Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

sábado, 3 de setembro de 2011

A voz do nosso paróco


23º. DOMINGO DO TEMPO COMUM – Ano A – 4 de setembro de 2011.

Textos:
Ez 33,7-9; Salmo 94; Rm 13,8-10; Mt 18,15-20



Irmãos e irmãs:
               
                Nos últimos domingos Deus tem-nos presenteado com a sua Palavra sobre a vida em comunidade. Viver em comunidades traz consequências sérias. É uma beleza a vida em comunidade. Pouco ou nada poderia o homem criar e produzir nesse mundo sem sua participação na vida em comunidade. Viver em comunidade nos insere num processo de educação não formal; uma educação que está alicerçada nos valores da família, a primeira e mais importante comunidade.
                Sempre temos que refazer nossa vida em comunidade por causa das nossas fragilidades. Lembram-se da sequência dos evangelhos? Num domingo Pedro professou a fé no Senhor; no seguinte, quer impedi-lo de fazer a vontade de Deus. De pedra, o apóstolo se torna pedregulho, ou seja, algo que incomoda.
                A Igreja não deve pensar como o mundo. Ela deve ser ela mesma no mundo. A Bíblia em síntese apresenta uma pedagogia ensinada por Deus. Nós devemos ser o que somos; quando assumimos identidades de outros ficamos perdidos, violentos e desestruturados. Essa pedagogia divina que está na raiz da comunidade familiar e que deve estar também na vida eclesial, por vezes, sucumbe frente aos interesses do mercado religioso, econômico, político e ideológico.
                Por isso, viver em comunidade, a primeira e fundamental proposta de Deus realizada em Jesus de Nazaré, é uma proposta boa, adequada, urgente e necessária diante do que o mundo nos oferece.
                                
                              
                Na primeira leitura Deus estabelece o profeta como «vigia para a casa de Israel» (v. 7). Realmente, os profetas foram sentinelas que tinham a missão de alertar o povo quando esse se afastava da vontade de Deus. O profeta deve cumprir com o seu dever; muitas vezes, para fazer a vontade de Deus, o profeta acaba sendo malvisto e odiado pela sua comunidade.
                Ele tem que avisar o povo a respeito de sua conduta, para que não se percam.

                A Igreja é o «Povo de Deus – em movimento»; um povo também profético. A partir da nossa unção batismal e crismal, todos nós participamos da vocação profética do Cristo, legada à Igreja. No sermão sobre a comunidade aparece também a nossa missão de sermos «vigias», «sentinelas». A Igreja tem uma «missão profética» nesse mundo.  A Igreja também tem que avisar e alertar a raça humana dos perigos dos desvios. O tempo vai confirmando o ensinamento da Igreja. Muitas coisas que acreditamos serem verdades absolutas vão cair por terra.
Essa semana, o presidente americano Baraque Obama anunciou num «pedido de desculpas» ao povo da Guatemala. O pedido fora porque cientistas americanos associados com cientistas europeus, na área da medicina e da ciência biológica, fez durante os anos 30 e 40 experiências cientificas – com vírus e bactérias altamente perigosas - utilizando seres humanos como cobaias. Esses cientistas agiram assim por pressão dos governos americanos e europeus para arrecadar dinheiro e movimentar o rico mercado da indústria farmacêutica. É contra esse tipo de «ciência» que a Igreja sempre se colocará em combate permanente. O triste do relatório publicado é que os mesmos cientistas acompanhavam as cobaias humanas, portanto tinham plena consciência de que estas estavam infectadas, e se divertiam à possibilidade do infectado contagiar alguém saudável. Esta é a dura realidade que nem sempre chega ao discernimento do povo.
                                                
Na segunda leitura da Carta aos Romanos, Paulo faz as suas exortações finais para a comunidade de Roma. Ele resume a prática da vida cristã com essas palavras: «não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei» (13,8). Fazer o bem para o outro é o resumo de tudo. Os jovens soldados americanos que, heroicamente retornaram com vida do Iraque e de outros países do Oriente, formaram uma associação americana e revelaram detalhes da extrema crueldade da guerra. O que mais impressiona é que o eixo de pensamento desses soldados, que agora se voltam contra o governo americano, é um eixo «religioso». Não devemos fazer ao outro aquilo que não queremos que façam conosco.
                Paulo dá evidência para a comunhão e a caridade fraterna que deve ser construída numa vida em comunidade.

No Evangelho ouvimos do Senhor que temos uma «missão profética» nesse mundo e na comunidade. É preciso sempre estar corrigindo e se corrigindo na caminhada.
                Somos uma espécie de sentinelas. Os ensinamentos de Cristo mostram que devemos fazer de tudo para não perder as pessoas da comunidade, mesmo aquelas mais pecadoras.
                Mt 18 mostra a importância da comunidade eclesial. Esta aparece ainda na palavra de Jesus sobre a oração comunitária (Mt 18,19ss): quando estamos reunidos no nome  de Jesus e unânimes dirigimos nossos pedidos a Deus, Ele nos atenderá como se fosse um pedido do próprio Cristo, pois Ele está no meio de nós.
                A Igreja é uma comunidade de salvação, do ponto de vista sacramental; mas, essa salvação só pode acontecer pela comunhão eclesial.  Cristo veio para isso: realizar a comunhão de todos os povos.
                Não é de hoje que a CNBB, a Conferência dos Bispos, alerta nossos agentes de pastoral para o perigo do subjetivismo proclamado pela sociedade e os riscos desse valor adentrar pela comunidade eclesial.
                Quando vivemos em comunidade, em família, nem sempre as coisas são como gostaríamos. Muitas vezes é preciso sacrificar nossa maneira de ser e de pensar. Não se pode fazer só o que é prazeroso. Mas, enxergar essa realidade, só é possível quando se está disposto a caminhar junto e aberto à caminhada.
                Não podemos transformar a mensagem do evangelho numa mensagem pessoal e subjetiva.

Irmãos:

O Salmo 94 nos convida a ser «povo de Deus» que reconhece a presença Dele em nossa comunidade. Queremos ser novo povo de Deus. Por isso, a antífona proposta já nos alerta: «Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!».
O Salmo nos recorda que nos momentos difíceis, a oração é fundamental. «Vinde, exultemos», «vinde, adoremos, prostremo-nos». Não queremos pecar contra a nossa comunidade como fez o povo no deserto, sob a liderança de Moisés.

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 04/09/2011)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross