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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tempo do Advento

Iniciamos mais um Ano Litúrgico com o Tempo do Advento.

Este tempo de espera pela vinda do Salvador, nos ajuda a renovar nossas forças e esperanças!
É tempo de renovar nosso compromisso com Jesus e com a missão confiada a cada um de nós por Ele mesmo!

Para isso, nos aprofundemos na meditação da Palavra de Deus, nas orações, participemos da Sagrada Eucarístia e sejamos mais generosos, solidários e caridosos!

Aqui, neste nosso espaço, contamos com as reflexões do nosso pároco que diponibiliza seus roteiros homiliéticos, para nos ajudar a compreender a Palavra de Deus que ouvimos aos domingos.

Essa partilha tem tamanho valor, portanto, aproveite ao máximo!
Leiam, reflitam, comentem, escreva para nós também!
Faça deste blog o seu espaço!

"Endireitai os caminhos do Senhor!"
Um ótimo advento à todos!


A voz do nosso paroco


2º. Domingo do Advento – Ano A – 5 de dezembro de 2010
Textos: Is 11,1-10; Salmo 71; Rm 15, 4-9; Mt 3, 1-12


Irmãos: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


A primeira leitura é do é do livro do profeta Isaías, capítulo 11. Os profetas anunciaram a vinda de Deus ao mundo. Os profetas anunciam a «Encarnação»; A Igreja chama «Encarnação» ao mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus fez-se «carne» (Jo 1,14) tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal distintivo da fé cristã.

Jesus é, inseparavelmente, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de Deus, que é «gerado, não criado, consubstancial ao Pai», fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com isto deixar de ser Deus, nosso Senhor.

Nesse anúncio os profetas diziam que para ver o Messias todos tínhamos que fazer uma caminhada de conversão. O interessante é que a conversão pedida pelos profetas não é no sentido de «mudança de religião», mas, praticar a religião. A prática da religião é extremamente importante e oportuna. É com ela que se pode «transmitir» a fé, o amor e a esperança.

O texto mostra, com imagens fortes, a identidade dessa personagem, quem é e o que vai realizar em favor do povo. A identidade é descrita no v. 2: «Sobre ele repousará o espírito do Senhor, espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de conhecimento e temor do Senhor». Sob sua liderança o povo vai respirar ares novos (a palavra espírito, em hebraico, significa sopro, ar), porque o broto do toco de Jessé se deixará guiar por ventos novos. O v. 2 cita quatro vezes a palavra espírito. Os estudiosos vêem aí uma referência aos quatro pontos cardeais.

A seguir o profeta nos fala como agirá o Messias, mostrando como agirá em defesa do povo. Ele estará comprometido com a causa da justiça, pressuposto básico de quem governa. Fazer justiça é desmascarar a falsidade que distorce os julgamentos, pois os poderosos são capazes de arrolar em favor deles testemunhas falsas. «No temor do Senhor encontra ele seu prazer. Ele não julgará pelas aparências que vê nem decidirá somente por ouvir dizer» (v. 3). Governar é fundamentalmente fazer justiça aos humilhados e empobrecidos. De sua boca sairá uma sentença de condenação contra os exploradores do povo. «Mas trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos; fustigará a terra com a força da sua palavra e destruirá o mau com o sopro dos lábios» (v. 4). Governo justo e legítimo é o que defende os direitos dos fracos. O texto supõe que não há governo neutro, pois a neutralidade já seria conivência com os exploradores em detrimento dos explorados.

Logo a seguir, o profeta apresenta uma imagem que é paradisíaca. Lembra o início, o gênesis. Temos aí a reconciliação de toda a criação. De fato, Isaías mostra que os eternos rivais passarão a viver juntos e a partilhar os bens da vida: lobo e cordeiro, onça e cabrito, carneiro e leãozinho, vaca e urso, leão e boi. O mundo encontra seu verdadeiro lugar, o da paz universal, exatamente como Deus havia planejado no início da criação (cf. Gn 1). A criação reconciliada pode ser conduzida por um garoto. «Até mesmo uma criança poderá tangê-los» (v. 6b). Mais ainda: a serpente, principal inimigo da humanidade, brincará com as crianças (v. 7b). O centro desse paraíso será Israel, a santa terra montanhosa. Segundo Gn 2,9, no centro do paraíso estava a árvore da vida. Aqui, Isaías apresenta, como núcleo central de uma sociedade em estado paradisíaco (árvore da vida), um povo preocupado com a justiça e o bem: «Não farão nada de mal ou prejudicial em toda a minha santa terra montanhosa, pois o país reconhecerá tão plenamente o Senhor, como as águas recobrem o fundo dos mares» (v. 9). Mais ainda: esse povo, cujas lideranças estão comprometidas com a prática da justiça, será uma bandeira levantada que atrai todos os povos (v. 10).

O Evangelho do segundo domingo de Advento, não é Jesus que nos fala diretamente, mas seu precursor, João Batista. O coração da pregação do Batista está contido nessa frase de Isaías, que repete a seus contemporâneos com grande força: «Esta é a voz daquele que grita no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas!». Isaías, para dizer a verdade, expressava: «Uma voz clama: no deserto, abri caminho ao Senhor» (Is 40, 3). Não é, portanto, uma voz no deserto, mas um caminho no deserto. Os evangelistas, aplicando o texto ao Batista que pregava no deserto da Judéia, modificaram a pontuação, mas sem mudar o sentido da mensagem.

Jerusalém era uma cidade rodeada pelo deserto: ao Oriente, os caminhos de acesso, enquanto se traçavam, facilmente desapareciam pela areia que o vento move, enquanto ao Ocidente se perdiam entre as asperezas do terreno para o mar. Quando uma comitiva ou um personagem importante devia chegar à cidade, era necessário sair e caminhar pelo deserto para abrir uma via menos provisória; cortavam as sarças, aplainavam os obstáculos, reparavam a ponte ou uma passagem. Assim se fazia, por exemplo, por ocasião da Páscoa, para acolher os peregrinos que chegavam da Diáspora. Neste dado, de fato, inspira-se João Batista. Está a ponto de chegar, clama, aquele que está acima de todos, «aquele que deve vir», o esperado os povos: é necessário traçar um caminho no deserto para que possa chegar.

Mas eis aqui o salto da metáfora à realidade: este caminho não se traça no terreno, mas no coração de cada homem: não se traça no deserto, mas na própria vida. Para fazê-lo, não é necessário pôr-se materialmente ao trabalho, mas converter-se: «Endireitai os caminhos do Senhor»: este mandato pressupõe uma amarga realidade: o homem é como uma cidade invadida pelo deserto; está fechado em si mesmo, em seu egoísmo; é como um castelo com um fosso ao redor e as pontes levantadas. Pior: o homem complicou seus caminhos com o pecado e aí permaneceu, seduzido, como em um labirinto. Isaías e João Batista falam metaforicamente de precipícios, de montes, de passagens tortuosas, de lugares impraticáveis. Basta chamar estas coisas por seus verdadeiros nomes, que são orgulho, humilhações, violências, cobiças, mentiras, hipocrisia, imundices, superficialidades, embriaguez de todo tipo (pode-se estar ébrio não só de vinho ou de drogas, mas também da própria beleza, da própria inteligência, de si mesmo, que é a pior embriaguez!). Então se percebe imediatamente que o discurso também é para nós, é para cada homem que nesta situação deseja e espera a salvação de Deus.

Endireitar um caminho para o Senhor, portanto, tem um significado concretíssimo: significa empreender a reforma da nossa vida, converter-se. Em sentido moral, o que se deve aplanar e os obstáculos que se deve retirar são o orgulho – que leva a ser impiedoso, sem amor para com os demais – , a injustiça – que engana o próximo, talvez abduzindo pretextos de compensação para calar a consciência –, por não falar de rancores, vinganças, traições no amor. É vales cheios de preguiça, incapacidade de impor-se um mínimo de esforço, todo pecado de omissão.

A palavra de Deus jamais nos esmaga sob um monte de deveres sem dar-nos ao mesmo tempo a segurança de que Ele nos dá o que nos manda fazer. Deus, diz [o profeta] Baruc, «dispôs que sejam abaixados os montes e as colinas, e enchidos os vales para que se uma o solo, para que Israel caminhe com segurança sob a glória divina» [Ba 5, 7, N. da R.] Deus abaixa, Deus enche, Deus traça o caminho; é tarefa nossa corresponder à sua ação, recordando que «quem nos criou sem nós, não nos salva sem nós».





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