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domingo, 13 de junho de 2010

Solenidade de Corpus Christi

Celebramos a solenidade de Corpus Christi, às 9h da manhã do dia 3 de junho, em nossa paróquia.

Segue texto da reflexão das leituras deste dia festivo. Vale a pena conferir!


Corpus Christi – Ano C – 3 de junho de 2010
Textos:
Gn 14,18-20; Salmo 109; 1Cor 11,23-26; Lc 9, 11-b-17

Meus irmãos e minhas irmãs:

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

A primeira leitura é do livro do Gênesis, capítulo 14, versículos 18 a 20. Esse capítulo está inserido na narrativa que nos relata o caminho percorrido por Abraão e o processo de transformação a que ele fora submetido por Deus. O livro do Gênesis nos conta que Abraão teve de experimentar a fé – crer nas promessas absurdas que Deus havia feito para ele – para se transformar no que mais tarde, seria chamado de «Pai da Fé» ou «Patriarca». E isso é uma beleza da Revelação de Deus! É preciso «experimentar» a fé; é preciso inserir a fé na vida, no cotidiano, nas relações pessoais e sociais. Abraão é descendente de Sem, um dos filhos de Noé. A caminhada realizada por Abraão introduz elementos importantes à sua relação de fé com Deus. Abraão teve uma vida agitada na velhice. Deus fora ao seu encontro e o chamou (cf. Gn 12,1-8); Deus o envia ao Egito (cf. Gn 12, 10-20); viveu em meio a guerras regionais, de cidade contra cidade, uma violência sem fim (cf. Gn 14,1-16). Por conta da guerra chegou a perdeu seus bens, seu rebanho, teve parentes seqüestrados por exércitos. Teve que guerrear contra os inimigos de sua família, mas, também teve de resolver contendas e divisões na sua própria família.

Na caminhada realizada por Abraão a Palavra de Deus destaca o seu encontro com o rei de Jerusalém, um sacerdote pagão chamado Melquisedec; esse rei-sacerdote ajuda Abraão na sua luta com um gesto muito simples: envia comida, suprimentos, pão e vinho. O povo que veio depois de Abraão ao recontar a história do Patriarca viu nesse gesto de Melquisedec um traço do sacerdócio querido por Deus. O rei-sacerdote que abençoa e socorre um estrangeiro que acabara de chegar de uma guerra. Por isso, David em suas orações relembrará desse gesto e nos ensinará que o Povo de Deus é um povo sacerdotal: que dá e oferta o que tem a quem precisa e abençoa quem precisa (cf. Salmo 109,4). Por isso, ele é chamado de «sacerdote de Deus Altíssimo» (cf. Gn 14, 18). «Naqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como sacerdote do Deus Altíssimo, abençoou Abrão (v. 18 e 19). Abraão viu na atitude desse rei-sacerdote uma espécie de recado de Deus; por isso, relata a Bíblia que ele deu o dízimo a esse sacerdote. «E Abrão entregou-lhe o dízimo de tudo» (v. 20). O gesto de Melquisedec e a atitude de Abraão irão inspirar Moisés muitos séculos depois ao instituir a Festa da Páscoa. Por isso, a Igreja celebra Corpus Christi inserida no ambiente espiritual da Páscoa, da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, pois o Filho de Deus deu a sua vida generosamente para a salvação da humanidade. A festa de Corpus Christi não é uma festa só para relembrar a caminhada do Povo de Deus, mas, uma festa para retomar o significado da entrega e do doar-se para o bem do próximo. Esse entendimento espiritual ainda não atingiu a alma da humanidade.

Na segunda leitura, Paulo na primeira carta aos Coríntios recorda a quinta-feira Santa, a Ceia celebrada por Jesus com seus discípulos. Nesse dia Jesus instituiu a Eucaristia como sacramento de vida para os que crêem. O sacrifício de Cristo torna-se «memorial» novo e uma espécie de mandamento novo. É preciso caminhar. A caminhada nesta vida é difícil; parece uma guerra diária, mas, é preciso colocar-se nesse caminho e aprender a ser generoso com a vida. Infelizmente, esse entendimento espiritual não alcança a inteligência e alma de outros cristãos. Para «outros cristãos», Corpus Christi é visto como um dia para celebrar uma «marcha», qual tropa de exército para derrotar os inimigos; de exibição e ostentação de poder. Ficamos chocados e atordoados com a notícia de que o exército de Israel mata e bombardeiam pessoas que estavam em navios que levavam comida, bebida e remédios para o povo pobre, em sua maioria crianças e mulheres, da Faixa de Gaza, numa missão organizada pela ONU. «Panis Angélicus, fit panis hominum, dat panis cœlicus figuris terminum. O Res mirabilis! manducat Dominum, Pauper, pauper servus et humilis!» (de César Franck, compositor belga, de Liége), ou seja, «o Pão dos Anjos, torna-se pão dos homens, e o Pão dos céus dá fim aos velhos símbolos. Oh Coisa admirável! O Senhor é a comida!». O pobre e o sofredor se alimentam do Pão de Deus. O alimento verdadeiro, a força verdadeira vem da comunhão, da partilha e da fraternidade. Corpus Christi não é um dia para alimentar ódio, a intolerância religiosa e poder entre os homens. Corpus Christi é um dia para lembrarmos que, aos olhos de Deus, somos iguais e somos abençoados em nossas diferenças. Por isso, a Igreja Católica instituiu essa «Festa do Senhor» como sinal de unidade entre os homens e povos da terra. Ela tomou força maior na Alemanha, na cidade de Colônia, no século 13, como uma festa católica e cristã e para ser sinal e uma chamada de atenção ao mundo, aos povos e às sociedades de que o mundo pode ser melhor se houver respeito à vida dada por Deus; se houver respeito e generosidade com os bens materiais. «Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, elevou os olhos para o céu, abençoou-os, partiu-os e os deu aos discípulos para distribuí-los à multidão. Todos comeram e ficaram satisfeitos. E ainda foram recolhidos doze cestos dos pedaços que sobraram» (v. 16-17). A vida é bela nos ensina a festa de Corpus Christi e o Evangelho de hoje nos apresenta a multiplicação e partilha dos pães. Por isso, nosso povo simples tenta passar esse recado fundamental: é só partilhando, amando o outro ser humano que podemos trilhar os caminhos de Deus; é preciso enfeitar a rua, as janelas, as casas nesse dia, pois Deus está junto de nós a cada passo no caminho. Deus caminha conosco.

Irmãos e irmãs:

Não estamos em marcha para a mesa Eucarística; nós já estamos à Mesa da Eucaristia, aguardando e esperando a chegada dos irmãos pródigos que quiseram se aventurar na vida e na História. Somos as pessoas mais amadas por Deus e Ele nos chamou para que, na sua casa, sentados à mesa e partilharmos juntos as nossas vidas. A fé não está no «marchar» em direção à Eucaristia, pois, já nos alimentamos – por bondade, amor e misericórdia de Deus – do próprio Deus em sua Palavra e sua entrega total para a nossa salvação. «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele, diz o Senhor Jesus» (cf. Jo 6,57).
(Texto: Padre Devair Carlos Poleto - 3/6/2010)

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