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domingo, 12 de dezembro de 2010

A voz do nosso pároco

Dia de Finados – Ano C – 2 de novembro de 2010
Textos: Sb 3, 1-6; Sl 41; Ap 21, 1-5-a.6-b-7; Mt 5, 1-12
Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

O mundo cristão hoje se reúne para celebrar o Dia de Finados. Somos chamados a contemplar a eternidade, a redenção. Somos chamados a olhar e a superar a mortalidade. Trata-se de uma celebração onde lembramos com saudades das pessoas que estão na casa do Pai. Não é pura e simplesmente uma recordação, mas é uma ação de fé onde demonstramos respeito pelos mortos e elevamos a Deus preces de agradecimento. Agradecimento porque somos herdeiros dos que vieram antes de nós.

O homem toma consciência sobre a realidade da morte, após tomar a decisão de construir o mundo sem Deus. A morte faz o homem enxergar a sua condição de mortal. A negação obstinada do homem em negar o pecado da desobediência a Deus o faz pensar que a morte é uma espécie de castigo; um castigo imposto pelo Criador. Não é assim; Deus deu ao homem a vida plena. Mas, o homem que ainda, nos tempos de hoje, é incapaz de reconhecer seus erros e pecados, refugia-se numa filosofia, num entendimento de sua própria existência, e constata que «a sorte dos homens e dos jumentos é idêntica: como o ser humano morre assim eles morrem. E todos tem o mesmo sopro de vida: nada tem o ser humano mais do que os jumentos, pois tudo é vaidade. Tudo caminha para o mesmo lugar: tudo vem da terra e tudo volta, igualmente, para a terra» (Ecl 3, 19-20).

O livro do Eclesiastes, fortemente existencialista, nos ensina que nenhum ser humano tem força, em si mesmo, em sua própria natureza, em alcançar a imortalidade. O ser humano alcança a imortalidade unicamente porque Deus o destinou à vida eterna. Deus é mais forte do que a morte. Esse será um pensamento fundamental para o novo conteúdo da fé que Jesus Cristo revelará. A fidelidade e o amor de Deus, os ingredientes fundamentais no ato criacional de Deus, ao ser humano vai além da morte. Essa convicção, gradativamente percorre todo o Antigo Testamento e a experiência histórica de fé do povo de Israel. O profeta Ezequiel percebe que a morte nada é diante de Deus. Por isso, encontramos a bela narrativa, em forma de apocalipse, da planície com ossos espalhados e a ação do poder de Deus, que num sopro, une os ossos dispersos e lhes dá corpo novo, com nervos e músculos. «A mão do Senhor estava sobre mim, e o Senhor me levou em espírito para fora e me deixou numa planície repleta de ossos»(Ez 37,1). Deus revelara a Ezequiel um evangelho da ressurreição; a ressurreição de um povo mergulhado em si mesmo gerando sinais de morte. A fé na ressurreição dos mortos vem dos profetas. O profeta Isaías, mais tarde anunciará a ressurreição não somente de um povo em seu conjunto, mas também a ressurreição individual. «Teus mortos, porém reviverão! Seus cadáveres vão se levantar! Acordai para cantar, vós que dormis debaixo da terra! Pois teu orvalho é orvalho de luz e a terra expulsará do ventre os defuntos» (Is 26, 19). Os profetas anunciavam que Deus está acima da morte. Por isso, o salmista registrará que Deus nos arrebatará das sombras da morte (Cf. Sl 49,16). A Bíblia quando fala da morte nos remete à esperança de uma fé profunda em Deus, o Senhor e amigo da vida.

O livro da Sabedoria, na primeira leitura, como a Bíblia inteira nos fala sobre a realidade da morte. A fé nos transmite esperança e um dever de defender a vida humana. Não acreditamos que a vida termina aqui no mundo. «Aos olhos dos insensatos parecem ter morrido» (v. 2-a). O autor procura apresentar um ensinamento. O ensinamento é: a justiça que realizamos na vida nos alcança na imortalidade. «A vida dos justos está nas mãos de Deus» (v.1). Quem não tem a sabedoria de Deus acha uma bobagem fazer o bem nessa vida. Quem é insensato olha para um justo e não vê sentido em sua vida. A justiça dos justos não é um absurdo diante da morte.

A palavra «estar nas mãos de Deus» indica uma consciência de quem é sábio; sua vida, sua existência,já está unida na vida de Deus, antes mesmo da morte física.

A segunda leitura nos apresenta o capítulo 21 do livro do apocalipse de João. As primeiras palavras retomam a profecia do profeta Isaías, cap. 65. «Vi então um novo céu e uma nova terra» (v. 1). É o mundo de Deus onde Cristo vive eternamente, recebe e acolhe as almas daqueles que foram fiéis e perseverantes a Ele nesse mundo. Esse mundo é comparado à cidade de Jerusalém (cf. v. 2). Junto com Ele estão os «santos», os que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro, em todos os sentidos: carnal e espiritual.

O Evangelho é o de Mateus, cap. 5, versículos de 1 a 12. É o mesmo texto que aprofundaremos no domingo próximo quando celebramos a liturgia de Todos os Santos. É o «Sermão da Montanha». Ele não se resume nos 12 versículos. Após o anúncio que Cristo faz da nova Lei de Deus, procura mostrar na prática da vida, como essa lei deve ser seguida pelos cristãos. Somos o sal e a luz de Deus no mundo (cf. v. 13-16). Os cristãos devem praticar a nova justiça ensinada por Jesus. «Se a vossa justiça não for maior que as dos escribas e fariseus, não entrareis no Reino dos Céus» (v. 20).

O Sermão da Montanha oferece assim um modo de viver de quem é seguir de Jesus Cristo. Os Fiéis aos ensinamentos de Cristo estarão certos de que, na morte, são recebidos e acolhidos por Ele. A morte torna-se assim alegria, paz, descanso.

São apenas 8 ensinamentos que na sua essência procuram revelar-nos a verdadeira e o sentido da felicidade humana.

A todos os falecidos aos quais oferecemos esta santa missa, rezemos:

Dai-lhes, Senhor, o descanso eterno
E a luz perpétua os ilumine
Descansem em paz.
Amém.

(texto: Pe Devair Carlos Poletto - 2/11/2010)

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