Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

sábado, 25 de dezembro de 2010

Destaque do mês

1º Encontro Nacional dos Movimentos Juvenis
3 - 5 de dezembro de 2010


Centro Mariápolis Ginetta
Vargem Grande Paulista - SP

disponível em: www.jovensconectados.org.br


"Jovens discípulos, vidas unidas em missão"
Realização: CNBB - Setor Juventude

Nós estivemos lá representando o nosso Movimento!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Encerramento das atividades do MEJ São Francisco - 2010

por Rosangela Molina


Após um intenso ano vivido, é hora de parar, refletir, avaliar e repensar os caminhos.

Em 2010, o Movimento Eucarístico Jovem da Paróquia São Francisco de Assis buscou um aprofundamento e fortalecimento de fé do grupo.

Com a chegada de novos mejistas, a acolhida e a partilha foram fundamentais. A interação e integração com núcleos do MEJ de outras paróquias (uns bem pertinho, outros de bem longe...) nos fez perceber a grandeza deste movimento juvenil.

Foram inúmeras as atividades proporcionadas: Encontros de formação; retiro; encontro nacional; visita à outros núcleos; missas festivas na paróquia e na diocese; horas santas; adorações eucarísiticas; festas; momentos de pura descontração; passeios culturais; encontros dominicais que ganharam uma nova dinâmica neste ano (reflexão mais aprofundada ligando Evagelho, Vida e Missão).

Passos importantes estão sendo dados nos diferentes âmbitos do Movimento, talvez um dos mais importantes seja a organização da Coordenação Nacional e a interação interestadual dos núcleos do MEJ.

Este é o momento de unirmos forças e orações.

O MEJ vem ganhando destaque entre os Movimentos Juvenis, porém há muito o que ser feito ainda.

Para nós do MEJ São Francisco, o grande desafio é propiciar às crianças e jovens que receberam o Sacramento da 1ª Eucaristia e Crisma, a oportunidade de se aprofundarem na fé e sentir este grande amor que vem do Sagrado Coração de Jesus e nos faz seguir em frente na missão de evangelizar outros jovens.

Agradecemos a Deus por tantas graças recebidas no decorrer deste ano que termina!
Agradecemos a todos que nos apoiam e nos incentivam em nossa missão!

Desejamos a todos vocês, que participam ou visitam nosso blog, um Santo e Feliz Natal!
Que o Nascimento do Menino Jesus faça renascer no coração de cada um de nós a paz e a esperança de um mundo melhor e a coragem de "ser jovem" e disponível para Deus.

Desejamos, ainda, que 2011 seja repleto de bençãos e nosso trabalho possa dar muitos frutos. Deus nos ajude a ser, a cada dia, verdadeiros "instrumentos da Vossa paz"!


Feliz Natal!
Um grande abraço!
Equipe blog MEJ São Francisco de Assis.

A voz do nosso pároco

Natal do Senhor
Missa da noite - 24 de dezembro de 2010
Textos:Is 9,1-6; Salmo 95; Tt 2,11-14; Lc 2,1-14 (O nascimento de Jesus)


Irmãos e irmãs:
«Eu vos anuncio uma grande alegria: nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor»
(Lc 2,11).


O Natal do Senhor é um convite de Deus nosso Pai para que nós também caminhemos e nos voltemos para Ele. Deus veio ao encontro da nossa humanidade.

Desde o «gênesis» da caminhada do homem, Deus tem sido o «rochedo, onde encontramos a salvação» (Salmo 88,27).

«Cantai ao Senhor um cântico novo» com anúncios de salvação a todos os povos e nações. O anúncio da salvação e a manifestação da glória de Deus é nossa missão, como Igreja, nesse mundo.


Caríssimos irmãos e irmãs:
«Hoje nasceu o nosso Salvador».


O Verbo chora numa manjedoura. Chama-se Jesus, que significa «Deus salva», porque Ele «salvará o povo dos seus pecados» (Mt 1,21). Não é num palácio no que nasce o Redentor, que vem a instaurar o Reino eterno e universal. Nasce num estábulo e, permanecendo entre nós, acende no mundo o fogo do amor de Deus (cf. Lc 12,49). Este fogo nunca mais se apagará.

Possa este fogo arder nos corações como chama de caridade ativa, que dê acolhimento e apoio a tantos irmãos provados pela necessidade e pelo sofrimento! Senhor Jesus, que contemplamos na pobreza de Belém, fazei-nos testemunhas do vosso amor, daquele amor que Vos levou a despojar-Vos da glória divina, a fim de nascer entre os homens e morrer por nós.

Senhor Jesus, infundi em nós o Vosso Espírito, para que a graça da Encarnação suscite em toda pessoa de fé o empenho por uma correspondência mais generosa à vida nova recebida no Batismo.

Fazei que a luz desta noite, mais brilhante que o dia, se difunda no futuro e oriente os passos da humanidade no caminho da paz.

Vós, o Príncipe da paz, Vós, o Salvador nascido hoje por nós, caminhai com a vossa Igreja pelas estradas da vida.
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Oração de Natal 2010
por Dom Pedro Casaldáliga


É difícil detectar O Anúncio

em meio a tantos anúncios que nos invadem.

Ainda existe Natal?

Natal é a Boa Nova?

Natal é também Páscoa?

Sabemos que «não há lugar para eles».

Sabemos que há lugar para todos,

até para Deus...

O boi e a mula,

fugindo do latifúndio,

se refugiaram nos olhos desta Criança.

A fome não é só um problema social,

é um crime mundial.

Contra o Agro-Negócio capitalista,

a Agro-Vida, o Bem Viver.

Tudo pode ser mentira,

menos a verdade de que Deus é Amor

e de que toda a Humanidade

é uma só família.

Deus continua entrando por debaixo,

pequeno, pobre, impotente,

mas trazendo-nos a sua Paz.

A dona Maria e o seu José

continuam na comunidade.

A Veva continua sendo tapirapé.

O sangue dos mártires

continua fecundando a primavera alternativa.

Os cajados dos pastores

(e do Parkinson também),

as bandeiras militantes,

as mãos solidárias

e os cantos da juventude

continuam alentando a Caminhada.

As estrelas só se enxergam de noite.

E de noite surge o Ressuscitado.

«Não tenhais medo».

Em coerência, com teimosia e na Esperança,

sejamos cada dia Natal,

cada dia sejamos Páscoa.

Amém, Aleluia.

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«Da mesma fonte»

(Adélia Prado in «A duração do dia». Editora Record. SP. 2010)


De onde vens, graça que me perdoa

Desta tristeza,

Desta nódoa na roupa,

Da seiva má no sangue,

Da pele rachada em bolhas.

De onde vens, certeza

De que um pouco mais de açúcar

Não fará mal a ninguém.

O orgulho fede como um bom cadáver,

Minha cerviz é dura,

Mais duro é vosso amor, Deus escondido

Donde jorram tormentas,

Minha nuca dobrada a este repouso

E esta alegria.
(por Devair Carlos Poletto - 24/12/2010)

QUANDO TE ENCONTRAR

Por Everson Lima

Itamar Nunes, grande poeta, escreveu com muita sensibilidade e autenticidade a  verdadeira essência do AMOR. Confira no poema abaixo. Aproveite e acesse também seu blog (descrito mais abaixo) e confira outras obras dele!

QUANDO TE ENCONTRAR

QUANDO O AMOR ENCONTROU A PALAVRA,
NASCEU A POESIA,
QUANDO O AMOR ENCONTROU O OBJETO,
NASCEU A MÚSICA.

QUANDO O AMOR ENCONTROU DEUS,
NASCEU A FÉ,
QUANDO O AMOR ENCONTROU O ESPÍRITO,
NASCEU A VIDA.

E QUANDO O HOMEM NASCEU,
ENCONTROU EM SEUS SEMELHANTES O AMOR,
E ESTE FEZ MORADA EM SEU CORAÇÃO,
SEMEANDO ESPERANÇA QUE RENOVA A CADA ANO.

ENTÃO, QUE NESTE NATAL,
O AMOR FLOREÇA EM NOSSOS CORAÇÕES,
RENOVANDO A ESPERANÇA,
DE QUE O AMOR SEMPRE ENCONTRE A PAZ.


AUTOR: ITAMAR NUNES
(Filósofo e Poeta)
Fonte: http://euumoutroealgumaspoesias.blogspot.com/

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

IGREJA - POVO DE DEUS - EM MOVIMENTO

Nossa Igreja não para mesmo, está sempre em movimento!

Preocupados e atentos à isso, o mesmo grupo de padres que organizou o Encontro de formação com Dom Angélico, está agora debruçado sobre o livro: “Outro Cristianismo é Possível – A fé numa linguagem moderna” da Editora Paulus, cujo autor é o padre belga Roger Lenaers.

O que podemos esperar após este estudo?
Um novo encontro de formação?
Um material de estudo com base neste livro?

Ainda não temos a resposta, mas enquanto esperamos para descobrir, publicaremos a seguir - em primeira mão - a síntese dos capitulos 11 e 12.

Dúvidas poderão ser encaminhadas através do espaço para comentários da mensagem!
Boa leitura!

Rosangela Molina


«Outro Cristianismo é Possível – A fé em linguagem moderna»
LENAERS, Roger. Editora Paulus, 2010. Coleção Tempo Axial.
Capítulos 11-12

«Crer que Jesus ressuscitou? Ou crer naquele que vive»
«Pão integral em vez de chocolate. Há uma vida após a morte?»



Texto: P. Devair Carlos Poletto

O autor, motivado pelo texto de Dn 2,28b-35, propõe o que ele chama de «uma linguagem moderna», para o conteúdo da fé cristã, por conta da sua formação acadêmica na área da Teologia sob o olhar da filologia. É na ótica da filologia que autor também lê as constituições dogmáticas do Concílio Vaticano II, vendo nesse concílio avanços, mas também retrocessos. O retrocesso principal está no fato de que a Igreja pegou os textos produzidos durante séculos e pura e simplesmente, as traduziu para o vernáculo, não respeitando a vida e os costumes de cada país. Para o autor aí está a razão principal da sensação estabelecida mundialmente de que a fé proclamada pela Igreja se torna incompreensível e obsoleta.

Defensor da «autonomia do pensamento» propõe também uma revisão, não especificamente do conteúdo do CIC, mas, de sua linguagem. O autor faz uma crítica velada em sua obra da fidelidade exagerada por parte dos acadêmicos eclesiásticos ao olhar a produção e o ambiente na qual se foi construindo o que a teologia chama de «Revelação». Para o autor, é necessária uma atualização da linguagem da fé cristã, trazendo para os fiéis não acadêmicos elementos culturais da fé fundante. A obra é, na verdade, um convite para uma revisão.

Entretanto, podemos perceber ao longo da obra, argumentos de certo subjetivismo religioso e filosófico; sobretudo, no que se refere à Cristologia. O autor procura desmontar e rejeitar toda a Teologia Sistemática.

Utilizando, pois instrumentos de análise da Filologia o autor apresenta as diferenças em se professar a fé, a partir de um processo racional (na expressão: creio que...) e a fé professada a partir de uma dinamicidade presente, segundo o autor, já presente nos momentos históricos em que ela se desenvolveu (Creio em...). Assim, o problema estaria na produção intelectual dos que conviveram com Jesus, na comunidade primeva (o primeiro grupo) e os que vieram após o evento pascal. Para o autor, essa busca de racionalidade, do segundo e terceiro grupos, provocou um anúncio não fiel por uma Teologia Fundamental. A organização sequencial dos acontecimentos (descoberta do tumulo vazio – aparições – Ascensão – Pentecostes) se impôs a partir de Lc 24 e At 1-2. Mas, os «testemunhos» propõem de fato esquemas variados, como se pode observar nos relatos de Mt 28 e Jo 20-21, onde a «distinção dos momentos» e a «distribuição do tempo» divergem dos demais relatos da ressurreição de Jesus.

Às formulas estruturadas – confissões de fé, etc – elas deixam «supor» um entendimento diferente do acontecimento, pois se trata aí de uma «condensação verbal» de uma experiência espiritual complexa. Não podemos esquecer que quem sistematiza uma primeira Cristologia é Paulo e é a partir dessa «racionalidade» é que se vão compor outros textos-relatos que alcançarão maior unidade nos textos do Evangelho de João. Mesmo Paulo em sua elaboração teológica sobre a ressurreição de Jesus – em 1Cor 15, 4 – conserva as suas raízes farisaicas e a visão judaica e não a grega, ao aplicar uma concepção apocalíptica judaica quanto à ressurreição. Ele vê naquilo que lhe fora transmitido sobre Jesus elementos de seu próprio aprendizado, desde a sua juventude em Jerusalém, junto ao seu professor, contratado pela sua família, Gamaliel. Paulo contempla a situação dos cristãos mergulhados numa cultura helênica de crise de sentido (cf. 1Cor 15, 12-19). O «kérigma» da ressurreição de Cristo elaborado por Paulo traz em si um juízo que fragmenta a vida real do indivíduo e da comunidade cristã. Aos cristãos de origem grega, Paulo elabora uma síntese de culturas, tendo por base o rigor vetero-testamentário, com o objetivo de alterar comportamentos e visões daquele mundo. Esse mesmo juízo Jesus iria aplicar diante daqueles que negavam a ressureição – os saduceus. Diante dos seus inimigos declarados Jesus se utiliza do pensamento dos fariseus, como vemos em Mt 22,23-32 e em At 4,1ss.

Entretanto, o discurso dos «apologistas» dos séculos II e III centrou-se não na ressurreição de Jesus, mas na «ressurreição geral dos mortos ou da carne», de que a ressurreição de Jesus constituía o exemplo por excelência (v. Taciano na Síria, Atenágoras de Atenas, Irineu de Lyon, Quintus Septimius Florens Tertullianus - Tertuliano, na África - e Orígenes de Alexandria, no Egito). A problemática da ressurreição de Jesus se tornou ponto pacífico no século IV; entretanto, isso provocou outra reflexão não mais sobre a morte e a ressurreição de Jesus, mas, sobre a «Encarnação», a problemática da «humanidade e da divindade» de Jesus. Por isso, o período seguinte será marcado pela elaboração de teses reconhecidas posteriormente pelos Concílios de Éfeso e Calcedônia, como heréticas ou apócrifas.

Embora reconheça que a profissão de fé niceno-constantinopolitana apresenta uma «fé dinâmica», o autor enxerga dificuldades para que fiel moderno compreenda essa fé, pois a «fé dinâmica» é para ser vivida e não tão-somente «compreendida» pelos atuais paradigmas da razão.

O autor faz ainda referência às diversas culturas pagãs no Oriente Antigo que acreditavam numa vida após a morte física. Destaca que Israel, portanto a cultura judaica, não tinha esse elemento sedimentado na sua construção cultural. Lembra que na Bíblica hebraica o «Sheol» aparece mais como um elemento escatológico do Antigo Testamento. Mas a fé numa vida após a morte timidamente entra, sobretudo nas culturas populares judaicas, como um movimento religioso paralelo aos escritos bíblicos e dos ensinamentos rabínicos para uma explicação das perseguições políticas, econômicas e religiosas por parte de outros povos; são as camadas populares que oferecerão o elemento racional fundamental para compreender a realidade daquele momento histórico: é por causa da fidelidade do povo hebreu à Aliança de Deus, uma sucessão de promessas vitais, em que se poderia acreditar que o «corpo» mesmo morto continuaria «vivo». Essa perspectiva entra na versão da Bíblia hebraica para os judeus da diáspora – a «Septuaginta» ou a «Bíblia dos LXX», no chamado grego «koiné», ou seja, o grego de linguagem popular.

Finalmente, o autor apresenta o motivo de sua angústia: a descristianização e um retorno a um processo de «neopaganização» dos povos europeus tendo por razão principal uma sensação de engano provocado por uma falta de crítica. Na linguagem do autor: a Igreja ofereceu aos povos a fé cristã como um doce gostoso, uma fé de imagens e mitos, mas viciante (o chocolate) e não ofereceu um alimento mais sadio e revigorante para o corpo e para as consciências (o pão integral). O autor, em sua obra, parece acreditar que somente agora, no final do século XX e nas primeiras décadas do século XXI, todo o arcabouço do pensamento iluminista começa a fazer efeito e a penetrar nas consciências dos povos.

O autor sugere um caminho. O primeiro ponto é uma revisão geral da escatologia contida nos ensinamentos doutrinais, com uma fundamentação capaz de transformar o fiel de hoje para o contexto e o mundo históricos de onde os textos e os fatos aconteceram. O segundo ponto é a urgente e necessária reelaboração num olhar novo, separando a verdade da fé dos mitos que se incorporaram na vida e nos costumes das comunidades cristãs, ou seja, uma fé mais racional. Assim, numa perspectiva nova abolir os «novíssimos» como conteúdo de fé bem como a imagem de um Deus castigador.

O autor retoma o que parece ser o olhar teológico e pastoral de Paulo ao enfrentar não para ele, mas para as novas gerações de comunidades cristãs, culturas pagãs fortemente combatidas por ele que utilizou os conteúdos da Bíblia hebraica como argumento de razão, portanto em sua perspectiva argumentos não mitológicos. Na verdade, não se aborda na obra os «impactos práticos» que isso produziria na instituição eclesiástica; não nos esqueçamos que o movimento iluminista que produziu uma liturgia exacerbada do culto à razão gerou um pensamento laicizista como base de governos autoritários que, contrariamente à sua suposta «saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram», nas palavras de Kant. Também o autor é pouco crítico ao analisar a «estratégia» utilizada por Paulo no processo da primeira «inculturação» da fé cristã que a apresentou teologicamente e pastoralmente como «algo diferente» para os pagãos convertidos ao cristianismo de então.

Parece propor o início de um «novo tipo de diálogo inter-religioso» entre as comunidades cristãs e as «novas comunidades» formadas em sua maioria pelos novos-pagãos que, «de per si» rejeitam, do ponto de vista religioso qualquer tipo de instituição e do ponto de vista político, a figura e o papel do Estado. Talvez, uma leitura da Exortação Apostólica «Ecclesia in Europa», de 1991, à qual o autor parece responder de forma velada, nos ajude a entender melhor a gravidade, as dificuldades e os elementos de esperança pela qual passa a Igreja na Europa.

A voz do nosso paroco - atualizações

3º. Domingo do Advento – Ano A – 12 de dezembro de 2010
Textos: Is 35, 1-6-a.10; Salmo 145; Tg 5,7-10; Mt 11, 2-11


Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


A Palavra de Deus nos apresentou, domingo passado Cristo Jesus como aquele que faz a unidade de todos os homens. O Espírito Santo, que repousa sobre Ele, nos torna pessoas mais acolhedoras uns para com os outros; em Cristo Jesus somos participantes da única mesa da Palavra, que é seu Evangelho, mas também da Mesa do Pão que nos torna um só Corpo unido pelo amor.

De fato, celebrar o Natal, reunidos em família, é uma atitude profética; é, na prática, fazer a vontade de Deus anunciada pelos profetas. Vontade essa melhor clareada nas palavras e nas ações de Jesus, o Filho Bendito, o Bem-Amado de Deus, o Pai.

Continuamos firmes na escuta da Palavra, iluminados inicialmente pelo profeta Isaías, na primeira leitura, que é um «pequeno apocalipse».

Depois de nos falar do verdadeiro Messias e falar também da sua missão como aquela que resgata o Projeto de Deus, que um projeto de vida em abundância para todo ser humano, o mesmo profeta Isaías hoje nos convida a, mesmo vivendo num mundo tão difícil, a sentir alegria e a perseverar em nossas ações como Igreja – Povo de Deus – em movimento. «Alegre-se a terra que era deserta; germine a alegria; fortalecei as mãos enfraquecidas e os joelhos» (v. 1.2.3).

O profeta Isaías nos relembrava o grande desejo de Deus de, em seu Filho Jesus, retornar ao aconchego de seus braços num mundo verdadeiramente reconciliado; hoje, ele vai além e nos diz com maior clareza o imenso amor que Deus tem por nós. Deus nos quer pessoas animadas, pessoas corajosas. «Criai ânimo, não tenhais medo!» (v. 4). Isaías conclui com o seu «apocalipse» para nos apresentar os sinais da chegada de Deus em nossa humanidade. E para o profeta Isaías, o mundo enxergará a presença de Deus quando nós, seu Povo, atuarmos numa perseverança firme e decidida, superando nossas deficiências e fraquezas. Já sabemos que a Bíblia quando nos fala das deficiências do corpo e dos sentidos humanos quer também nos falar de novas atitudes da comunidade e do seu povo. Assim, a figura do aleijado não é só uma representação física, mas a revelação de uma comunidade que, mesmo tendo fé, não é uma comunidade missionária, discípula e servidora de Jesus Cristo. Por isso, Isaías vai dizer: «O coxo saltará como um cervo e se desatará a língua dos mudos» (v. 6-a). E essa palavra profética serve para nós nos dias de hoje. Como celebrar o Natal sendo uma comunidade que ainda precisa de certas muletas para caminhar; como celebrar o Natal sendo uma comunidade que ainda, com tantos recursos, não se coloca em missão, à caminho anunciando a Boa-Nova da Palavra para tantos irmãos nossos que não frequentam a comunidade!

A paróquia tem que se tornar a «casa» das pessoas; a paróquia tem que se tornar a «escola de Jesus», uma casa e uma escola que gera e produz comunhão, no amor reconciliador de Deus. Essa foi «en passant» uma das conclusões da Assembléia Geral de Pastoral que realizamos no dia 28 de novembro próximo passado.

A segunda leitura do livro do apóstolo Tiago, ilustra bem o que concluímos em Assembléia Geral de Pastoral no dia 28 de novembro. «Ficai firmes» (v. 7-a). Trabalhemos com esperança e sem desanimo. Tiago ilustra mostrando a imagem do agricultor. O agricultor trabalha. «Vede o agricultor: ele espera o precioso fruto da terra e fica firme até cair a chuva do outono ou da primavera» (v. 7-b).

Tiago nos fala também de atitudes, pois a fé se mostra na prática; sem prática, a fé é morta (Cf. Tg 2, 14-26). Podemos dizer no contexto da Assembléia de Pastoral que realizamos que não adianta ter plano pastoral, nem projetos pastorais, quando os membros da comunidade e suas lideranças não mudam as suas atitudes. Tiago é o apóstolo que nos apresenta as grandes dificuldades para que a paróquia não seja a «casa» e nem a «escola» de comunhão. Dificuldades que são consequência. A primeira é quando não escutamos, não falamos e não fazemos o que Jesus nos ensina. Quando chegou a Jerusalém, no contexto da grande cidade, portanto, num ambiente urbano, Jesus chamou os discípulos e apóstolos e instituiu a maior lei: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo (cf. Mc 12, 28-34). Essa é a lei maior da Igreja para todas as realidades; a segunda é a «discriminação», aquilo que Jesus condena: a acepção de pessoas (cf. Tg 2, 1-13); a terceira é quando usamos nossa língua com discussões para fazer o mal com maledicências para atingir as pessoas (cf. Tg 3, 1-12) revelando certa falta de sabedoria. Finalmente, a quarta dificuldade é a discórdia que fruto de um pré-julgamento que fazemos das pessoas. «Quem fala mal de seu irmão ou o julga, fala mal da Lei e julga-a. Se julgas a Lei, não és cumpridor da Lei» (v. 12, cap. 4).

O profeta João Batista manda fazer uma pergunta a Jesus, no Evangelho de Mateus. «João estava na prisão. Quando ouviu falar das obras de Cristo, enviou-lhe alguns discípulos, para lhe perguntarem: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar um outro?”» (v. 2-3). O Evangelho de Mateus primeiro descreve o anúncio dos sinais e depois apresenta o questionamento de João Batista. Mateus em seu Evangelho nos apresenta uma comunidade de judeus convertidos ao cristianismo, mas ainda apegados à Lei de Moisés. Parece nós nos dias de hoje. Jesus Cristo vem para libertar essa comunidade, pois sua Lei é o amor e, nem sempre as leis que fazemos são expressão desse amor. É o amor de Cristo Jesus que nos dá um «olhar novo», nos tira de toda e qualquer paralisia e imobilismo e também faz com que possamos «escutar» o Evangelho de maneira sempre nova. «Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e os pobres são evangelizados. Feliz aquele que não se escandaliza por causa de mim!”» (v. 4-6).

A segunda parte do Evangelho nos mostra os discípulos missionários de Jesus; vai «ao deserto» na alegria revelar o ensinamento de Jesus. «O que fostes ver no deserto?» (v. 7-b). Assim como João Batista preparou o caminho para o Cristo chegar, os discípulos também, em atitudes e palavras proféticas devem agir missionariamente, junto aos mais pobres, como João agiu. «É dele que está escrito: ‘Eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele vai preparar o teu caminho diante de ti’. Em verdade vos digo, de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele”» (v. 10-11).


Caríssimos:


A Igreja no Brasil realiza hoje a Campanha para a Evangelização. Quando ajudamos a Igreja em suas obras estamos fazendo o que Jesus Cristo nos pediu. Todos nós somos responsáveis pela ação evangelizadora da comunidade. Por isso, o lema mais do acertado e inspirador: «Em Cristo somos novas criaturas» como ensina Paulo apóstolo na carta aos Tessalonicenses.

Assim, com alegria aclamemos o Senhor que é paciente e misericordioso para conosco; Cristo nos acolhe em nossa paróquia e nos convida à mesa da comunhão apesar das nossas misérias, desvios e imensas fraquezas. Ele nos chama para continuamente a caminhar, não sozinhos, mas com Ele.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 12/12/2010)

Tempo do Advento

Iniciamos mais um Ano Litúrgico com o Tempo do Advento.

Este tempo de espera pela vinda do Salvador, nos ajuda a renovar nossas forças e esperanças!
É tempo de renovar nosso compromisso com Jesus e com a missão confiada a cada um de nós por Ele mesmo!

Para isso, nos aprofundemos na meditação da Palavra de Deus, nas orações, participemos da Sagrada Eucarístia e sejamos mais generosos, solidários e caridosos!

Aqui, neste nosso espaço, contamos com as reflexões do nosso pároco que diponibiliza seus roteiros homiliéticos, para nos ajudar a compreender a Palavra de Deus que ouvimos aos domingos.

Essa partilha tem tamanho valor, portanto, aproveite ao máximo!
Leiam, reflitam, comentem, escreva para nós também!
Faça deste blog o seu espaço!

"Endireitai os caminhos do Senhor!"
Um ótimo advento à todos!


A voz do nosso paroco


2º. Domingo do Advento – Ano A – 5 de dezembro de 2010
Textos: Is 11,1-10; Salmo 71; Rm 15, 4-9; Mt 3, 1-12


Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


A primeira leitura é do é do livro do profeta Isaías, capítulo 11. Os profetas anunciaram a vinda de Deus ao mundo. Os profetas anunciam a «Encarnação»; A Igreja chama «Encarnação» ao mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus fez-se «carne» (Jo 1,14) tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal distintivo da fé cristã.

Jesus é, inseparavelmente, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de Deus, que é «gerado, não criado, consubstancial ao Pai», fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com isto deixar de ser Deus, nosso Senhor.

Nesse anúncio os profetas diziam que para ver o Messias todos tínhamos que fazer uma caminhada de conversão. O interessante é que a conversão pedida pelos profetas não é no sentido de «mudança de religião», mas, praticar a religião. A prática da religião é extremamente importante e oportuna. É com ela que se pode «transmitir» a fé, o amor e a esperança.

O texto mostra, com imagens fortes, a identidade dessa personagem, quem é e o que vai realizar em favor do povo. A identidade é descrita no v. 2: «Sobre ele repousará o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor do Senhor». Sob sua liderança o povo vai respirar ares novos (a palavra espírito, em hebraico, significa sopro, ar), porque o broto do toco de Jessé se deixará guiar por ventos novos. O v. 2 cita quatro vezes a palavra espírito. Os estudiosos vêem aí uma referência aos quatro pontos cardeais.

A seguir o profeta nos fala como agirá o Messias, mostrando como agirá em defesa do povo. Ele estará comprometido com a causa da justiça, pressuposto básico de quem governa. Fazer justiça é desmascarar a falsidade que distorce os julgamentos, pois os poderosos são capazes de arrolar em favor deles testemunhas falsas. «No temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer» (v. 3). Governar é fundamentalmente fazer justiça aos humilhados e empobrecidos. De sua boca sairá uma sentença de condenação contra os exploradores do povo. «Mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios» (v. 4). Governo justo e legítimo é o que defende os direitos dos fracos. O texto supõe que não há governo neutro, pois a neutralidade já seria conivência com os exploradores em detrimento dos explorados.

Logo a seguir, o profeta apresenta uma imagem que é paradisíaca. Lembra o início, o gênesis. Temos aí a reconciliação de toda a criação. De fato, Isaías mostra que os eternos rivais passarão a viver juntos e a partilhar os bens da vida: lobo e cordeiro, onça e cabrito, carneiro e leãozinho, vaca e urso, leão e boi. O mundo encontra seu verdadeiro lugar, o da paz universal, exatamente como Deus havia planejado no início da criação (cf. Gn 1). A criação reconciliada pode ser conduzida por um garoto. «Até mesmo uma criança poderá tangê-los» (v. 6b). Mais ainda: a serpente, principal inimigo da humanidade, brincará com as crianças (v. 7b). O centro desse paraíso será Israel, a santa terra montanhosa. Segundo Gn 2,9, no centro do paraíso estava a árvore da vida. Aqui, Isaías apresenta, como núcleo central de uma sociedade em estado paradisíaco (árvore da vida), um povo preocupado com a justiça e o bem: «Não farão nada de mal ou prejudicial em toda a minha santa terra montanhosa, pois o país reconhecerá tão plenamente o Senhor, como as águas recobrem o fundo dos mares» (v. 9). Mais ainda: esse povo, cujas lideranças estão comprometidas com a prática da justiça, será uma bandeira levantada que atrai todos os povos (v. 10).

O Evangelho do segundo domingo de Advento, não é Jesus que nos fala diretamente, mas seu precursor, João Batista. O coração da pregação do Batista está contido nessa frase de Isaías, que repete a seus contemporâneos com grande força: «Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!». Isaías, para dizer a verdade, expressava: «Uma voz clama: no deserto, abri caminho ao Senhor» (Is 40, 3). Não é, portanto, uma voz no deserto, mas um caminho no deserto. Os evangelistas, aplicando o texto ao Batista que pregava no deserto da Judéia, modificaram a pontuação, mas sem mudar o sentido da mensagem.

Jerusalém era uma cidade rodeada pelo deserto: ao Oriente, os caminhos de acesso, enquanto se traçavam, facilmente desapareciam pela areia que o vento move, enquanto ao Ocidente se perdiam entre as asperezas do terreno para o mar. Quando uma comitiva ou um personagem importante devia chegar à cidade, era necessário sair e caminhar pelo deserto para abrir uma via menos provisória; cortavam as sarças, aplainavam os obstáculos, reparavam a ponte ou uma passagem. Assim se fazia, por exemplo, por ocasião da Páscoa, para acolher os peregrinos que chegavam da Diáspora. Neste dado, de fato, inspira-se João Batista. Está a ponto de chegar, clama, aquele que está acima de todos, «aquele que deve vir», o esperado os povos: é necessário traçar um caminho no deserto para que possa chegar.

Mas eis aqui o salto da metáfora à realidade: este caminho não se traça no terreno, mas no coração de cada homem: não se traça no deserto, mas na própria vida. Para fazê-lo, não é necessário pôr-se materialmente ao trabalho, mas converter-se: «Endireitai os caminhos do Senhor»: este mandato pressupõe uma amarga realidade: o homem é como uma cidade invadida pelo deserto; está fechado em si mesmo, em seu egoísmo; é como um castelo com um fosso ao redor e as pontes levantadas. Pior: o homem complicou seus caminhos com o pecado e aí permaneceu, seduzido, como em um labirinto. Isaías e João Batista falam metaforicamente de precipícios, de montes, de passagens tortuosas, de lugares impraticáveis. Basta chamar estas coisas por seus verdadeiros nomes, que são orgulho, humilhações, violências, cobiças, mentiras, hipocrisia, imundices, superficialidades, embriaguez de todo tipo (pode-se estar ébrio não só de vinho ou de drogas, mas também da própria beleza, da própria inteligência, de si mesmo, que é a pior embriaguez!). Então se percebe imediatamente que o discurso também é para nós, é para cada homem que nesta situação deseja e espera a salvação de Deus.

Endireitar um caminho para o Senhor, portanto, tem um significado concretíssimo: significa empreender a reforma da nossa vida, converter-se. Em sentido moral, o que se deve aplanar e os obstáculos que se deve retirar são o orgulho – que leva a ser impiedoso, sem amor para com os demais – , a injustiça – que engana o próximo, talvez abduzindo pretextos de compensação para calar a consciência –, por não falar de rancores, vinganças, traições no amor. É vales cheios de preguiça, incapacidade de impor-se um mínimo de esforço, todo pecado de omissão.

A palavra de Deus jamais nos esmaga sob um monte de deveres sem dar-nos ao mesmo tempo a segurança de que Ele nos dá o que nos manda fazer. Deus, diz [o profeta] Baruc, «dispôs que sejam abaixados os montes e as colinas, e enchidos os vales para que se uma o solo, para que Israel caminhe com segurança sob a glória divina» [Ba 5, 7, N. da R.] Deus abaixa, Deus enche, Deus traça o caminho; é tarefa nossa corresponder à sua ação, recordando que «quem nos criou sem nós, não nos salva sem nós».





domingo, 12 de dezembro de 2010

A voz do nosso pároco

Dia de Finados – Ano C – 2 de novembro de 2010
Textos: Sb 3, 1-6; Sl 41; Ap 21, 1-5-a.6-b-7; Mt 5, 1-12
Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

O mundo cristão hoje se reúne para celebrar o Dia de Finados. Somos chamados a contemplar a eternidade, a redenção. Somos chamados a olhar e a superar a mortalidade. Trata-se de uma celebração onde lembramos com saudades das pessoas que estão na casa do Pai. Não é pura e simplesmente uma recordação, mas é uma ação de fé onde demonstramos respeito pelos mortos e elevamos a Deus preces de agradecimento. Agradecimento porque somos herdeiros dos que vieram antes de nós.

O homem toma consciência sobre a realidade da morte, após tomar a decisão de construir o mundo sem Deus. A morte faz o homem enxergar a sua condição de mortal. A negação obstinada do homem em negar o pecado da desobediência a Deus o faz pensar que a morte é uma espécie de castigo; um castigo imposto pelo Criador. Não é assim; Deus deu ao homem a vida plena. Mas, o homem que ainda, nos tempos de hoje, é incapaz de reconhecer seus erros e pecados, refugia-se numa filosofia, num entendimento de sua própria existência, e constata que «a sorte dos homens e dos jumentos é idêntica: como o ser humano morre assim eles morrem. E todos tem o mesmo sopro de vida: nada tem o ser humano mais do que os jumentos, pois tudo é vaidade. Tudo caminha para o mesmo lugar: tudo vem da terra e tudo volta, igualmente, para a terra» (Ecl 3, 19-20).

O livro do Eclesiastes, fortemente existencialista, nos ensina que nenhum ser humano tem força, em si mesmo, em sua própria natureza, em alcançar a imortalidade. O ser humano alcança a imortalidade unicamente porque Deus o destinou à vida eterna. Deus é mais forte do que a morte. Esse será um pensamento fundamental para o novo conteúdo da fé que Jesus Cristo revelará. A fidelidade e o amor de Deus, os ingredientes fundamentais no ato criacional de Deus, ao ser humano vai além da morte. Essa convicção, gradativamente percorre todo o Antigo Testamento e a experiência histórica de fé do povo de Israel. O profeta Ezequiel percebe que a morte nada é diante de Deus. Por isso, encontramos a bela narrativa, em forma de apocalipse, da planície com ossos espalhados e a ação do poder de Deus, que num sopro, une os ossos dispersos e lhes dá corpo novo, com nervos e músculos. «A mão do Senhor estava sobre mim, e o Senhor me levou em espírito para fora e me deixou numa planície repleta de ossos»(Ez 37,1). Deus revelara a Ezequiel um evangelho da ressurreição; a ressurreição de um povo mergulhado em si mesmo gerando sinais de morte. A fé na ressurreição dos mortos vem dos profetas. O profeta Isaías, mais tarde anunciará a ressurreição não somente de um povo em seu conjunto, mas também a ressurreição individual. «Teus mortos, porém reviverão! Seus cadáveres vão se levantar! Acordai para cantar, vós que dormis debaixo da terra! Pois teu orvalho é orvalho de luz e a terra expulsará do ventre os defuntos» (Is 26, 19). Os profetas anunciavam que Deus está acima da morte. Por isso, o salmista registrará que Deus nos arrebatará das sombras da morte (Cf. Sl 49,16). A Bíblia quando fala da morte nos remete à esperança de uma fé profunda em Deus, o Senhor e amigo da vida.

O livro da Sabedoria, na primeira leitura, como a Bíblia inteira nos fala sobre a realidade da morte. A fé nos transmite esperança e um dever de defender a vida humana. Não acreditamos que a vida termina aqui no mundo. «Aos olhos dos insensatos parecem ter morrido» (v. 2-a). O autor procura apresentar um ensinamento. O ensinamento é: a justiça que realizamos na vida nos alcança na imortalidade. «A vida dos justos está nas mãos de Deus» (v.1). Quem não tem a sabedoria de Deus acha uma bobagem fazer o bem nessa vida. Quem é insensato olha para um justo e não vê sentido em sua vida. A justiça dos justos não é um absurdo diante da morte.

A palavra «estar nas mãos de Deus» indica uma consciência de quem é sábio; sua vida, sua existência,já está unida na vida de Deus, antes mesmo da morte física.

A segunda leitura nos apresenta o capítulo 21 do livro do apocalipse de João. As primeiras palavras retomam a profecia do profeta Isaías, cap. 65. «Vi então um novo céu e uma nova terra» (v. 1). É o mundo de Deus onde Cristo vive eternamente, recebe e acolhe as almas daqueles que foram fiéis e perseverantes a Ele nesse mundo. Esse mundo é comparado à cidade de Jerusalém (cf. v. 2). Junto com Ele estão os «santos», os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, em todos os sentidos: carnal e espiritual.

O Evangelho é o de Mateus, cap. 5, versículos de 1 a 12. É o mesmo texto que aprofundaremos no domingo próximo quando celebramos a liturgia de Todos os Santos. É o «Sermão da Montanha». Ele não se resume nos 12 versículos. Após o anúncio que Cristo faz da nova Lei de Deus, procura mostrar na prática da vida, como essa lei deve ser seguida pelos cristãos. Somos o sal e a luz de Deus no mundo (cf. v. 13-16). Os cristãos devem praticar a nova justiça ensinada por Jesus. «Se a vossa justiça não for maior que as dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus» (v. 20).

O Sermão da Montanha oferece assim um modo de viver de quem é seguir de Jesus Cristo. Os Fiéis aos ensinamentos de Cristo estarão certos de que, na morte, são recebidos e acolhidos por Ele. A morte torna-se assim alegria, paz, descanso.

São apenas 8 ensinamentos que na sua essência procuram revelar-nos a verdadeira e o sentido da felicidade humana.

A todos os falecidos aos quais oferecemos esta santa missa, rezemos:

Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno
E a luz perpétua os ilumine
Descansem em paz.
Amém.

(texto: Pe Devair Carlos Poletto - 2/11/2010)

A voz do nosso pároco

Solenidade de Todos os Santos- 2010
Textos: Ap 7,2-4.9-14; Salmo 23; 1Jo 3,1-3; Mt 5,1-12ª (Bem-aventurança)

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Quando fazemos nossa profissão de fé dizemos que cremos na «comunhão dos santos». A comunhão dos santos faz parte da Igreja. A Igreja é a assembleia de todos os que formam o Corpo Místico de Cristo. Os membros do corpo se ajudam e todos se beneficiam com essa comunhão, comparou um dia o apóstolo Paulo, na 1ª. Carta aos coríntios, capítulo 12. «Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo; diversidade de Ministérios, mas o Senhor é o mesmo; diversidade de modos de ação, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.Cada um recebe o dom d manifestar o Espírito Santo para o bem de todos».
Comunhão é amor. Quando os membros de uma comunidade estão em comunhão eles demonstram amor pela comunidade, apesar de suas diferenças. «Alegrai-vos com os que estão alegres e chorai com os que choram» escreveu o apóstolo Paulo na carta aos Romanos, cap. 12, 15. O menor ato de caridade irradia uma luz, que gera comunhão, e que beneficia a todos.
No Evangelho de Mateus ouvimos as «bem-aventuranças». Elas foram declaradas por Cristo no alto de uma montanha. Elas anunciam a chegada do projeto de Deus aos homens, em Cristo. Por isso são chamadas de «bem-aventuranças»; são as leis de Cristo para sermos felizes. Elas devem ser vividas pelos membros da comunidade. S. Mateus gasta muitos capítulos para demonstrar a aplicação prática das «bem-aventuranças». O anúncio da chegada do projeto de Deus deve trazer para nós felicidade porque declara a amizade de Deus para conosco. Deus nos convida a sentir vontade de ser feliz, mas, seguindo fielmente os passos de Jesus. As bem-aventuranças apresentam uma espécie de programa ou modo de viver de quem cristão e católico.
Para Mateus, Cristo inicia a sua missão fazendo esse o anúncio das Bem-Aventuranças; apresenta uma Lei nova para ser vivida. Cristo dirige-se, em primeiro lugar, aos pobres e oprimidos, anunciando-lhes o amor e a misericórdia de Deus.
A segunda leitura éda primeira carta de São João, capítulo 3º. O apóstolo nos fala da nossa realidade espiritual de «filhos de Deus». «Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus» (v. 1). O apóstolo diz que a santidade vivida pelos cristãos nem sempre é reconhecida pela sociedade e pelo mundo. A vida e os atos das pessoas santas, de fato, não são compreendidos no imediato da história. Ele diz que o verdadeiro filho de Deus vive em comunhão com o Pai e o Filho. «Todo o que espera nele, purifica-se a si mesmo como também ele é puro» (v. 3).
O livro da Revelação, o apocalipse de São João, anuncia que temos na Igreja uma infinita quantidade de pessoas que, com suas vidas, aderiram ao projeto salvador e santificador do Cristo. «Estavam de pé diante do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas nas mãos» (v.9). Essa quantidade infinita de pessoas é representada pelos números 144 mil (12 tribos x 12.000); é um número simbólico como já estudamos tantas vezes aqui na paróquia. O anúncio ou a revelação é realizado em meio às aberturas dos 7 selos por Cristo ressuscitado. Cristo veio anunciar, com perfeição, a vontade do Pai.
O livro do apocalipse como o texto do evangelho de hoje dão destaque aos que são perseguidos por causa da fé em Jesus Cristo. Os mártires e os santos são suas testemunhas na Terra. «O sangue dos mártires é semente de novos cristãos».
Os santos habitam no Céu e estão muito mais próximos do «mundo» e do «corpo» de Deus Pai; eles saíram da nossa Igreja para lá viverem. Por isso, eles têm um poder de «interceder» por nós que somos da mesma Igreja que eles. Essa intimidade de vida com Deus Pai gera uma amizade que dinamiza nossa vida.
Caríssimos:
No final de tudo queremos ao menos imitar, nos tempos de hoje, a «santidade» dos nossos irmãos cristãos e católicos do passado. Sabemos que temos essa vocação à santidade, pois, cultivamos no nosso coração um desejo muito grande de proximidade com Deus. Sabemos que Deus é o «bom». Queremos sempre ficar ao lado dele nessa vida e na outra.
Ser santo significa ser de Deus. Não é preciso ser anjo para isso. Santidade não é angelismo. Santidade é reconhecer a presença de Deus na vida nesse mundo. «Deus amou tanto o mundo...para que todo aquele que nele crer seja salvo e não condenado» (cf. Jo 3,16). Ser santo é «procurar a Deus de coração sincero» numa vida de muita exigência porque temos consciência da nossa pertença a Deus e à sua Igreja.
A Eucaristia, nosso agradecimento a Deus,é plenamente satisfeita perante Ele quando nós participamos de coração ouvindo atentamente dasua Palavrae participamos da «Mesa da comunhão». Comungar significa assim realizar a comunhão entre os membros da Igreja e Deus, nosso Pai.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto)

Atualizações

Para todos que acompanham as reflexões gentilmente cedidas pelo nosso pároco, estaremos postando a seguir alguns que não publicamos anteriormente.

Acompanhem, leiam com atenção e reflitam esse rico material do qual partilhamos todos os domingos e dias de festas!

Abraço fraterno,
Rosangela Molina


A voz do nosso pároco

33º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 14 de novembro de 2010
Textos: Ml 3,19-20-a; Salmo 97; 2Ts 3,7-12; Lc 21,5-19


Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

A primeira leitura é do livro do Profeta Malaquias, capítulo terceiro. Estamos no final do ano litúrgico. As leituras bíblicas irão nos preparar para o novo tempo na história humana; final de um tempo, mas, paradoxalmente, início de um novo tempo. Por isso, na Bíblia cristã, o livro do profeta Malaquias, é apresentado com sendo a palavra final dos tempos proféticos do «tempo antigo». O capítulo terceiro fala justamente desse assunto. Malaquias nos revela que o «dia do Senhor» está para chegar.
Malaquias profetizou no tempo do governador Esdras, no tempo do pós-exílio. Ele foi chamado por Deus para dizer que os malandros e espertos desse mundo não sairão vitoriosos. Malaquias vem animar as pessoas de fé que eram fiéis a Deus e não seguiam o caminho dos malvados. Ele usa a linguagem apocalítica para animar indicando que Deus fará a verdadeira justiça; por isso, aqueles que são fiéis não podem sentir desanimo. Os malvados não são eles que dirigem os caminhos da história, embora o poder político e econômico lhes dê essa impressão. «Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo» (v. 19). O Salmo 97 nos convida a exultar na presença do Senhor, pois Ele vem. «Exultem na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira.Julgará o universo com justiça e as nações com equidade».

É para um grupo de cristãos desanimados a quem Paulo dirige a sua segunda carta à comunidade de Tessalônica, na segunda leitura.
E Paulo, a exemplo dos profetas do Antigo Testamento, utiliza o gênero apocalíptico para corrigir tais cristãos. Mesmo diante de coisas muito ruins que podem acontecer conosco ou com a nossa comunidade, é preciso se manter perseverantes e fiéis aos ensinamentos de Jesus Cristo. Paulo condena a vagabundagem e a ociosidade dos membros da comunidade. Muito achavam que como era inevitável a vinda do Senhor, assim como os judeus acreditavam no Antigo Testamento, era uma bobagem trabalhar, continuar fazendo as coisas, pois elas perdem o sentido diante da «vinda». «Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém» (v. 7-8).
Paulo chama fortemente à atenção sobre essa atitude e pensamentos errados, sobretudo às pessoas mais ricas. «Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”» (v. 10).

O Evangelho está plenamente ligado tanto à primeira, quanto à segunda leitura desse domingo. Lucas narra um ensinamento de Jesus, quanto já estava às portas da cidade de Jerusalém. Quando chegou a Jerusalém, Jesus notou que muitas pessoasficavam admiradas com o porte da grande cidade e suas belezas. Acreditavam que, por ser uma grande cidade e o fato de que ali estava localizado o Templo de Jerusalém, nada poderia acontecer com tamanha grandiosidade. Jesus chora às portas da grande cidade. «Ele viu a grande cidade e começou a chorar» (Lc 19, 41). Além de chorar, Jesus toma uma atitude radical. Ele entra no Templo de Jerusalém e começa expulsa de lá os vendilhões; Jesus não deixava de ir ao Templo todos os dias em que permaneceu em Jerusalém.
Jesus desmantela esse jeito que nós temos de ver o mundo, essa cosmovisão, em que as estruturas, porque confiamos no poder do dinheiro e da política, parece não querer mudar nunca. No Templo, Jesus revela os verdadeiros valores. Ele questiona os que podem mais e oferecem para Deus as migalhas e as esmolas; valoriza o pobre que dá com verdade e coração (Cf. Lc 21, 1-4).
A conclusão narrada por Lucas é esta: manter-se firmes na fé, perseverantes em fazer o bem. «É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!» (v. 19).

Irmãos:

É fato. Guerras, doenças, crises financeiras e todo tipo de coisa ruim já aconteceram ao mundo. Parece que a palavra de Jesus é sempre atual. «Mas, não será logo o fim» (Cf. Lc 21, 9-c). Jesus sempre está nos puxando para a realidade da vida. O mundo parece «acabar» para quem vive mergulhado na ilusão do dinheiro e das riquezas.

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 14/11/2010)

MEJ em Maceió - parte 3

Por Rosangela Molina

Missa presidida por Dom Antonio Muniz Fernandes – Arcebispo de Maceió

Igreja Missionária e Samaritana, assim foi destacado o trabalho da coordenação arquidiocesana do Apostolado da Oração para este encontro, pelo arcebispo Dom Antonio.

Além da oração, o AO incentiva os projetos da diocese; isto pôde ser observado na colaboração dos presentes no encontro com banheiras, fraldas, entre outros utensílios para cuidado com bebês, destinados ao Projeto Social da Diocese de Maceió “Bem vindo bebê”, cujo objetivo maior é a defesa da vida desde a concepção até a sua morte natural.

Muitos outros projetos são coordenados pela diocese, voltados ao atendimento de dependentes químicos, pessoas desprovidas de assistência da família como mulheres de rua, idosos etc.
“Esta é a nossa igreja, e vocês formam esse exército junto comigo que trabalho como general comandando este exército de ações em defesa da Vida”, diz o Arcebispo.


Mesmo com todo calor que estava fazendo em Maceió, Dom Antonio conversou com a gente e deixou um recado pra todos os jovens do Brasil, de modo especial pra todos os mejistas.

No primeiro vídeo D. Antonio responde sobre a importância do Movimento Eucarístico Jovem em Maceió e em todo estado de Alagoas. No segundo ele deixa sua mensagem à todos os jovens.

Assistam os vídeos de D. Antonio.


(vídeo/créditos: Everson Lima e Rosangela Molina - MEJ São Francisco)

sábado, 11 de dezembro de 2010

MEJ em Maceió - parte 2

Ainda na parte da manhã deste VII Encontro Arquidiocesano do Apostolado da Oração, tivémos uma palestra sobre este Amor grandioso que brota do Coração de Cristo por todos nós.

Exaltado sobre a Terra atraiu-nos para o seu coração


Ir. Sandra Maria A Ribeiro – Colégio Madalena Sofia

Irmâ Sandra Maria fez uma reflexão pautada na temática do amor maior, um amor gratuito que serve como remédio para todos os problemas da humanidade, mas que atualmente não se encontra tão facilmente. O mundo movido por paixões esquece os valores deixados à humanidade por Cristo.

Acompanhe alguns trechos da fala da Ir Sandra.

“Jesus é um eterno apaixonado por nós, só que com uma diferença da nossa paixão humana, Ele está o tempo todo conosco.”
...

“Às vezes a gente pensa demais e ama de menos, essa é a grande dificuldade dos homens hoje. A humanidade está precisando de amor verdadeiro, amor gratuito. Mas não existe escola que nos ensine a amar, a única escola para isso é o altar! Ali aprendemos o verdadeiro sentido desse amormaior, esse amor verdadeiro."

Lembrou ainda da importância de buscar no Coração de Jesus, que é a nossa casa, força e direcionamento. Buscar ali, a renovação dos nossos valores que são os valores de Cristo. Ganhar força para saber perdoar e não entrar nessa louca dinâmica da sociedade atual.

“É no Coração de Jesus que a gente encontra força para continuar nossa luta, principalmente num mundo como o nosso repleto de coisas ruins.”

Ressaltou a importância de nos despojarmos de tudo que nos afasta de Deus e também saber agradecer a Ele por tudo; a nossa oração é a forma mais plena de agradecimento e de nos colocarmos em sintonia e “dentro” do Coração de Jesus.

A necessidade do cristão de refletir às pessoas esse amor de Jesus pela humanidade, foi ressaltada na fala da Ir. Maria. Ela nos alertou a importância de sermos promotores dos valores cristãos, através dos nossos atos, da nossa postura.

"As pessoas nos julgam o tempo todo, especialmente quando participamos de algum movimento como o AO e o MEJ, a nossa preocupação não está nesse julgamento humano, mas naquele que vem do alto, afinal, nosso compromisso com Deus é maior e Ele espera uma atitude favorável de cada um a quem confiou a missão."

“Eu que sou do AO, mesmo com os meus pecados, com as minhas fragilidades, com as minhas limitações, eu preciso desenvolver os mesmos sentimentos do Coração de Jesus! Todos os dias eu tenho que tentar...”

“Eu não valho pouca coisa, não. O preço que Jesus pagou pela gente foi a Cruz! E quantas vezes a gente se acha no direito de questionar, de cobrar algumas coisas desse Deus."

“Quantas pessoas passaram pela nossa vida e não levou nada da gente? Quantas vezes não perdoamos, guardamos magoas? Eu sou do AO, o que eu deixo nas pessoas quando eu passo? O que as pessoas veem em mim? A gente não deve dar satisfação às pessoas, mas o nosso compromisso é com Deus, foi com ele que assumimos o nosso compromisso. E por isso precisamos, todos os dias, nos exercitar, nos esforçarmos para aprender a perdoar.”

Durante toda sua conversa, Ir Maria buscou sensibilizar os participantes deste VII Encontro do Apostolado da Oração, sobre a importância de estarmos sempre, em cada momento do dia ou da noite, seja qual for o problema que estiver passando, seja qual for sua rotina, estarmos em sintonia com o Coração de Jesus. Buscarmos neste amor, a força e os valores para viver de acordo com a vontade do pai e servir de exemplo para os nossos irmãos que ainda não vivenciam essa espiritualidade.

Este momento foi finalizado com uma declaração de amor ao Sagrado Coração de Jesus, com a canção “Como é grande o meu amor por você”.

MEJ em Maceió

Por Rosangela Molina

Conforme prometido, vamos postar aqui por onde andamos e o que fizemos no mês de novembro, mês tão intenso e repleto de bons momentos para o MEJ.

Convido a todos para viajar até Maceió e conhecer um pouco do trabalho do MEJ por lá, e também saber um pouco sobre um grande encontro do AO e MEJ que aconteceu no dia 14 de novembro!

Tenho que aproveitar este espaço para agradecer todo carinho e acolhida que o MEJ de Alagoas, especialmente o MEJ de Maceió teve com o MEJ de São Paulo. Essa integração é essencial para o crescimento e fortalecimento do nosso movimento no Brasil.

Confiram um pouco deste encontro!


VII Encontro Arquidiocesano do Apostolado da Oração e MEJ de Maceió

Exaltado sobre a Terra atraiu-nos para o seu coração.

Com um ginásio repleto de fervorosos membros do AO e jovens mejistas, às nove horas do dia 14 de novembro (horário local, 10h em SP, horário de verão) Pe. Otmar (nosso Diretor Espiritual Nacional) iniciou este VII Encontro Arquidiocesano do Apostolado da Oração e MEJ, convidando todos os presentes no Complexo Esportivo Santa Úrsula (Jatiúca, Maceió – Alagoas), para saudar a Ssma. Trindade e realizar juntos o Oferecimento do Dia. Em seguida invocando o Espírito Santo, fez verdadeiro momento de adoração e agradecimento ao Deus da vida, lembrando-nos do amor incondicional do Coração de Jesus.

Marigleide e Ailton - Conselho Arquidiocesano do AO – Maceió

As honras da casa, ficaram por conta destas duas pessoas ilumidados; pessoas incríveis que parecem desenvolver um trabalho muito bom junto ao AO e de modo especial ao MEJ.

Para chegar neste encontro, foram realizados 17 Encontros ao longo do ano, "nos reunimos aqui para celebrar a unidade de todos os centros do AO. Essa é uma grande alegria! Não temos muito a oferecer, mas o que está aqui hoje é para que levem em seus corações esse amor do Coração de Jesus."

Marigleide: “Queremos que o Sagrado Coração de Jesus entre aqui e seja a peça principal neste nosso encontro.”
Ailton: “O Encontro já começou, o calor é grande mas, aqui dentro o calor é do Espírito Santo. E o MEJ os filhos do AO – 16 centros e 4 em formação, também aqui presentes.”

Ainda no início do encontro, um momento especial!

Que lindo, a entrada das bandeiras do AO e todos os Mejistas presentes, que enfileirados receberam as imagens do Sagrado Coração de Maria e do Sagrado Coração de Jesus, além da "Lamparina da Missão."

“É preciso que os corações se abram e nós proclamemos o nome do Senhor Jesus! Que essa Lamparina da Missão, essa luz não se apague nos nossos Centros do AO!” (Ailton)

Lamparina da Missão – Foi distribuída na 12ª Assembleia Arquidiocesana de Maceió e deve permanecer acesa pelo resto da vida – foi entregue e confiada à Marigleide como representante de todos os leigos mas, precisa da ajuda de todos, especialmente dos membros do AO para continuar iluminando e guiando os passos de todos.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

ATUALIZAÇÕES

Fala galerinha do bem!?

No último mês (novembro) O MEJ participou de diferentes encontros, nos mais variados níveis hierárquicos da Igreja! E esta se preparando para outros que estão por vir!

Estamos devendo várias postagens para vocês!

Mas aguardem que em breve realizaremos uma super atualização, e informaremos todas as novidades do MEJ São Francisco e do MEJ Brasil!

Até Breve!
Rosangela Molina

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

por Rosangela Molina

Ó Maria concebida sem pecado!
Rogai por nós que recorremos a vós!

Neste importante dia para todos nós, cristãos, lembremos o grande exemplo de fidelidade de Maria que diz o seu SIM a Deus!

Numa época como a dela, não deve ter sido fácil, mas ela disse o seu SIM!
Quantas vezes deve ter se sentido sozinha, com medo? Mas ela disse o seu SIM!
Por quantos sofrimentos passou? Mas permaneceu firme no seu SIM!
Acompanhou, com seu amor maternal, o projeto, a missão que Deus lhe confiou, até o fim e sempre dizendo SIM para Deus!

E nós? Estamos dizendo o nosso SIM pra Deus?
Assumimos com amor e compromisso a missão que o Senhor nos confiou!

Precisamos renovar todos os dias o nosso SIM à vontade do Pai!

Que Maria Mãe de Deus, a mais fiel serva do Senhor, nos ajude a cada dia dizer SIM pra Deus!
Mesmo com as dificuldades, mesmo quando nos sentimos sozinhos, mesmo quando bater o desânimo, o cansaço, as angustias, vamos voltar o nosso coração para Deus e mirar nosso olhar em Maria, nos espelhar em seu exemplo e no seu SIM!

Deus precisa de cada um de nós! O mundo precisa de nós!
Os jovens precisam de nós e do nosso SIM!

Rogai por nós Santa Mãe de Deus!
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo! Amém.

A seguir, texto da homilia da Missa de hoje!
Aproveitem!


Solenidade da Imaculada Conceição – 8 de dezembro de 2010
Textos: Gn 3,9-15.20; Ef 1,3-6.11-12; Lc 1,26-38

Irmãos e irmãs:

ROGAI POR NÓS SANTA MÃE DE DEUS!

Celebrando a Solenidade da Imaculada Conceição neste ano de 2010 a ela elevemos o pedido para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Vivemos num mundo complicado e difícil; mundo marcado pelo egoísmo, individualismo e subjetivismo. O homem busca por esses meios felicidade a qualquer preço. A vida comunitária, sobretudo a família vai sendo desconstruída pelo Estado, por meio de leis das mais absurdas dando-nos a impressão que, existem alternativas melhores do quê o ambiente do Genesis vital. É o retorno de certas filosofias existencialistas antigas, onde o desejo individual se sobrepõe os valores sociais e religiosos. Poderíamos dizer que vivemos numa espécie de «mar revolto da história»; a cena do Evangelho em que Cristo, após a demonstração de medo e falta de fé dos discípulos, acalma a tempestade ilustra bem o tempo histórico em que vivemos (Cf. Mc 4,35-41; Mt 8, 18.23-27;Lc 8, 22-25). Tagore, escritor, poeta e músico indiano, ganhador do Premio Nobel de Literatura, em 1913, ensinou ao mundo de então que o ser humano deve ter mente e atitude como o sândalo, que perfuma o machado que o fere. Esse tipo de pensamento, que alguns antropólogos do Ocidente chamaram de «ideologia» fora chamado mais tarde de «não violência». Esse pensamento popular da cultura indiana, especificamente da cultura «bengali» e hinduísta, vai de encontro ecumenicamente com o Cristianismo, pois bem expressa o jeito e o modo de ser cristão. O sândalo é uma árvore pequena que produz, só quando ferida, um óleo perfumado que se propaga. Foi Tagore que nos inícios do século XX ao se deparar com Gandhi, o chamou de «Mahatma», ou seja, «grande alma», expressão que passou para o registro histórico das elites pensantes à época associado ao nome civil de Gandhi e Gandhi ficou conhecido mundialmente como «Mahatma Gandhi». O povo o saudava nas ruas de Calcutá [«Kolkata»]: «Viva o Mahatma Gandhi!».

Em tempos de mar revolto caímos facilmente na tentação de pensar que não vale a pena amar, trabalhar, empenhar-se e fazer sacrifícios para uma vida de qualidade em comunidade. Deus não nos quer isolados nem abandonados. «Não é bom que o homem esteja só» (Gn 1,18-a). Essa palavra revela a profunda e infinita solidão de Deus: um «vazio» como dizem os filósofos; o «nada» como dizem os cientistas; «Deus é desnecessário para o homem» disse o cientista e físico inglês, aos 68 anos de idade, vítima de uma doença degenerativa, Dr. Stephen Hawking, na semana passada ao publicar seu livro «The Grand Design», professor emérito de Cambridge, na Inglaterra.

Deus ao dizer que não é bom ao homem ficar «sozinho» transmite a sua própria e reveladora experiência da infinita e longínqua solidão experimentada por Ele mesmo. É a tal «solidão» experimentada pelos santos e santas da Igreja. «Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor» (Ef 1,4).

A vida é um caminho; a vida é como uma viagem no mar da História, com frequência enevoada e tempestuosa. Os santos e santas são pessoas que são verdadeiras luzes de esperança para o nosso caminhar. «E quem mais do que Maria poderia ser para nós estrela de esperança? Ela que, pelo seu «sim», abriu ao próprio Deus a porta do nosso mundo; Ela que Se tornou a Arca da Aliança viva, onde Deus Se fez carne, tornou-Se um de nós e estabeleceu a sua tenda no meio de nós (cf. Jo 1,14)» (cf. Spes Salvi, 49). Maria, a mãe santíssima de Jesus, com certeza experimentou muitos momentos de profunda solidão na vida, ao ver a vida de seu Filho Bendito ameaçada antes mesmo do seu nascimento. Jesus – o Sol do Oriente – que nos veio visitar.

«Por isso, a Ela nos dirigimos: Santa Maria, Vós pertencíeis àquelas almas humildes e grandes de Israel que, como Simeão, esperavam « a consolação de Israel » (Lc 2,25) e, como Ana, aguardavam a « libertação de Jerusalém » (Lc 2,38). Vós vivíeis em íntimo contato com as Sagradas Escrituras de Israel, que falavam da esperança, da promessa feita a Abraão e à sua descendência (cf. Lc 1,55). Assim, compreendemos o santo temor que Vos invadiu, quando o anjo do Senhor entrou nos vossos aposentos e Vos disse que daríeis à luz Àquele que era a esperança de Israel e o esperado do mundo. Por meio de Vós, através do vosso « sim », a esperança dos milénios havia de se tornar realidade, entrar neste mundo e na sua história. Vós Vos inclinastes diante da grandeza desta missão e dissestes « sim ». « Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra » (Lc 1,38). Quando, cheia de santa alegria, atravessastes apressadamente os montes da Judeia para encontrar a vossa parente Isabel, tornastes-Vos a imagem da futura Igreja, que no seu seio, leva a esperança do mundo através dos montes da história. Mas, a par da alegria que difundistes pelos séculos, com as palavras e com o cântico do vosso Magnificat, conhecíeis também as obscuras afirmações dos profetas sobre o sofrimento do servo de Deus neste mundo. Sobre o nascimento no presépio de Belém brilhou o esplendor dos anjos que traziam a boa nova aos pastores, mas, ao mesmo tempo, a pobreza de Deus neste mundo era demasiado palpável. O velho Simeão falou-Vos da espada que atravessaria o vosso coração (cf. Lc 2,35), do sinal de contradição que vosso Filho haveria de ser neste mundo. Depois, quando iniciou a atividade pública de Jesus, tivestes de Vos pôr de lado, para que pudesse crescer a nova família, para cuja constituição Ele viera e que deveria desenvolver-se com a contribuição daqueles que tivessem ouvido e observado a sua palavra (cf. Lc 11,27s). Apesar de toda a grandeza e alegria do primeiro início da atividade de Jesus, Vós, já na Sinagoga de Nazaré, tivestes de experimentar a verdade da palavra sobre o « sinal de contradição » (cf. Lc 4,28s). Assim, vistes o crescente poder da hostilidade e da rejeição que se ia progressivamente afirmando à volta de Jesus até à hora da cruz, quando tivestes de ver o Salvador do mundo, o herdeiro de David, o Filho de Deus morrer como um falido, exposto ao escárnio, entre os malfeitores. Acolhestes então a palavra: « Mulher, eis aí o teu filho » (Jo 19,26). Da cruz, recebestes uma nova missão. A partir da cruz ficastes mãe de uma maneira nova: mãe de todos aqueles que querem acreditar no vosso Filho Jesus e segui-Lo. A espada da dor trespassou o vosso coração. Tinha morrido a esperança? Ficou o mundo definitivamente sem luz, a vida sem objetivo? Naquela hora, provavelmente, no vosso íntimo tereis ouvido novamente a palavra com que o anjo tinha respondido ao vosso temor no instante da anunciação: « Não temas, Maria! » (Lc 1,30). Quantas vezes o Senhor, o vosso Filho, dissera a mesma coisa aos seus discípulos: Não temais! Na noite do Gólgota, Vós ouvistes outra vez esta palavra. Aos seus discípulos, antes da hora da traição, Ele tinha dito: « Tende confiança! Eu venci o mundo » (Jo 16,33). « Não se turve o vosso coração, nem se atemorize » (Jo 14,27). « Não temas, Maria! » Na hora de Nazaré, o anjo também Vos tinha dito: « O seu reinado não terá fim » (Lc 1,33). Teria talvez terminado antes de começar? Não; junto da cruz, na base da palavra mesma de Jesus, Vós tornastes-Vos mãe dos crentes. Nesta fé que, inclusive na escuridão do Sábado Santo, era certeza da esperança, caminhastes para a manhã de Páscoa. A alegria da ressurreição tocou o vosso coração e uniu-Vos de um novo modo aos discípulos, destinados a tornar-se família de Jesus mediante a fé. Assim Vós estivestes no meio da comunidade dos crentes, que, nos dias após a Ascensão, rezavam unanimemente pedindo o dom do Espírito Santo (cf. At 1,14) e o receberam no dia de Pentecostes. O « reino » de Jesus era diferente daquele que os homens tinham podido imaginar. Este « reino » iniciava naquela hora e nunca mais teria fim. Assim, Vós permaneceis no meio dos discípulos como a sua Mãe, como Mãe da esperança. Santa Maria, Mãe de Deus, Mãe nossa, ensinai-nos a crer, esperar e amar convosco. Indicai-nos o caminho para o seu reino! Estrela do mar, brilhai sobre nós e guiai-nos no nosso caminho! » (cf. SS, 50).
(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 8/12/2010)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Encontro com Dom Angélico

Por Rosangela Molina


Após um breve intervalo, Dom Angélico retomou sua fala e destacou importantes aspectos do Documento de Aparecida, de modo especial aspectos voltados à justiça social.

Com sua fala simples, cheia de alegria e repleta de exemplos e comparações que tem como base suas vivências nessa longa caminhada dedicada à Igreja e aos irmãos, Dom Angélico cativou e deu um novo ânimo aos mais de 250 leigos e leigas, padres e religiosos de diferentes paróquias de nossa Diocese de São Miguel Paulista, que compareceram neste encontro.

Sua idade já avançada não lhe dá uma visão distorcida ou ultrapassada da realidade social em que vivemos, ao contrário, em sua reflexão percebemos uma pessoa preocupada em acompanhar e compreender esse novo dinamismo do mundo, sem perder de vista o papel da Igreja e dos cristãos, de modo especial, aos que ficam à margem do caminho, os pobres e sofredores.

Quisera mais pessoas tivessem a visão que Dom Angélico possui em relação à atuação da Igreja e ao trabalho pastoral!

Veja a seguir mais algumas anotações de sua fala, na segunda parte do encontro.


2ª parte

"A V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe nos chama atenção para 4 etapas que precisam ser vivenciadas:

1ª-Experiência viva com a Trindade Santa: realmente estarmos em comunhão com o Pai e nos comprometermos com os irmãos;

2ª- Vida comunitária: a grande dificuldade do cristão é amar;

3ª- Formação humano-afetiva: formação do leigo; formação pastoral; formação bíblica;

4ª - Comunidade missionária e profética: ter fome e sede de justiça

Há exageros nas celebrações litúrgicas, na catequese, mas quando se trata de justiça social...

... a gente se acostuma com os problemas sociais, com a prostituição, com a pobreza, com o abismo social que existe, por exemplo, na cidade de São Paulo.

"Andando pelas ruas do centro de São Paulo, me deparei com um punhado de hóstias consagradas espalhadas pela calçada! ...

...Se após a consagração um desajustado qualquer pegasse a âmbula e jogasse as hóstias no chão, todos nos mobilizaríamos e realizaríamos um ato de desagravo.

Pois pelas ruas da cidade milhares de hóstias, de Corpos de Cristo jogados pelo chão, na pessoa dos irmãos e irmãs que sofrem e nós nada fazemos."

É preciso investir pesado na questão da justiça social."

Dom Angélico finaliza sua reflexão aconselhando sobre a meditação constante da Palavra de Deus e cita Sermão da Montanha para nos lembrar, ainda, a missão deixada a nós por Jesus Cristo.

"...Vós sois o sal da terra e a luz do mundo..."

sábado, 20 de novembro de 2010

ENCONTRO COM DOM ANGÉLICO

Por Rosangela Molina

IGREJA - POVO DE DEUS - EM MOVIMENTO

1º Encontro - 20 de novembro de 2010







Tema: "O Documento de Aparecida"

Reflexões de Dom Angélico Sândalo Bernardino








A manhã deste sábado foi marcada por um riquíssimo encontro de reflexão com Dom Angélico.

O objetivo do encontro, de acordo com Pe. Paulo Beserra (Paróquia N. Sra. do Carmo - Itaquera), é retomar a caminhada de uma igreja atuante e comprometida em nossa região, como um Povo de Deus em movimento.

Dom Angélico (77 anos de idade, 51 de padre e 35 de bispo) já trabalhou muito em nossa região e agora, 21 anos depois vem nos ajudar a retomar esta caminhada.

A data escolhida é propícia; hoje, 20/11, é dia de Zumbi dos Palmares - símbolo de grandes lutas pela libertação de um povo oprimido e dia da Consciência Negra e amanhã, 21/11 dia de Cristo Rei do Universo, dia do Leigo. Data que vem de encontro com o objetvo deste encontro.

A seguir, anotações da reflexão de D. Angélico.


"O DOCUMENTO DE APARECIDA"
1ª Parte:

"A V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em maio de 2007 em Aparecida/ SP, tem como horizonte, como objetivo, uma Igreja Discípula-Missionária de Jesus Crito. Uma Igreja "aconchegada" em Cristo, que aprenda Nele, com Ele. Uma Igreja missionária, que leve adiante o que aprende com o próprio Cristo.

Para isso, a Conferência pensa em uma Igreja discípula e a aprendiz de Jesus Crsto. Caminhamos e aprendemos no dia-a-dia de nossa caminhada.


Uma Igreja quetem urgência de anunciar o Evangelho, que não fica girando em torno dela mesma. Que tem urgência de comunicar esse Jesus Salvador. Uma comunidade que tem preferêcias evangélicas, preferências pelos pobres e sofredores. Uma Igreja Pascal, que anuncia a Vida, a Libertação.


Uma Igreja Viva, que sai do comodismo e vai ao encontro dos que estão perdidos.


Essa é uma exigência da V Conferência: uma Igreja que sai do Conservadorismo e se torna missionária, ligada ao dia-a-dia da vida. para isso, diz que é preciso rever a nossa linguagem, o modo como se fala com os jovens (por exemplo); os nossos horários; mexer nas nossas estruturas.

Mas ela nos propõe um método de agir, um método antigo, mas muito válido: VER, JULGAR E AGIR.


Ainda há muita gente realizando trabalhos pastorais sem VER a realidade.

Nós vivemos numa mudança de época, mudança cultural; os meios de comunicação estão aí: uma aldeia elétrica global, e isso atinge o comportamento das pessoas. "A distância entre uma pessoa de 75 anos e um adolescente é de pelo menos 1000 anos."


Vivemos num mundo do subjetivismo, do 'eu quero ser feliz'. É um outro mundo que vivemos e é preciso por os pés no chão.

A nossa mente tem medo de mudar, mas temos que mudar. Não podemos realizar uma "pastoral de gueto": Essa igreja vai daqui até ali!;Essa paróquia aqui!; Essa diocese aqui! As pessoas não vivem mais em um lugar só. Trabalham eu um bairro, moram em outro, estudam em outro! É preciso uma "pastoral orgânica". Nós temos apenas um chefe maior, que é Jesus Cristo, de resto, não há como a paróquia querer realizar um trabaho isolado; há de se agir organicamente.


É preciso uma renovação eclesial!


Nas páginas do Documento de Aparecida, há 3 prioridades comum a todos:


1- vocação à santidade: todos nós devemos caminhar para santidade.


2- a missão: todos são chamados/ convocados a ser missónários; todos, sem exceção; não há idade. Temos esta mística à despertar!


3 dignidade: ninguém é melhor do que ninguém; o papa não é melhor que o coroinha. Todos sã dignos.


O trabalho das comunidades precisam se aproximar mais das pessoas. É preciso uma atenção especial às mulheres, jovens e aos homens também.


Uma pesquisa realizada, identificou 8 fatores que colaboram para o crescimento da igreja, para a
renovaçãodas paróquias:

- Liderança capacitadora;

- Ministérios orientados pelos dons;

- Espiritualidade contagiante;

- Estruturas eficazes;

- Culto inspirador;

- Pequenos grupos para evangelizar (grupos de rua, células, CEBs);

- Evangelização orientada para as necessidades;

- Relacionamentos marcados pelo amor fraternal.

De acordo com pesquisas e relatos, as igrejas que mais cresceram nós últimos anos adotaram 4 diretrizes básicas de ação:

- Abraçam a pastoral bíblica;

- Realizam vibrantes celebrações liturgicas;

- Convocam e formam leigos;

- Gestos de solidariedade para osque sofrem."

(anotações da fala de Dom Angélico)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia de Finados

Perspectiva cristã da morte
Por João Paulo

Há quem diga que a morte é nada mais, nada menos que a etapa final da vida.

Perante a visão cristã, é incoerente acreditar que seja a etapa final, uma vez que não tem nexo acreditar que Jesus morreu, ressuscitou de graça e nós continuamos na mesma.

O cristão vê no sacrifício de Jesus uma garantia de que a morte não é o fim de tudo, visualizando a morte com esperança, alegria e saudade.

Esperança de que o irmão falecido encontra-se junto do Pai, alegria pelo tempo que viveu ao lado dessa pessoa e saudade pelo fato de que esta pessoa não fará parte desse mundo, ou seja, não a veremos mais por aqui.

É muito difícil conter as lágrimas na partida de alguém que gostamos muito, entretanto é preciso compreender que, se acreditamos em Deus que nos deu seu Filho amado, também acreditamos que essa pessoa está alegre, já sem sofrimentos e que também passaremos por isso algum dia. O cristão não deve temer a morte, visto que ela é apenas uma passagem para o plano divino.

Pra finalizar, recordo uma situação divertida em que o pároco da minha antiga paróquia dizia: “Quem quer ir pro céu que levante a mão!” e todos levantavam as mãos. Logo em seguida ele falava: “Quem quer ir pro céu agora?” e nenhuma alma sequer levantava a mão.

O conceito de salvação

Por Bruno Januario e Fábio Rocha

Existem vários conceitos de salvação, mas escolhemos falar da salvação do Reino de Deus, ou seja, como chegar até Ele.

Segundo o Evangelho de São Lucas (19,1-10) do domingo passado (31 de outubro de 2010), que fala sobre a salvação vinda da humildade de Zaqueu, homem de baixa estatura que, durante a passagem de Jesus, subiu em uma Figueira para poder ver Jesus e buscar a salvação mais rápido e fácil do que todo o povo.
De acordo com Jesus, a maneira de buscar sua salvação era a humildade e solidariedade, então Zaqueu decide doar todos os seus bens.
Usando como base o este trecho do Evangelho, chegamos em um conceito de Salvação: a pessoa pode ser salva dependendo de seus atos, ou seja, precisa praticar o bem.

domingo, 31 de outubro de 2010

A voz do nosso pároco

31º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 31 de outubro de 2010
Textos: Sb 11,22-12,2; Salmo 144; 2Ts 1,11-2,2; Lc 19, 1-10


Povo de Deus em Vila Guilhermina:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


A primeira leitura é do livro da Sabedoria. Esse livro bíblico foi escrito pela comunidade dos judeus que viviam na cidade de Alexandria, no Egito. Fundada por Alexandre Magno, que teve como orientador e professor nas letras e na espiritualidade, o grande Aristóteles. Alexandria tornou-se cosmopolita do ponto de vista econômico, mas, sobretudo, do ponto de vista educacional. Alexandre Magno, conquistador e general da Macedônia, atual Iugoslávia, talvez fora um dos grandes homens da História da humanidade que mais investiu, de modo completamente imparcial, na educação de base. Um homem bruto, mas que percebeu logo cedo a importância da educação nos primeiros anos de vida do ser humano e a sabedoria em lidar com as diferentes culturas. Ele construiu a famosa «Biblioteca de Alexandria». Na antiguidade essa cidade foi considerada a mais importante do mundo. Alexandria está no norte da África, perto da Faixa de Gaza, é a segunda cidade mais importante do Egito, depois da capital, Cairo. É uma cidade que fora construída à beira do Mar Mediterrâneo; os olhos da cidade voltados para a Grécia e a Europa. Por 300 anos a cidade de Alexandria fora considerada a cidade mais avançada e a mais moderna, do ponto de vista arquitetônico e científico, de todo o lado oriental do mundo. Alexandre Magno fez um esforço brutal: sintetizar as culturas do Ocidente e do Oriente. E a via para essa síntese era para ele a «educação»; mas, também o «conhecimento» que para ele se adquiria quando o ser humano era capaz de entender racionalmente e apreender o método, ou seja, o modo como compreender a realidade da vida.

A comunidade judaica diante do que havia de mais moderno do ponto de vista da ciência e da tecnologia enxergava que a verdadeira grandeza estava em Deus. «Senhor, o mundo inteiro, diante de ti, é como um grão de areia na balança, uma gota de orvalho da manhã que cai sobre a terra» (v. 22). Diante do que havia de belo, mais próspero, mais maravilhoso, o Povo de Deus se reunia para rezar para exaltar a grandeza e a sabedoria de Deus. E a grandeza e a sabedoria de Deus estavam naquilo que mais valioso existia: a vida humana. Na vida está a onipotência e o amor de Deus. Deus ama a vida. Deus é defensor natural da vida (cf. v. 26). «Sim, amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa não a terias criado» (v. 24). É com o olhar de uma fé esclarecida e consciente que a comunidade olha para o passado e consegue ver a presença de Deus. Uma presença, segundo o livro da Sabedoria, «incorruptível» (12,1). Paulo dirá: «Não cessamos de rezar por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação. Que ele, por seu poder, realize todo o bem que desejais e torne ativa a vossa fé» (v. 11).

Na segunda leitura, Paulo escreve aos Tessalonicenses, em segunda epístola, para comunicar à comunidade cristã os perigos que se corre quando confundimos a liberdade com a libertinagem. Nós confundimos liberdade com libertinagem quando nos iludimos com as variáveis versões da realidade. Para Paulo, o mundo e a realidade não são uma ilusão. As cartas de Paulo no Novo Testamento possuem grande conteúdo educacional. «Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós» (Rm 8, 18). Sofrimentos, diz Paulo, que vivemos por causa da vaidade e da dependência da vaidade (cf. Rm 8, 20). Os sofrimentos do tempo presente comparava Paulo como o gemido da mulher em dores de parto (cf. Rm 8, 22). Paulo dizia que nós devemos ser «imitadores de Deus» (cf. Ef 5,1), assim como o Salmista que abre o livro dos Salmos dizendo: «Feliz aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não anda no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se» (Sl 1, 1).

Parece que vivemos em tempos semelhantes. Confundimos liberdade com libertinagem porque estamos mergulhados numa versão ilusória da realidade, uma espécie de cegueira (cf. Lc 18,35-43). Uma ilusão, organizada em sistemas, que devasta e deforma o campo da ciência, da economia, da política e até a religião.

O Evangelho de Lucas narra o que se chama a «conversão de Zaqueu». A conversão de Zaqueu acontece depois que Jesus cura um cego. No caminho para Jerusalém Lucas recorda-nos o amor de Jesus pelos pobres e pelos pecadores. Mas, algo novo acontece no caminho; algo que chegou a surpreender o próprio Jesus que antes afirmava categoricamente: «Como é difícil para os que possuem riquezas entrar no Reino de Deus» (Lc 18, 24). Zaqueu é o exemplo de que Deus pode realizar o impossível, como ensinou Jesus. «O que é impossível aos homens é possível a Deus» (Lc 18, 27). Zaqueu enriquecera roubando. Era chefe dos cobradores de impostos (cf. v. 2). Em Jericó chega a notícia que Jesus iria passar pela cidade. A notícia aguça a curiosidade de Zaqueu. Ele «procurava ver quem era Jesus» (v. 3). Mas, como um ladrão, que tem consciência de sua condição, pode querer ver Jesus? Para Zaqueu só havia um jeito. Tinha que fingir-se de religioso, de honesto, de seguidor da Lei. Por isso, Lucas mostra toda a preparação e o esforço que Zaqueu faz. Ele sobe numa figueira; uma árvore que na mitologia judaica e antiga simbolizava a religião. A cena é interessante porque Zaqueu se sente no alto: é rico, tem dinheiro, está por cima e além do mais é religioso. Lucas coloca de propósito Zaqueu acima de Jesus. «Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: Zaqueu desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa» (v. 5). Jesus está sempre nos puxando para a realidade e nos tirando do mundo das ilusões. «Ele desceu depressa e recebeu Jesus com alegria» (v. 6). A conversão dele começa aí. Sai do mundo das ilusões e se coloca no mesmo nível da humanidade que ele enxerga, de maneira extraordinária, em Jesus. Zaqueu se coloca aos pés de Jesus. «Zaqueu ficou de pé» (v. 8-a). Depois vêm as críticas dos que andavam com Jesus. «Ele foi hospedar-se na casa de um pecador» (v. 7). Não é Zaqueu que convida Jesus; Jesus se autoconvida para ir à sua casa. Zaqueu confirma para Jesus o que os seus seguidores falavam dele. «Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei alguém, vou devolver quatro vezes mais!» (v. 8-b). A declaração final de Jesus é uma beleza; a notícia que Jesus dá a Zaqueu é essa: «Hoje a salvação entrou nesta casa» (v. 9). O Evangelho não diz se Zaqueu fez o que tinha prometido a Jesus, certamente o fez; mas Lucas conclui com o ensinamento mais importante. «O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido» (v. 10). O mandamento do amor exige total e ativa transformação do mundo.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 31/10/2010)

domingo, 24 de outubro de 2010

A voz do nosso pároco

30º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 24 de outubro de 2010
Textos: Eclo 35,15-b-17. 20-22-a; Salmo 33; 2Tm 4,6-8.16-18; Lc 18, 9-14


Meus irmãos e irmãs:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Hoje a Igreja no Brasil celebra o «Dia Mundial das Missões». A Igreja é o Povo de Deus. Pelo Batismo professamos a fé que, em sua essência, é missionária. Fé e missão: eixos fundamentais para a ação. A missão é ingrediente «ontológico», no «sentido heidggeriano» para a fé cristã e católica. Martin Heidgger, falecido em 1976, foi um grande pensador e professor alemão que escreveu um livro belíssimo: «O Ser e o Tempo», de 1927. Nascido na antiga Suiça Alemã, em 1889, foi educado pelos padres jesuítas. O pai de Heidgeer era sacristão na Paróquia São Martinho. O ponto de partida do pensamento de Heidegger, principal representante alemão da «filosofia existencial», é o problema do sentido do ser. Heidegger aborda a questão tomando como exemplo o ser humano, que se caracteriza precisamente por se interrogar a esse respeito. O homem está especialmente mediado por seu passado: o ser do homem é um «ser que caminha para a morte» e sua relação com o mundo concretiza-se a partir dos conceitos de preocupação, angústia, conhecimento e complexo de culpa. Para Heidegger, o homem deve tentar «saltar», fugindo de sua condição cotidiana para atingir seu verdadeiro «eu». A sociedade e o mundo de hoje padecem desse mal: a falta de sentido. O pano de fundo de todos os problemas humanos de hoje é uma carência do pensar, no sentido filosófico; o problema não é Deus (o ser teológico), mas, o homem (o ser filosófico).

Ser católico e cristão é ser missionário. Toda a nossa ação deve ser animada a partir do dom precioso que Deus nos deu: a fé; fé catequeticamente proposta pelo Criador no processo de geração da vida e decisão da família. A fé cristã e católica tem por base a felicidade e a alegria. É a alegria da mãe e do pai pela chegada de um novo ser vivo, de um novo ser humano ao mundo; alegria e felicidade compartilhadas pelo homem e pela mulher, mesmo passando por tantas dificuldades. A fé é um «estado encorpado ressurreto». Defender a vida e favorecer a educação sempre foi uma das preocupações na agenda do Povo de Deus. As crianças inseridas no núcleo familiar, sempre participaram e com uma aguda observação conviviam no seio familiar durante a caminhada no deserto. Na perspectiva das crianças, o deserto era uma aventura, não um perigo real à vida. Na caminhada do deserto, tão bem retratada no livro do Êxodo, livro que é uma espécie de «eixo» para compreender a Palavra de Deus, a presença das crianças no longo acampamento que duraram 40 anos, se faz presente e importante, mas, de forma velada. São as crianças que encontram o «maná» (palavra que deriva do vocabulário infantil hebreu: «man-há» que significa: `mãe dá´) e partilham com o Povo de Deus no deserto. Não é à toa que o Salmista vai sempre se referir ao maná, como sendo o «pão dos anjos» (cf. Sl 78,24). As crianças acabam salvando a família com a descoberta do maná; os adultos acabam enxergando a Providência de Deus e as crianças como instrumento de sua Palavra, seus mensageiros, na linguagem religiosa, seus anjos.

Por isso a missão tem tudo a ver com a partilha e com a solidariedade. O gesto de repartir, partilhar, que percorre transversalmente toda a Palavra de Deus vem da experiência das crianças. Não é por acaso que num dos relatos da multiplicação dos pães aparece uma criança que apresenta a Jesus o pouco que tem: dois pães e dois peixes. O ato de partilhar, como ensinam os Evangelhos, é a vontade de Deus; quem partilha entrega também a sua experiência e vivência existencial. Jesus nos convida a ser seus discípulos e seus missionários. O horizonte da missão é o mundo, a humanidade no seu todo. Nós como comunidade católica e cristã temos uma responsabilidade missionária. Responsabilidade de rezar pelos missionários; responsabilidade de pedir alcançar a graça de ser missionário; responsabilidade em ajudar financeiramente as obras missionárias. Em 2008, a Igreja no Brasil realizou o 2º. Congresso Missionário Nacional, em Aparecida, interior do Estado de S.Paulo. O Congresso teve como inspiração fundamental o documento de Aparecida. A missão aprofunda a mensagem fundamental que é o Evangelho semeado nas diversas realidades da nossa cidade, ou seja, a missão tem esse aspecto de mergulho no espírito do Evangelho; o aspecto prático desse mergulho é o «ir», ou seja, agir para fora dos limites, das fronteiras. Ser missionário é exatamente isso: mergulhar no espírito do Evangelho! A ação pastoral e evangelizadora missionária é um ato de mergulhar no profundo oceano do Espírito.

A primeira leitura é do livro do Eclesiástico, capítulo 35. As origens do livro remontam a um costume da comunidade que, ao reunir-se ouvia a proclamação da Lei e a seguir ouvia uma espécie de relato das pessoas mais velhas da comunidade. O relato apresentado está inserido numa espécie de liturgia e de celebração onde o Povo de Deus – em movimento e reunido nas casas («oikia», do grego, que vai dar origem, séculos mais tarde, ao conceito básico de «paróquia»). O autor quer lembrar o jovem Povo de Deus à necessidade de respeitar a experiência de vida dos mais velhos. Para entender a Palavra de Deus não basta lê-la e receber instrução. Só ler não instrui (cf. «Prólogo» na Versão Grega). É preciso ouvir a experiência de quem viveu. É preciso percorrer um caminho duro: disciplinar-se (cf. Eclo 1-23), depois entender a relação entre a Sabedoria de Deus e a vida humana para compreender o projeto de vida na Criação, para finalmente, adquirir capacidade para rezar (cf. Eclo 51). A sentença inicial vem da experiência. «O Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas» (v. 15-b). Portanto, a oração elevada para Deus não deve conter nenhum sinal de falsidade. Os juízes da terra podem ser parciais. A Lei pode ser interpretada segundo os modismos ou circunstâncias. Deus não é um juiz assim. «Ele não é parcial em prejuízo do pobre» (v. 16-a).

A lição da primeira leitura está na ilustração apresentada por Jesus em forma de parábola, no Evangelho. É a parábola do «fariseu e o publicano». Jesus remete a parábola para aqueles «que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros» (v. 9). Essa parábola é uma continuidade da parábola do domingo passado que mostrava a relação entre um juiz injusto e uma viúva (cf. Lc 18, 1-10). Jesus questiona o sistema puro-impuro. O fariseu, considerado puro pela prática da Lei vai ao Templo rezar; o publicano, considerado impuro pelas leis sociais e religiosas também se dirige ao Templo. A questão que Jesus coloca é: a oração de qual deles vai chegar até Deus? Enquanto o fariseu desfia sua lista de qualidades, em forma de oração, para Deus, o publicano não tem qualidades nenhuma para apresentar. «Ó Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos. Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda» (v. 11-12), diz o fariseu em seu pensamento.

De outro lado, o publicano reconhece seus pecados e não tem nem ânimo para dizer qualquer coisa. «Meu Deus, tem compaixão de mim, que sou pecador» (v. 13-c).

Jesus diz que Deus ouviu a oração do publicano e não a do fariseu. A oração que agrada a Deus é fruto do modo como vivemos em relação aos outros.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 24/10/2010)

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