Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

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domingo, 8 de maio de 2011

A voz do nosso pároco

          3º. Domingo da Páscoa – Ano A – 8 de maio de 2011.

        Textos:
        At 2, 14.22-33; Salmo  15; 1Pd1,17-21; Lc 24,13-35


Irmãos e irmãs:

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!


        Iniciamos com uma celebração da Palavra o ano catequético de 2011, na oitava da Páscoa. Foi uma beleza de celebração e participação das crianças e dos pais. A Palavra de Deus é, sem dúvida, instrumento fundamental em nossa caminhada de fé como ensina Pedro nas leituras de hoje. Cada vez mais a catequese para ser realmente renovada como nos pede a Igreja deve ser responsabilidade de toda a comunidade onde a Ressurreição – a Páscoa de Jesus – seja luz da Revelação; luz essa que também ilumina nosso olhar para a Tradição e o caminho percorrido pelo Magistério da Igreja.
        O chefe da Igreja cheio do Espírito Santo entregue a ele por Jesus Ressuscitado nos apresenta a vida do mesmo Jesus com uma nova compreensão. Não se trata mais de uma simples «biografia» de Jesus, mas de olhar para o mesmo Jesus com o olhar da experiência da Páscoa. «Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão» (v. 14). Tudo é transformado quando olhamos para o passado e para o presente com os olhos de Jesus Ressuscitado. É com esse olhar que nós - «Igreja – Povo de Deus – em movimento» queremos olhar para a vida da nossa comunidade inserida na história dos homens; uma comunidade que está sempre «a caminho». «Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse» (v. 23-24). Ao final do «kérigma», Pedro relembra as palavras de Davi no Salmo 15, uma oração de confiança; como Davi havia declarado para Deus, Pedro também com olhar humilde, porém cheio de vida, pois fora testemunha da ressurreição de Jesus declara: ««Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites!» (Sl 15, 11).  A «Igreja – o Povo de Deus – está sempre em movimento»! Davi diz para Deus com toda intimidade que não sabe como viver - segundo a vontade de Deus – mas, que confia plenamente nas indicações do próprio Deus para seguir com sua vida. Davi ao concluir a sua oração tem uma certeza: a de que as seguranças humanas – poder econômico, político e ideológico – são falsas. Pedro também reafirma essa verdade ao dizer: «vós o matastes, pregando numa cruz, mas Deus o ressuscitou!». «Sabeis que fostes resgatados da vida fútil herdada de vossos pais, não por meio de coisas perecíveis, como a prata ou o ouro, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha nem defeito» (1Pd 1,18-19).

        O Evangelho de Lucas, no capítulo 24, narra os discípulos de Jesus que, fugindo de Jerusalém, após a tragédia e após toda a violência a que Jesus fora submetido, retornam para a sua aldeia de origem, Emaús. Assim como os apóstolos se sentiam em Jerusalém – sentimento marcado de tristeza e de medo – os discípulos retornam com o coração cheio de amargura, decepção, pois não viram ser realizado aquilo que acreditavam que Jesus faria.  «Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!» (v. 21). Em Jerusalém o Ressuscitado rompe as paredes e as portas fechadas – por causa do medo - e dialoga com os apóstolos e quase ao mesmo tempo o mesmo Ressuscitado caminha junto aos discípulos. «O próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles» (v. 15-b). O diálogo faz ecoar em seus corações e na inteligência deles – adquiridas com a convivência de Jesus – um sentido novo. «Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele» (v. 25-27). Mas, é em ao redor da mesa eucarística presidida pelo próprio Jesus Cristo que os discípulos são capazes de enxergar mais corretamente para a vida vivida na comunidade de Jesus onde a Palavra de Deus também adquirido um sentido novo. «Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”» (v. 30-32). É com essa compreensão nova que todos nós pedimos ao Senhor Ressuscitado: «Fica conosco, Senhor!» (v. 29). Como discípulos e missionários de Jesus clamamos. «Fica conosco, Senhor, acompanha-nos, ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te. Fica conosco, porque ao redor de nós as sombras vão se tornando mais densas, e tu és a Luz... Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do Pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu ressuscitaste e que nos deste a missão de ser testemunhas de tua ressurreição. Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com a Tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti. Fica, Senhor, em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as nas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia... Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural. Fica, Senhor, com aqueles que em nossas sociedades são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade. Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são esperança e a riqueza do nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças (...) Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários! (DA, 554).

Meus irmãos e irmãs:

        Hoje celebramos o dia das mães. Mãe é «para sempre» como dizia o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. E é com as palavras desse magnânimo poeta que traduziu tão bem nosso sentimento de filho e de filhas:

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 08/05/2011)

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