Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

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domingo, 20 de novembro de 2011

A voz do nosso paróco

34º. Domingo do Tempo Comum
Jesus Cristo – Rei do Universo – Ano A – 20 de novembro de 2011
Textos:
Ez 34, 11-12.15-17; Salmo 22; 1Cor 15,20-26.28; Mt 25, 31-46.


«Igreja – Povo de Deus – em movimento!»

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


         Celebramos hoje o dia de Cristo-Rei. Essa celebração marca o que se chama de «fim». Essa palavra não tem sentido cronológico, mas teológico. É somente nessa perspectiva que podemos nos distanciar de um entendimento fundamentalista e apologeta, pois o fundamentalismo e a apologética nos conduz a uma reflexão distante da «teologia da história». Quando nos distanciamos da teologia da história mergulhamos numa compreensão fanática e fechada da fé cristã e da pessoa de Jesus Cristo.

         A primeira leitura proclamada é a do profeta Ezequiel. O capítulo 34 é uma mensagem profética anunciada por Deus contra os maus pastores da comunidade de Israel que, constituíram as raízes no longo período de gestação da futura comunidade cristã: a Igreja. O profeta anuncia e denuncia. Anúncio e denúncia que devem ser lembrados permanentemente na vida comunitária. Quase sempre a comunidade se afasta dos excluídos da sociedade e da religião. Não foi o que fez Jesus. «Ao ver as multidões, Jesus encheu-se de compaixão por elas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor» (Mt 9, 36).
         É sempre um perigo quando a comunidade se fecha em si mesma.  «Assim diz o Senhor Deus: Vede! Eu mesmo vou procurar minhas ovelhas e tomar conta delas» (v. 11). Essa decisão de Deus significa e revela o fracasso da ação dos sacerdotes, profetas e pastores do Antigo Testamento. Eles fracassaram porque abandonaram o antigo Povo de Deus e transformaram o poder sacerdotal e profético num ministério que estava somente a serviço dos grandes e dos poderosos. O que motivou esse distanciamento foi a ganância pelo dinheiro e pela política. Por isso também o profeta Jeremias, no capítulo 23, quase um século antes de Ezequiel, durante o Exilio na Babilônia, diante da traição dos governantes (que eram chamados de «pastores») de Israel, profetizou: «Ai dos governantes, pastores que destroem e dispersam o rebanho da minha pastagem! Por isso, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, contra os pastores: Vós, que governais meu povo, dispersastes minhas ovelhas, expulsaste-as e delas não cuidastes. Pois agora sou eu quem vai cuidar de vós, pedir contas da maldade que praticastes. Eu mesmo vou reunir o resto de minhas ovelhas de todos os países...» (Jr 23, 1-3). Vejam a semelhança entre o que Jeremias diz e o que Ezequiel diz. «Eu mesmo vou apascentar as minhas ovelhas e fazê-las repousar — oráculo do Senhor Deus. Vou procurar a ovelha perdida, reconduzir a extraviada, enfaixar a da perna quebrada, fortalecer a doente, e vigiar a ovelha gorda e forte. Vou apascentá-las conforme o direito» (v. 15-16).

         A segunda leitura é da 1Cor, capítulo 15. É praticante o final da carta. E o tema final é sobre a realidade da ressurreição de Jesus, o Cristo. Para Paulo falar do Ressuscitado na vida do cristão, ele ocupa seu tempo para falar dos problemas internos da vida da Igreja. As vezes a Igreja passa por divisões, ocorrem abusos de todo tipo, seja no governo da Igreja, seja na liturgia, seja no uso errado dos ministérios. Quase sempre a origem dos problemas da Igreja está no exagero, seja no governo, seja na liturgia, seja nos ministérios. Mas, para Paulo todos esses problemas podem ser superados. Essa superação deve precedida da consciência de nossa fragilidade que as vezes está no que pensamos ser fortaleza. Por isso, antecede a reflexão da ressurreição o belíssimo capítulo 13 da 1Cor. Ele nos ensina que acima de todos os poderes humanos e espirituais está a caridade, a prática do amor. Quem não ama, ainda que tenha poder, no fundo não possui nada. Quem não ama, ainda que tenha dons extraordinários, no fundo não possui nada.

         O Evangelho de Mateus, capítulo 25, nos relata o 5º. Sermão de Jesus, com qual encerramos o ano litúrgico. É um sermão cujo conteúdo é o «fim do mundo». A reflexão desse sermão está disposto no evangelho Mateus em 2 capítulos (cf. Mt 24 e 25). Momentos antes de sua morte e ressurreição, Jesus faz alguns pedidos aos discípulos e missionários Dele. Mas, Ele fala tudo em forma de parábola. Sabemos que Jesus ao falar nessa forma, quis se fazer compreender; Ele utiliza imagens do cotidiano da vida.
         O primeiro pedido que Ele nos faz: não ser relaxado na fé. É preciso estar sempre vigilante (cf. Mt 25,1-13) e, sobretudo, não enterrar os dons que Deus nos dá para servir a Igreja; também não podemos desistir na luta por um mundo mais justos e fraterno (cf. Mt 25,14-30).
         Todas essas parábolas fazem parte do que se chama «Sermão do Fim do mundo». A última parábola é proclamada hoje.
         Inspirado no livro da Lei e nos Profetas (Ezequiel e Daniel) esse Sermão aparece também no livro do Apocalipse (20,10), onde João diz que só as pessoas de fé, as que não são relaxadas com a própria fé e as que não abandonam o compromisso com a Igreja, poderão ver a derrota final do Diabo e dos seus seguidores. «Eles serão jogados no lago de fogo e enxofre e serão atormentados dia e noite para sempre» (cf. Ap 20,10).
         É preciso tomar cuidado. Muitos não enxergam a presença de Jesus Ressuscitado neste mundo. Por isso, agem como as virgens descuidadas da parábola.
         Resumindo o Sermão do Fim do Mundo se divide em 2 comportamentos dos cristãos. Mateus utiliza a expressão grega «panta to ethne» [έθνη να panta],que ao mesmo significa reunião de todos os povos, mas a própria palavra indica um tipo de comportamento ÉTICO.
         O primeiro comportamento é daqueles vivem conforme Jesus queria. «Eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar» (v. 35).  Eles não se perderam no caminho após a morte de Cristo na cruz. Não se deixaram vencer pela decepção e nem pelo desanimo. «Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!» (25, 34).
         O segundo comportamento é daqueles que não vivem conforme Jesus queria. «‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’» (v. 37). A pergunta desse segundo grupo tem uma conotação de ingenuidade e inocência como a do primeiro grupo. Mas, Jesus revela a diferença. «‘Em verdade eu vos digo: todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’» (v.40).
         No Dia de Cristo Rei, tomemos consciência da responsabilidade que temos para com a Igreja e para com a sociedade. Seja a nossa marca a fé perseverante, ativa, participante. Uma fé que não é preguiçosa. Uma fé que enche nosso coração de generosidade em todos os momentos.

        

Caríssimos:

         Hoje, Dia de Cristo Rei, dia dos leigos e leigas, não sem razão celebramos a Primeira Comunhão dessas crianças e jovens. Jesus Cristo as chamou a mergulharem na fé católica pelo sacramento do Batismo, no Espírito Santo, e a partir de hoje, as convida permanentemente a ocuparem um lugar preparado por Deus à mesa do Senhor, através da Eucaristia, para uma «ação de graças». Aos catequistas da paróquia nossa gratidão pelo esforço, apesar das fragilidades em nossa caminhada. Aos pais e mães, às famílias dessas crianças, rogamos ânimo, fé perseverante na continuidade na formação permanente desses jovens. A família vive hoje situações de confusão que vocês bem sabem. Mas, devemos aprender sempre que Deus nunca nos deixa só e nunca nos desampara.

(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 20/11/2011)

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