemente o fenômeno de pessoas que desejam pertencer à Igreja, mas que são fortemente influenciadas por uma visão da vida que contrasta com a fé.”
“Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, parece ser hoje mais complexo que no passado; mas nosso dever é idêntico, como no alvorecer de nossa história”, reconheceu o Papa. “A missão não mudou, assim como não devem mudar o entusiasmo e a valentia que impulsionaram os Apóstolos e os primeiros discípulos”.
“O Espírito Santo que os alentou a abrir as portas do cenáculo, tornando-os Evangelizadores, é o mesmo Espírito que move hoje a Igreja em um renovado anúncio de esperança aos homens de nosso tempo”.
A nova evangelização – indicou – “deverá encarregar-se de encontrar os caminhos para tornar mais eficaz o anúncio da salvação, sem o qual a existência pessoal permanece em sua contradição e privada do essencial”.
“Também em quem permanece o laço com as raízes cristãs, mas vive a difícil relação com a modernidade, é importante fazer compreender que o ser cristão não é uma espécie de traje que se veste de forma privada ou em ocasiões particulares, mas algo vivo e integral, capaz de assumir tudo que há de bom na modernidade.”
Neste contexto, o Papa pediu “um projeto que seja capaz de ajudar toda a Igreja e as diferentes Igrejas particulares em seu compromisso com a nova evangelização”, em que “a urgência por um renovado anúncio se encarregue da formação, em particular das novas gerações”, e “se conjugue com a proposta de sinais concretos para fazer evidente a resposta que a igreja pretende oferecer neste momento especial”.
Dado que “o estilo de vida dos crentes precisa de uma genuína credibilidade, tanto mais convincente quanto mais é dramática a condição daqueles aos quais se dirigem”, o Papa concluiu com palavras da exortação Evangelii nuntiandi, de Paulo VI: “Será pois, pelo seu comportamento, pela sua vida, que a Igreja há de, antes de mais nada, evangelizar este mundo; ou seja, pelo seu testemunho vivido com fidelidade ao Senhor Jesus, testemunho de pobreza, de desapego e de liberdade frente aos poderes deste mundo; numa palavra, testemunho de santidade”.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28094?l=portuguese (Acesso 30/05/2011 às 21:21)

JUNHO: PAPA PEDE ORAÇÕES PELOS SACERDOTES

Intenções de oração para mês que vem


CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 30 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Neste mês de junho, Bento XVI pede orações particularmente pelos sacerdotes, para que sejam testemunhas autênticas do amor de Deus.
Esta é a proposta que ele faz nas intenções de oração, contidas na carta pontifícia confiada ao Apostolado da Oração, iniciativa seguida por quase 50 milhões de pessoas nos cinco continentes.
A intenção geral é: “Para que os sacerdotes, unidos ao Coração de Cristo, sejam sempre verdadeiras testemunhas do amor solícito e misericordioso de Deus”.
Esta petição do Papa tem lugar quando se cumpre um ano desde o encerramento do Ano Sacerdotal, período em que a Igreja se uniu de maneira particular em oração pelos seus sacerdotes, em meio a escândalos de uma pequena porcentagem deles, que, no entanto, acarretaram um grande preconceito na percepção de sua vocação por parte da opinião pública.
Por outro lado, o mês de junho é o mês que a Igreja dedica tradicionalmente ao Sagrado Coração de Jesus.
Além da intenção geral, o Papa propõe também uma intenção missionária, que é: “Para que o Espírito Santo faça ressurgir em nossas comunidades numerosas vocações missionárias, dispostas a consagrar-se plenamente a difundir o Reino de Deus”.


Fonte: http://www.zenit.org/article-28087?l=portuguese (Acesso 30/05/2011 às 21h10)

É PRECISO VOLTAR AO CONCÍLIO VATICANO II

Por Prof. José Pereira da Silva

SÃO PAULO, segunda-feira, 30 de maio de 2011 (ZENIT.org) - O Concílio Vaticano II (1962-1965) foi um dos fatos históricos mais importantes de todo o século XX. Em 2012 vamos comemorar 50 anos da abertura do Concílio.
Um Concílio é uma reunião de todos os bispos convocados pelo papa para definir a fé, a disciplina e a moral católicas.
Houve 19 Concílios entre o ano de 325 após Jesus Cristo (Nicéia, na Ásia Menor) e 1563 (Trento, na Itália).
Houve enorme surpresa ao anúncio, pelo papa João XXIII (1958-1963), em janeiro de 1959, da sua intenção de convocar os bispos novamente para o que se chamaria de Concílio Vaticano II. A Igreja Católica mudou de século. O Papa aspira e convida a reencontrar os caminhos da união das Igrejas cristãs e das linguagens para levar o Evangelho ao mundo. O Papa João XXIII convoca a uma leitura dialogada dos sinais dos tempos, com as correntes plurais da humanidade em mudança.
“Pronuncio perante vós, certamente tremendo um pouco de emoção, mas também com humilde firmeza de intenção, o nome das duas celebrações: um Sínodo diocesano para a cidade de Roma e um Concílio geral para a Igreja Universal”, assim anuncia o Papa João XXIII a decisão de convocar um novo concílio em 25 de janeiro de 1959, a menos de noventa dias de sua eleição como sucessor do Papa Pio XII(1939-1958). João XXIII considerou a convocação do Concílio uma inspiração de Deus.
O desafio para a Igreja é de tornar-se capaz de “infundir nas veias da comunidade humana de hoje a energia inesgotável, vital, divina, do Evangelho” ( Bula Humanae Salutis, de João XXIII, 25.I.1961).
O Papa João XXIII insistiu que o Concílio tivesse um caráter pastoral. Depois de uma fase preparatória (1959-1962), finalmente em 11 de outubro de 1962, foi celebrada a solene abertura dos trabalhos.
Após quatro sessões anuais de outubro, 168 assembléias plenárias foram finalmente promulgadas pelo Papa os treze documentos finais. Em 7 de dezembro de 1965 encerra-se o IV e último período do Concílio. E em 8 de dezembro de 1965 a celebração final com a leitura das Mensagens para a humanidade. O Concílio trabalhou durante dois pontificados diferentes. João XXIII o quis e o encaminhou. O Papa Paulo VI (1963-1978) o aceitou, levou avante e concluiu.
É preciso voltar ao Concílio! Os documentos do Concílio são poucos conhecidos por uma parcela dos católicos. Como bem lembrou o Papa Bento XVI, “quase ninguém lê” (Luz do mundo, SP, Paulinas 2011, p.88) referindo-se aos textos do Concílio.
Nas palavras de Dom Antônio Fernando Saburino, Arcebispo de Olinda e Recife: “Nós temos muito ainda a descobrir dos valores do Concílio Vaticano II apesar dos 50 anos, mas muitas riquezas poderão ser exploradas (49 Assembléia Geral da CNBB, Aparecida-SP, 2011).
A quase 50 anos da sua conclusão, deve-se dizer: é preciso voltar ao Concílio. É preciso retomar nas mãos os documentos do Vaticano II para redescobrir a grande riqueza dos estímulos doutrinais e pastorais.
Retomar nas mãos aqueles documentos, em particular os leigos, a quem o Concílio abriu extraordinárias perspectivas de envolvimento e de compromisso na missão da Igreja.
O Concílio Vaticano II  foi “um novo pentecostes”, incitava o catolicismo a renovar-se num confronto com o Evangelho, conduzido pela luz da fé e sob o impulso dos sinais dos tempos. Repropôs os conteúdos evangélicos essenciais à humanidade de hoje. Ele é uma continuidade com toda a rica tradição da Igreja proposta aos novos tempos.
Seguir Cristo exige a coragem de opções  radicais, frequentemente contra a corrente.
O Concílio Vaticano II ainda hoje interpela a cada cristão: Que significa ser cristão hoje, aqui e agora?

Fonte: http://www.zenit.org/article-28084?l=portuguese (Acesso 30/05/2011 às 20h18)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Igreja nas Grandes Cidades: Desafios, Impasses, Perspectivas - Frei Betto


Por Everson Lima

No dia 28 de Maio passado, no Santuário Nossa Senhora da Paz, Frei Betto explanou sobre o tema: " A Igreja nas Grandes Cidades: Desafios, Impasses, Perspectivas."

Começou lendo uma carta escrita por uma leiga canadense, Laurette Lepage para o Cardeal Marc Ouelett que basicamente fala do seu «sofrimento com a Igreja, da diferença entre a mensagem repleta de espontaneidade e de liberdade do Evangelho e o discurso abstrato, moralizante e pesado de uma instituição que parece estar morrendo» (Veja na íntegra a Carta).

Os desafios que a Igreja enfrentou, enfrenta e enfrentará deve ser encarado com afinco e sem demonstrações de indiferenças e nulidades. Pois é preciso inventar uma nova linguagem para alcançar os diferentes meios de evangelização!

E "muitas vezes a Igreja ignora os veículos fora de seu controle" tendo "muitas dificuldades de conviver com a modernidade", afirma Frei Betto.

Temos que sair da estrutura paroquial e investir em novos meios de evangelização: "Pastorais das Comunicações Visuais"

Para encarar esses desafios, Frei Betto, nos dá a fórmula: "a força está no Povo de Deus onde devem assumir gestos de amor ao próximo".

No Amor podemos praticar e evangelizar assumindo esses desafios como parte do processo. "Jesus, no Evangelho, abre nossos olhos para seguir e praticar a Palavra. Não existe possibilidade de amar a Deus sem amar o próximo", diz ele.

A Igreja não pode ter medo do moderno. Deve sair da "comodidade" e avançar às águas mais profundas.


EVANGELHO TRAZ ALEGRIA E VIDA VERDADEIRAS, DIZ PAPA

“A vocação da Igreja é a evangelização”


CIDADE DO VATICANO, domingo, 29 de maio de 2011 (ZENIT.org) – A Igreja tem a vocação de levar o Evangelho, tanto às populações que não o conhecem como às que, ainda tendo raízes cristãs, precisam de seiva nova para redescobrir a alegria da fé, recordou Bento XVI hoje, em sua intervenção por ocasião do Regina Caeli.
“É possível que a humanidade conheça a verdadeira alegria, porque, onde chega o Evangelho, floresce a vida; como um terreno árido que, regado pela chuva, rapidamente floresce”, afirmou.
O Papa se referiu à “força de cura do Evangelho, que, ao longo dos séculos, “lavou”, como rio benéfico, tantas populações”.
E recordou alguns dos grandes santos que levaram esperança e paz a cidades inteiras, dando a vida pelo anúncio de Cristo e fazendo florescer entre os homens a alegria profunda.
Citou São Carlos Borromeu, a Beata Teresa de Calcutá e João Paulo II, “um grande missionário”, segundo Bento XVI, que “relançou a missão ad gentes e, ao mesmo tempo, promoveu a nova evangelização”.
Em sua intervenção, o Pontífice recordou que “a vocação da Igreja é a evangelização: tanto as populações que ainda não foram “regadas” pela água vida do Evangelho como aquelas que, ainda tendo antigas raízes cristãs, precisam de seiva para dar novos frutos e redescobrir a beleza e a alegria da fé”.
E confiou esta evangelização a Nossa Senhora, pedindo que ela “acompanhe sempre e em todos os lugares o anúncio do Evangelho, para que se multipliquem e se ampliem no mundo os espaços nos quais os homens reencontram a alegria de viver como filhos de Deus”.
Após rezar a oração mariana pascal, em sua saudação em língua espanhola, o Santo Padre convidou a “renovar com alegria a esperança cristã que nasce do mistério pascal, para enfrentar as dificuldades, afugentar o desânimo e esforçar-se por construir um mundo mais digno do homem, segundo os desejos de Deus”.
Em sua saudação em língua polonesa, o Papa invocou o dom da beatificação do cardeal Stefan Wyszynski, recordando que ontem foram comemorados os 30 anos do seu falecimento.
“Aprendamos dele o total abandono na Mãe de Deus – exortou. Sua confiança expressada com as palavras ‘Confiei tudo a Maria’ seja para nós um modelo especial.”
Finalmente, em italiano, Bento XVI se referiu à beatificação de Maria Serafina do Sagrado Coração de Jesus, fundadora do Instituto das Irmãs dos Anjos, Adoradoras da Santíssima Trindade, que aconteceu ontem em Cerreto Sannita.
“Ao recordar o centenário do seu nascimento ao Céu – disse -, nós nos alegramos com suas filhas espirituais e com todos os seus devotos.”

Fonte: http://www.zenit.org/article-28083?l=portuguese (Acesso 29/05/2011 às 21h16)

domingo, 29 de maio de 2011

NOVAS VOZES DE DEFESA DA FAMÍLIA


O desprezo do casamento tem custo alto

Por Pe. John Flynn, L.C.
ROMA, domingo, 29 de maio de 2011 (ZENIT.org) - A família é a pedra fundamental da sociedade e o melhor instrumento para o bem-estar dos indivíduos.
Estas afirmações são comuns nas fontes católicas, baseadas na antropologia cristã. Mas não é tão comum ouvi-las no mundo laico.
Porém, um relatório recente da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) reproduziu precisamente estas afirmações.
Em nota para a imprensa a propósito do relatório, publicada em 27 de abril, a OCDE afirma que as famílias são uma fonte essencial de apoio econômico e social para as pessoas, além de instrumento crucial de solidariedade.
“As famílias proporcionam identidade, amor, cuidado, alimento e desenvolvimento para os seus membros e formam o núcleo de muitas redes sociais”.
O relatório, intitulado “Garantir o Bem-Estar das Famílias”, reconhece ainda que a pobreza está aumentando nas famílias com filhos em quase todos os países membros da OCDE.
Os pais também têm dificuldades para combinar o trabalho com os compromissos familiares. O relatório pede que os governos adotem políticas de apoio às famílias, dando assistência e ajuda econômica mediante iniciativas como mais flexibilidade laboral para os pais. Segundo a OCDE, o gasto público médio em auxílios familiares representa pouco mais que 2,2% do PIB nesse grupo de países.
Uma das áreas em que poderia ser feito mais é a do incentivo à natalidade. Muitas famílias querem mais filhos, aponta o relatório, e em vários países as pessoas têm menos filhos do que gostariam.
As taxas de natalidade dos países da OCDE caíram significativamente nas últimas décadas, chegando hoje a 1,7 filhos por mulher.
Países com nível mais alto de fertilidade dão mais apoio aos nascimentos, tanto através de pagamentos em dinheiro quanto por meio de serviços para as famílias com filhos pequenos. As políticas de trabalho de tempo parcial para as mães também ajudam as famílias a harmonizar com mais eficácia o emprego e o cuidado dos filhos.
Apoiar as famílias não traz resultados bons somente para os pais. “O bem-estar das crianças está ligado ao da família. Quando as famílias prosperam, as crianças prosperam”.
Pesquisa no Reino Unido
Um estudo recente no Reino Unido ressalta a importância da vida familiar. Foram publicados em fevereiro os resultados de uma pesquisa de 2009, feita em 40.000 domicílios pelo Institute of Social and Economic Research da Universidade de Essex.
O estudo abrange uma gama ampla de assuntos, mas um dos capítulos se concentra na família. Entre os resultados, os seguintes destaques:
- Casar torna os casais notavelmente mais felizes do que apenas morar juntos.
- A satisfação dos jovens com sua situação familiar é claramente ligada à qualidade das relações dos seus pais. Nas famílias em que a mãe não é feliz no relacionamento, só 55% dos jovens se dizem "completamente satisfeitos" com sua situação familiar, em contraste com 73% dos jovens cujas mães são "muito felizes" no relacionamento.
- Filhos de pais solteiros são menos propensos a se considerar plenamente felizes com a própria situação familiar.
- Crianças que não discutem com nenhum dos pais mais de uma vez por semana têm um nível de felicidade maior do que aquelas que têm discussões frequentes. A pesquisa também descobriu que a felicidade das crianças melhora quando elas conversam frequentemente sobre temas importantes com os pais.
- Também é importante jantar em família. As crianças que jantam com a família pelo menos três vezes por semana são mais propensas a se considerar plenamente felizes do que aquelas que vivem essa experiência menos de três vezes por semana.
Qualidade
Outro estudo recente, feito pela organização Child Trends e publicado nos Estados Unidos em 8 de abril, examina a influência exercida nas crianças pela qualidade do relacionamento de seus pais.
Com o título “Qualidade da Relação dos Pais e Resultados dos Filhos por Subgrupos”, o estudo analisa as respostas de mais de 64.000 pais com filhos de 6 a 17 anos.
A qualidade da relação dos pais é “associada de modo contínuo e positivo a uma série de resultados da criança e da família”. Esses resultados incluem problemas de comportamento, rendimento escolar e comunicação pais-filhos.
Segundo o estudo, as pesquisas dos últimos anos sugerem que as relações de mais qualidade dos pais tendem a propiciar, nos filhos, atitudes mais positivas para com o casamento, o que torna mais provável que eles próprios venham a ter casamentos de boa qualidade.
Elizabeth Marquardt, diretora do site FamilyScholars.org e autora de um livro sobre os efeitos do divórcio nos filhos, lamenta, a respeito deste estudo, a omissão quanto à influência do estado marital nas crianças.
Marquardt afirma que o aprofundamento das tabelas e das estatísticas sobre o tipo de relação familiar proporciona uma interpretação mais adequada dos resultados. Quando detalha o tipo de família, a enquete mostra que os enteados têm o dobro de probabilidade de apresentar problemas de comportamento em comparação com as crianças que moram com seus pais casados. Os problemas aumentam para as crianças que moram com casais amasiados: eles têm quase três vezes mais probabilidade de apresentar problemas de comportamento.
As diferenças de situação marital dos pais repercutem ainda em outros parâmetros, como as relações sociais e o comportamento escolar dos filhos.
Marquardt menciona também que os resultados do estudo mostram que a qualidade da relação entre os adultos depende do fato de estarem casados ou não. A maior estabilidade e durabilidade de um casal casado são de grande ajuda para os filhos.
O casamento é bom
Mesmo não sendo nova a notícia de que o casamento é bom tanto para os casais como para os filhos, ela continua sendo confirmada pelas pesquisas. No início do ano, o doutor John Gallacher e David Gallacher, da Faculdade de Medicina da Universidade de Cardiff, publicaram em artigo no BMJ Student.
Uma reportagem publicada no dia 28 de janeiro pelo jornal Independent analisava, partindo dos dados dos pesquisadores, se o casamento é bom para a saúde.
“A conclusão é que, medicamente falando, o grupo mais longevo é o dos casados”, comentou o Dr. Gallacher.
Seu trabalho fazia referência a um estudo que envolvia milhões de pessoas em sete países europeus. Mostrava que, em média, os casais casados vivem em média 10% a 15% mais.
Quando se trata das crianças, Kay S. Hymowitz, em um artigo publicado no Los Angeles Times no dia 11 de novembro, afirma que as relações instáveis são mais prejudiciais para as crianças do que a pobreza.
Hymowitz se baseava no material publicado na edição de outono da revista Future of Children. Os artigos da revista eram a conclusão de um estudo sobre 5.000 crianças nascidas em áreas urbanas, entre populações de minorias.
O estudo acompanhou crianças que nasceram no fim dos anos noventa. Ao nascer, a metade dos casais vivia junto, sem estar casado, ainda que declarasse a intenção de casar. No entanto, cinco anos depois, só 15% desses casais tinham se casado. 60% tinham rompido.
Muitas das famílias desfeitas tinham problemas econômicos, e os filhos tinham pouco contato com seu pai biológico.
O estudo mostra que as crianças com mães solteiras tinham mais problemas de comportamento do que aquelas com o pai e a mãe casados. Os problemas pioram quando há rupturas e novas relações.
Os governos responderão ao apelo da OCDE pelo aumento do apoio às famílias? O custo de não fazer isso é muito alto.

Fonte: http://www.zenit.org/article-28081?l=portuguese (Acesso 29/05/2011 às 21h13)

sábado, 28 de maio de 2011

Governo apresenta a religiosos plano para acabar com a miséria no país


Plano Brasil sem Miséria, a ser lançado pela presidente Dilma Rousseff na próxima quinta-feira, 2, foi apresentado nesta sexta-feira, 27, a grupos religiosos convidados pela Secretaria Geral da Presidência da Republica e pelo Ministério do Desenvolvimento Social. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi representada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, dom Guilherme Antônio Werlang, e pelo presidente da Caritas Brasileira, dom Luiz Demétrio Valetini, além de assessores e membros de organismos da CNBB.
O ministro da Secretaria da Presidência, Gilberto Carvalho, ressaltou a importância das religiões no combate à pobreza e a miséria no país. “A prática religiosa do Brasil é responsável por uma grande prática social no país. O governo sozinho não dá conta [de acabar com a pobreza]”, disse o ministro. “Como cristãos o que mais buscamos é uma sociedade fraterna, sem desigualdades”, acrescentou.

A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, apresentou o Plano Brasil sem Miséria cujo objetivo é tirar da extrema pobreza os 16,2 milhões de pessoas apontados pelo Censo 2010. Estão neste grupo aqueles cuja renda familiar per capita é até R$ 70.

Segundo dados do Censo, 59% desse total, isto é, 9,6 milhões, estão no Nordeste. Dos que estão no campo, 25% estão na linha de extrema pobreza. Em relação à idade, 51% dos extremamente pobrest êm até 19 anos. Outro dado que chama a atenção é que 70,8% dos que estão na linha de extrema pobreza são negros e 25,8% analfabetos.

O Plano é construído a partir de três eixos de atuação: garantia de renda, inclusão produtiva e acesso a serviços públicos. “O Plano não é do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). Ele é construído com os outros ministérios como o da Saúde, SEPIR, Pesca, Direitos Humanos. Esta é a única forma do Plano chegar na ponta”, explicou a ministra Tereza Campello.

De acordo com a ministra, o Plano não muda a ação que o Estado já vem fazendo no combate à fome como o Bolsa Família, mas prioriza uma população extremamente pobre. “Não estamos mudando a ação do Estado. Estamos dizendo que há uma população extremamente pobre que precisa ser acolhida. É uma ação extraordinária do Estado Brasileiro e contará com o apoio e a solidariedade de universidades, empresas, Igrejas”.

Papel das Igrejas

A ministra apontou, pelo menos, três formas de contar com a participação dos grupos religiosos: a) o apoio na busca ativa dos que se encontram em situação de extrema pobreza com mobilização local e disseminação de informação; disponibilização de informação de cadastro e encaminhamento das pessoas; 2) ajuda no controle social e 3) apoio na ação de sensibilização dos gestores.

Elogiada pelos participantes, a iniciativa do Governo mereceu também observações. “De onde vêm os pobres? De uma injusta desigualdade no país”, disse o presidente da Cáritas, dom Demétrio Valentini. “Por isso, todos precisam se sentir interpelados [pelo Plano]”, acrescentou. Para o bispo, uma reforma tributária justa “pode ajudar a diminuir a desigualdade”.

Já o presidente da Comissão para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz da CNBB, dom Guilherme Werlang lembrou a necessidade de acelerar a reforma agrária no país e buscar a harmonia entre desenvolvimento e a vida no planeta terra. Para dom Guilherme é preciso ainda aproveitar melhor os alimentos de cada região e facilitar o acesso a recursos públicos para os que trabalham no combate à pobreza. “Seriamos mais eficientes se tivéssemos mais recursos públicos”, disse o bispo.

O pastor da Igreja Assembleia de Deus, em Madureira (RJ), Abner Ferreira, lembrou que as estruturas das Igrejas podem ser usadas no trabalho de combate à pobreza.  “É preciso usar as potencialidades locais já existentes como as construções das Igrejas que ficam ociosas durante a semana. Aprendi que a solidariedade não tem religião”, disse o pastor.

O secretário executivo do Movimento de Educação de Base (MEB), padre Virgílio Uchoa, acentuou a importância do novo Plano do Governo integrar a questão cultural. “É necessário  integrar ações educativas libertadoras. As pessoas precisam se sentir protagonistas do processo”, observou.

Além da CNBB, participaram da reunião representantes do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC); Igreja Metodista; Convenção Batista Nacional; Terreiros - Matriz Afro; Congregação Israelita Paulista; Confederação Israelita Brasileira; Federação Israelita de São Paulo; Ministério Madureira;  Igreja Evangélica Assembléia de Deus Pernambuco; Bancada Evangélica; Federação Nacional de Ação Social e Política Cristã (FENASP) e Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil e Exterior (OMEBE).

MUDANÇAS NA REALIDADE EXIGEM MUDANÇAS NA CULTURA

Arcebispo comenta “desvalores” que enfraquecem um povo


BELO HORIZONTE, sexta-feira, 27 de maio de 2011 (ZENIT.org) - A cultura, entendida como “estilo de vida comum”, refere-se “ao conjunto de valores que animam a totalidade da vida de um povo”. No Brasil, para se alcançar as mudanças que a realidade exige, é preciso mudar determinadas culturas semeadas no tecido social e político.
O arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, fala sobre esse tema em artigo divulgado à imprensa nesta sexta-feira. 
Segundo Dom Walmor, a cultura também evidencia os “desvalores” que enfraquecem um povo, “formando determinada consciência coletiva, definindo costumes, configurando instituições e seus funcionamentos, moldando práticas e dinâmicas da convivência social”.
“É um exemplo ilustrador considerar a cultura de massa para sublinhar o próprio de sua qualidade, tais como espetáculos de revistas, telenovelas, histórias em quadrinhos, e até música popular, balizando uma vida marcada por superficialidade, repetição de situações óbvias e; seja pensada especialmente - em razão da seriedade - a exploração dos gostos mais banais do público.”
“Essa consideração e de outros âmbitos explicitam o quanto é importante o entendimento da realidade à luz da cultura com suas dinâmicas”, afirma.
É oportuno localizar sob essa luz – prossegue Dom Walmor – “a avalanche de questões que incomodam a sociedade brasileira e nela perpetua atrasos, mesmo emoldurada por oportunidades singulares quanto ao crescimento econômico, até nas nebulosidades presentes, a existência de clarividências políticas”.
“Há uma antífona cantada em todos os cantos do país a respeito dos retardamentos quanto à infraestrutura para que o Brasil hospede, de forma adequada, grandes eventos como a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas, em 2016.” 
“Também, necessidades na infraestrutura para a vida de hoje e de amanhã do povo brasileiro, gritam urgências, quando se pensa em aeroportos, estradas e outras demandas básicas como a lucidez na política habitacional para responder à defasagem dos sem-casa, dos que vivem em situação de risco e de desrespeito à dignidade”, afirma.
Há – afirma o arcebispo – uma “burocratização congênita que inviabiliza respostas e impede o usufruto de oportunidades de desenvolvimento compartilhado para mudar cenários sociais, incompatíveis com conquistas do próprio Estado”.
“A lucidez de gestores e de governantes tem sido empacada pela falta de escalões capazes de avançar nas oportunidades deste tempo e nesta sociedade.”
“É interessante - para mostrar o quanto a realidade está vinculada, impulsionada ou amordaçada pela cultura - ouvir nas conversas, mesmo nos estratos populares, perguntas como: por que os japoneses já refizeram em tempo recorde as estradas mais danificadas pelo tsunami acontecido há poucos meses, e aqui é preciso muitos meses para fazer uma ponte?”
“Por que se adiam, várias vezes, a inauguração de viaduto e outras? Não menos graves são os entendimentos que pautam o proceder no ‘cartorialismo’, nas barganhas, ou ainda, na cultura de ‘mexer os pauzinhos’, esconder a verdade e solapar propostas, indicando o quanto é preciso mudanças na cultura para alavancar mudanças urgentes na realidade”, afirma o arcebispo. 
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Na internet, íntegra do artigo: http://www.arquidiocesebh.org.br/ 

Fonte: http://www.zenit.org/article-28073?l=portuguese (Acesso 27/05/2011 às 21h25)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Igreja – Povo de Deus – em Movimento

«Pastoral urbana – desafios, impasses e perspectivas».
Texto:
P. Devair Carlos Poletto.

Subsídio Complementar

O presente subsídio de reflexão foi proposto pelo grupo coordenador do que se está chamando «Igreja – Povo de Deus – em movimento». Grupo significativo de presbíteros e leigos comungam de mesmas preocupações pastorais e teológicas.

            Com a realização deste que tem como tema «Pastoral Urbana – desafios, impasses e perspectivas», no dia 28 de maio de 2011, a proposta é apresentar aos participantes alguns pontos que manifestam tal preocupação de tal forma que a mesma seja objeto de reflexão permanente das lideranças nas diversas estruturas e níveis das comunidades. Acrescente-se a isso, a recente publicação do texto «Análise de conjuntura e Sínodo para uma nova evangelização», documento 13, da 49ª. Assembléia geral do Episcopado Brasileiro, elaborado pelo P. Mário de França Miranda, jesuíta. (Acesse o link abaixo e leia mais)

Bispos do Regional Sul 1 da CNBB realizam Assembleia em Aparecida

Foto do Arquivo do Regional Sul 1 CNBB (www.flickr.com/photos/cnbbsul1/sets/72157624407850834)
Todos os direitos reservados


O Regional Sul 1 da CNBB (Estado de São Paulo) realiza sua 74ª Assembleia dos Bispos nos próximos dias 7 a 9 de junho, no auditório do Santuário Nacional de Aparecida (SP). Durante três dias, os bispos do episcopado paulista vão discutir temas como apresentação dos relatórios das Comissões Episcopais e Econômico; escolha do tema para a próxima Assembleia das Igrejas, prevista para outubro, como também será eleita a nova Presidência que atuará durante os próximos quatro anos.

Além dos bispos do estado de São Paulo, participarão os subsecretários das sub-regiões pastorais, padres coordenadores diocesanos de pastoral, e organismos que compõem o SUL 1, dentre eles Osib; Comissões de Presbíteros e Diáconos; Conferência dos Religiosos do Brasil; Cáritas; Conselhos de Leigos e Missionário; Pastorais da Criança, do Menor, da Sobriedade e da Pessoa Idosa também participam da assembleia. São convidados, ainda, os bispos eméritos e dos outros ritos orientais.

A assembleia acontece todos os anos e, de acordo com o regulamento do Conser (Conselho Episcopal Regional), a reunião de seus membros convocados permite constituir órgãos permanentes, traçar as diretrizes da ação evangelizadora e pastoral e decidir sobre os assuntos de sua competência, respeitado o direito comum da Igreja quanto às competências do bispo diocesano, à norma do artigo 2º do Regulamento.

O Regional Sul 1 é composto por 41 Dioceses e Arquidioceses; 6 Regiões Episcopais e dividido em 8 Sub-Regiões Pastorais (Aparecida, Botucatu, Campinas, Ribeirão Preto I e II; São Paulo I e II; Sorocaba). 



SERVIÇO
74ª Assembleia do Regional Sul 1 da CNBB
Data: 07/06 e 09/06
Horário: Inicio 14h (07/06) e Término 12h (09/06)
Local: Auditório do Santuário Nacional de Aparecida
Mais informações:
(11) 3253-6788


LITURGIA DA PALAVRA: “E ROGAREI AO PAI E ELE VOS DARÁ OUTRO PARÁCLITO”

Por Gabriel Frade, professor de Liturgia e Sacramentos


SÃO PAULO, quinta-feira, 26 de maio de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos o comentário à liturgia do 6º Domingo da Páscoa – At 8, 5-8.14-17; Sl 65 (66) 1-3a.4-5.6-7ª.16.20; 1Pd 3, 15-18; Jo 14, 15-21 – redigido pelo professor Gabriel Frade. Natural de Itaquaquecetuba (São Paulo), Gabriel Frade é leigo, casado e pai de três filhos. Graduado em Filosofia e Teologia pelaPontificia Universitas Gregoriana (Roma), possui Mestrado em Liturgia pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora D’Assunção (São Paulo). Atualmente é professor de Liturgia e Sacramentos no Mosteiro de São Bento (São Paulo) e na UNISAL – Campus Pio XI. É tradutor e autor de livros e artigos na área litúrgica.
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6º Domingo da Páscoa
Leituras: At 8, 5-8.14-17; Sl 65 (66) 1-3a.4-5.6-7ª.16.20; 1Pd 3, 15-18; Jo 14, 15-21.
Vinde, Pai dos pobres, vem doador dos dons, vem, luz do coração; grande consolador, doce hóspede da alma, doce consolo.”
(Veni Sancte Spiritus – Sequência de Pentecostes. Séc. XIII).
E a Palavra de Deus crescia (At 6, 7).
Assim terminava a leitura de Atos dos Apóstolos, proposta pela Liturgia da Palavra do Domingo anterior. A primeira leitura hoje nos apresenta a continuação e a explicitação desse crescimento da Palavra de Deus.
Filipe - que com toda probabilidade não se trata de Filipe, o apóstolo do grupo dos Doze, mas um daqueles Sete eleitos do grupo dos “helenistas” (At 6, 1-7) - é descrito em movimento: ele sai de Jerusalém e desce a uma cidade da Samaria, vai para a região dos samaritanos.
Os samaritanos, como se sabe, não eram estimados em Israel. O autor do livro do Eclesiástico, por exemplo, dirá com palavras fortes que os samaritanos são “povo estúpido que habita em Siquém” (Eclo 50, 26. Trad. Bíblia de Jerusalém, ver a respectiva nota explicativa no texto). O evangelho de João, no episódio da cura do cego de nascença, nos faz saber que chamar alguém de “samaritano” em Israel, era o equivalente a uma ofensa ou xingamento (Jo 8, 48).
Por outro lado, os samaritanos também não facilitavam a vida dos judeus. O evangelista Lucas (Lc 9, 52s) nos dá a conhecer a má vontade e o despeito com os quais os samaritanos tratavam os peregrinos judeus que iam em direção a Jerusalém, para as grandes festas do calendário religioso judaico: simplesmente lhes negavam hospitalidade.
Apesar desses “antecedentes” provocados por divergências em relação à Torá - os judeus sempre consideraram os samaritanos hereges - Jesus, embora sendo igualmente judeu, demonstra uma grande benevolência para com os samaritanos.
São Lucas, de modo particular através de seu evangelho, nos narra essa simpatia de Jesus, oferecendo-nos algumas ocasiões onde os samaritanos aparecem em situações favoráveis perante a benevolência divina (Lc 10, 33; 17, 16); de fato, é famosa aquela passagem Lucana que a tradição chamou de o “Bom Samaritano” (Lc 10, 29-37).
Mas, ao olhar para esses antecedentes de inimizade recíproca, bem poderíamos nos perguntar se poderia existir de fato para um judeu algum “bom samaritano”. De modo análogo, muitos hoje se perguntam - dentro de uma ótica apenas humana - se haveria de fato, algum “bom ladrão” (Lc 23, 39 – curiosidade: a Catedral de São José dos Campos – São Paulo – é dedicada a São Dimas, o bom ladrão)...
Sem querer aprofundar aqui estes argumentos, basta afirmar que a lógica de Deus não é lógica humana: Filipe, um cristão vindo do judaísmo helênico, vai para a Samaria, e a Boa Nova começa a se expandir justamente por onde, num primeiro momento, pareceria pouco provável.
Mais uma vez, Deus dá uma atenção maior aqueles que são desprezados e mais fracos.
Vale a pena destacar ainda, o fato de Filipe realizar as obras que Jesus mesmo fez (cf. Jo 14, 12) ao chegar nessa cidade samaritana; quase a dizer que é o próprio Jesus que permanece na pessoa de Filipe (At 8, 6).
O fruto mais evidente dessa presença maior e misteriosa na pessoa de Filipe (“ouviam falar nos sinais que operava ou viam-nos pessoalmente” v. 6) é a “grande alegria” (v. 7), quase que inexplicável, que surge naqueles samaritanos que acolheram a Boa Nova: eles que são a prefiguração do anúncio do evangelho a toda a humanidade. “Aclamai a Deus, terra inteira, cantai glória ao seu nome...” (Salmo Responsorial).
Essa alegria é ratificada com o dom do Espírito Santo, comunicado pelos apóstolos (v. 15.17), eles que haviam recebido por sua vez o Espírito Paráclito do próprio Senhor e que com eles permaneceu sempre (cf. Evangelho: Jo 14, 16).
Em virtude desse mesmo Espírito atuante na liturgia (Catecismo da Igreja Católica, CIC, 1076), o anúncio que fez Filipe aos samaritanos é o mesmo ao qual somos chamados a acolher no nosso hoje, na nossa história.
Nesse sentido, é importante lembrar que o cristianismo é essencialmente uma experiência, é um encontro com o Cristo Ressuscitado e, para além de qualquer sentimentalismo tão em voga em nossos dias, é verdadeira alegria, é verdadeira beleza que tem o poder de transformar nossas vidas: “Transformou o mar em terra seca, atravessaram o rio a pé enxuto... Ali alegramo-nos com ele...” (Salmo Responsorial. Trad. Bíblia de Jerusalém).
Essa experiência com o Senhor, por meio do Espírito, já a fizemos em nosso Batismo (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, RICA, 2 e CIC, 1213ss), mas é necessário aprofundá-la, vivê-la mais intensamente na liturgia (Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, SC 2).
O Concílio Vaticano II afirmou com muita força que a Igreja não pode fazer a menos que anunciar aquilo que ela mesma recebeu de seu Senhor, por meio do Espírito Santo (cf. Concílio Vaticano II, Decreto Ad Gentes, AG n.2).
Ora, a Igreja não é uma entidade abstrata. São Pedro nos dizia no domingo anterior que nós somos “as pedras vivas desse edifício espiritual” (cf. 1Pd 2, 5) que é a Igreja (cf. Concílio Vaticano II, Lumen Gentium, LG 6 e 7); somos aqueles que, mesmo diante das adversidades da vida, ao fazermos em primeira pessoa a experiência do Mistério Pascal, devemos estar “sempre prontos a dar a razão de nossa esperança a todo aquele que no-la pede” (1Pd 3, 15. Segunda Leitura).
Dar razão de nossa esperança, o transmitir da fé, é algo portanto que nos diz respeito diretamente (Lc 18, 8). A partir dessa constatação podemos pensar, por exemplo, em quantas crianças hoje, apesar de terem pais católicos, são “órfãs” na fé (cf. Evangelho Jo 14, 18)? Numa visão pouco católica, não são poucos hoje na Igreja aqueles que crêem ser função apenas do catequista ensinar os rudimentos da fé às crianças...
O Diretório Nacional de Catequese - DNC (CNBB, Doc. 84) afirma com veemência a primazia dos pais na catequese de seus filhos (DNC n. 238), primazia esta que tem sua raiz no próprio Mistério Pascal vivenciado no sacramento do matrimônio.
“Se me amais, observareis meus mandamentos” (Jo 14, 15. Evangelho).
Jesus ao afirmar a observância dos mandamentos se apresenta como o novo Moisés, o grande líder vetero-testamentário que mediou a entrega da Lei divina, os mandamentos, ao povo:
“São estes os mandamentos, os estatutos e as normas que o Senhor vosso Deus ordenou ensinar-vos... Ouve ó Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor! Portanto, amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua força...” (Dt 6, 1.4).
Essa passagem da Escritura é muito cara a todo Israel. As mães e os pais judeus sempre se esmeraram em ensinar a seus filhos, desde pequeninos, a recitá-la diariamente nas horas prescritas ainda hoje pela liturgia judaica. Podemos apenas imaginar como terá ressoado aos ouvidos dos discípulos as palavras de Jesus sobre a observância de seus mandamentos e sobre o amor do Pai: “Quem tem meus mandamentos e os observa é que me ama; e quem me ama será amado por meu Pai” (v. 21).
Jesus nos deixa claro que seus mandamentos não são preceitos jurídicos. Não se trata de legalismo, mas trata-se de amor. (“Dou-vos uma mandamento novo: que vos ameis uns aos outros...” Jo 13, 34.). Fora desta perspectiva o cristianismo poderá correr o risco de reduzir-se a apenas um conjunto de dogmas frios, de ritos, de “catequeses-aulas” a serem aprendidas à memória...
Consideremos o cristianismo apenas a partir desta ótica e correremos o risco seríssimo de dizer muito pouco ao coração do homem contemporâneo, um coração sedento de amor verdadeiro, de um amor capaz de consolar a vida de todo homem e mulher.
“E ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre” (Jo 14, 16b).
A palavra Paráclito vem do grego (paraklêtos) e tem o sentido de “alguém chamado para que esteja ao lado, para que assista”. Em latim o termo será traduzido ora como “consolator” (consolador), ora como “advocatus” donde, o nosso termo português “advogado”, isto é, alguém contratado para fazer a defesa de alguém, falar por alguém, num processo jurídico. O termo enquanto tal possui também o sentido de “protetor, defensor”.
Prescindindo de uma reflexão mais apurada ofertada pela ciência exegética, gostaríamos de considerar o aspecto do Espírito como aquele que pode de fato “consolar” o coração do homem, que pode ser o grande mestre interior capaz de levar o homem à Verdade, ao conhecimento de Deus, o Pai, pelo Filho que é “o Caminho a Verdade e a Vida” (Jo14, 6), no Espírito Santo, doador de todo dom.
Deixar-se abrir a este dom e encontrar o sentido profundo da existência e afagar o rosto carinhoso do Pai bondoso que está nos céus.
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[Dom Emanuele Bargellini, Prior do Mosteiro da Transfiguração (Mogi das Cruzes - São Paulo), que originalmente assina esta Seção, está em viagem à Itália para compromissos de sua comunidade. Ele retorna em quatro semanas. Os comentários deste período estão sob sua curadoria.]


Fonte: http://www.zenit.org/article-28064?l=portuguese (Acesso 26/05/2011 às 23h50)

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