Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

domingo, 15 de maio de 2011

A voz do nosso pároco

4º. Domingo da Páscoa – Ano A – 15 de maio de 2011.

Textos:
At 2,14-a.36-41;Salmo 22; 1Pd 2,20b-25; Jo 10,1-10.


Caros irmãos:

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!

           
            Depois que Jesus ressuscitou do mundo dos mortos e apareceu aos apóstolos uma nova força tomou conta da vida deles. Pedro assume a liderança, que Cristo houvera outorgado numa festa judaica muito antiga chamada «Pentecostes». Era uma festa onde os pobres se reuniam para agradecer a Deus pela colheita. Era uma festa que se celebrava sempre 50 dias após a Páscoa.  A atitude de Pedro modificou o sentido da Festa de Pentecostes; a festa deixava de ser apenas um rito de agradecimento por bens materiais e passava a ser – fortalecida pelo Espírito Santo – uma motivação para ir ao encontro do povo e superar os próprios medos e inseguranças.
            A superação aconteceu a partir da experiência pascal e do encontro pessoal com o Senhor Ressuscitado. O apóstolo Pedro da semana santa – desnorteado, sem rumo, incapaz de compreender a realidade - não é mais o mesmo apóstolo após a Páscoa. O Pedro da Páscoa, por conta do encontro com Jesus Ressuscitado, deixa de ser o Pedro pescador para se transformar no Pedro da Igreja – Povo de Deus – em movimento.  

primeira leitura destaca a pregação missionária de Pedro. Ele não mais se dirige aos discípulos, mas  mergulha e adentra no mundo da diversidade dos povos e das culturas que se reuniam em Jerusalém.«Que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes» (v. 36). Pedro compreende mais a si mesmo e o povo. Consegue finalmente compreender a vida e a obra de Jesus de Nazaré. Pedro compreende que a Palavra se fez homem em Jesus de Nazaré, constituído «Senhor» e «Cristo». A Palavra de Deus então é «Boa-Nova», é um «Evangelho». E o Evangelho é o cumprimento da promessa do Pai aos profetas; aliás, no verdadeiro Evangelho perpassa diagonalmente a linha da profecia.  Assim, a primeira pregação pública de Pedro é marcada pela profecia e pela esperança. Pregação profética porque toma consciência do despojamento total de Jesus e de sua entrega para fazer a vontade de Deus, o «Kenósis» do Servo anunciado pelos profetas. «Também Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos.  Ele não cometeu pecado algum, mentira nenhuma foi encontrada em sua boca. Quando injuriado, não retribuía as injúrias; atormentado, não ameaçava; antes, colocava a sua causa nas mãos daquele que julga com justiça. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados» (vv. 21 a 24, da 1Pd 2). Como podemos perceber tanto a primeira quanto a segunda leitura da Sagrada Escritura, neste «Domingo do Bom Pastor», estão intimamente ligadas quanto ao conteúdo e também nos dá a  dinâmica  original da vida da Igreja conduzida pelo Espírito Santo.

            Somos discípulos e missionários de Jesus Cristo com alegria e esperança. Somos discípulos e missionários porque – pelo batismo em Cristo – Deus nos chamou. «De fato, para isto fostes chamados» (v. 21, da 1Pd 2). O beato João Paulo II em seus ensinamentos pastorais e espirituais sempre e de certa forma retomava esse primeiro entendimento acontecido naquele e único tempo pascal que se repete ao longo dos tempos na vida da Igreja e no mundo.

            Evangelho, como sempre, parte de um fato da vida e da realidade. «Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas» (v.1-2). Os «fatos da vida» devem sempre iluminar nossa compreensão da realidade e nos curar de todo tipo de cegueira. Na Palestina antiga por causa da imensa pobreza vivida pelo povo eles costumavam alugar um curral comum para guardar seus rebanhos. Ao amanhecer, cada pastor ia ao curral ou redil chamar seu rebanho e leva-lo ao campo para a alimentação e cuidados. Jesus utiliza essa realidade e experiência já vivida pelo povo – profundamente profética – para revelar-Se, ou melhor, para dizer claramente quem Ele é. É a experiência e a convivência com as bases do povo, do ponto de vista antropológico e cultural, que Jesus utiliza para iluminar o domingo de hoje. As ovelhas sabiam que o pastor abria a porta do redil para que elas saíssem; quando alguém entrava por outro lugar, as ovelhas ficavam inquietas, pois sabiam que não era o pastor, mas alguém que lhes queria fazer mal.«Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos» (v. 2-5).
            Jesus utiliza a experiência do cotidiano da vida do povo para revelar aos fariseus quem ele era; mas, o texto intermediário nos diz que eles não entenderam o que Jesus dizia. «Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer» (v. 6). São João nos dá a entender o motivo da falta de compreensão – do ponto de vista dos sinais – dos fariseus. Quando não se consegue enxergar a presença de Deus na realidade da vida humana ficamos cegos e nossa inteligência não funciona. É preciso sempre unir fé com a vida.
            Na conclusão, a declaração reveladora: «Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância» (v. 9-10) Jesus é o Bom Pastor porque não agiu como «ladrão» e «assaltante». Jesus nunca enganou e nunca utilizou de artimanhas contra o Povo de Deus. Jesus nunca utilizou a fé e seu poder para conduzir e reconstituir a Igreja – Povo de Deus -  para as coisas do passado. Por isso diz: «Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram» (v. 8) Esses se apresentam ao Povo de Deus com projetos que não passa por Jesus; portanto, seguem a sua própria ambição e levam o povo à ruína, à desorientação e à confusão. «O ladrão só vem para roubar, matar e destruir» (v. 10-a).

Irmãos e irmãs:

            «Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância» (v. 10-b). É uma espécie de «Aleluia» pascal. «Contra tantos mandatos do ódio, Tu nos trazes a lei do amor! Frente à tanta mentira, Tu és a Verdade, Senhor! Entre tantas notícias de morte, Tu tens a Palavra de Vida! Sob tanta promessa fingida, sob tanta esperança frustrada, Tu tens, Senhor Jesus, a última palavra!» (VER: «Aleluiá» de Milton Nascimento, Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra). «Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância!». A Tua verdade nos libertará! Amém! Aleluia, Aleluia!

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 15/05/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross