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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A voz do nosso paróco

1º. Domingo do Advento – Ano B – 27 de novembro de 2011.
Textos:
Is 63, 16-b-17.19-b;64,1-c-7; Salmo 79; 1Cor 1,3-9; Mc 13, 33-37.

Irmãos e irmãs:

«Ao Rei dos séculos,
imortal, invisível,
Deus único,
honra e glória
pelos séculos dos séculos!
Amém!»
(«Oração das primeiras gerações cristãs» in «Oração dos primeiros cristãos». Ed. Paulinas. Col. «A oração dos pobres». 1985).


         Iniciamos hoje o novo ano da liturgia. É o ano centrado na meditação e reflexão do Evangelho de São Marcos, o primeiro dos 4 evangelhos escritos. Foi escrito por um discípulo de São Pedro: o jovem João Marcos. Marcos acompanhou Pedro nas suas viagens missionárias e foi catequizado por ele. Recebeu de Pedro o Sacramento do Batismo. Os fiéis das comunidades pediram a Marcos que escrevesse os ensinamentos de Pedro, pois esses vinham do próprio Cristo, em forma de Evangelho para que esses ensinamentos fossem perpétuos. A tradição diz que Marcos escreveu seu evangelho numa cidade chamada Aquiléia, onde teria sido enviado por Pedro para formar comunidades e evangelizar o povo. Aquiléia é uma cidade da província de Udine, no norte da Itália; ela faz fronteira com a Áustria e a Eslovênia.
         A tradição conta que Marcos era um jovem que tinha o dom da eloquência, sabia falar muito bem, e era possuidor de uma inteligência invejável. Mas, era uma pessoa muito humilde. Pedro queria ordená-lo sacerdote, mas, ele não se achava digno. Dizem até que Marcos cortou um dos polegares para evitar que isso acontecesse. Mas, a vontade de seu padrinho, o apóstolo Pedro, venceu. Marcos foi escolhido para bispo de Alexandria. Na posse como bispo, Marcos realizou o milagre da cura da mão do sapateiro da cidade. Foi martirizado e sepultado em Alexandria. Mais tarde seu corpo fora transportado para Veneza, na Itália, onde permanece até hoje. No Livro do apocalipse, Marcos é o evangelista representado pelo leão.
        
        
         A primeira leitura do livro do profeta Isaías nos convida a todos a saborear a mensagem consoladora da Palavra de Deus reconhecendo a paternidade de Deus. «Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome» (v. 16b). Ela nos introduz na centralidade da mensagem de Cristo que um dia ensinou seus discípulos a rezar chamando Deus de «Pai». O povo reconhece quem é Deus. Após todo o sofrimento do exílio o povo judeu quer ainda confiar naquele que o «modelou». «Assim mesmo, Senhor, tu és nosso pai, somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos» (v. 7, do cap. 64).

         Amados irmãos e irmãs:

         Essa mensagem do profeta Isaías no primeiro domingo do Advento é fundamental para nós. Nós que temos consciência da nossa missão nesse mundo não podemos nunca nos esquecer de que Deus é Pai de todos e ama e cuida com ternura e carinho de todos. Precisamos sentir em nossas vidas esse carinho e essa ternura de Deus. Precisamos anunciar às pessoas afastadas da comunidade para que elas se voltem para Deus e retornem à comunidade. Amparadas em nossa palavra de fé, elas precisam de conversão, ou seja, também ter a mesma consciência nossa da necessidade de praticar os mandamentos de Cristo.
         É com imensa afeição que saúdo os nossos valentes e perseverantes animadores de grupos de rua e os coordenadores de grupos da paróquia que nesse tempo do advento e do Natal levam a palavra de Cristo e a imagem do Menino Jesus na manjedoura até as casas das pessoas. Para eles nós dizemos as mesmas palavras do apóstolo Paulo, na segunda leitura, da 1ª. Carta aos Coríntios: «Graça e paz para vós, da parte de Deus, nosso pai, e do Senhor Jesus Cristo» (v.3).
         A nossa ação missionária e evangelizadora confirma a nossa fé e o nosso testemunho.«Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós» (v. 4b). Quando evangelizamos nos preparamos para o encontro definitivo com Deus, na sua vinda, no seu Advento. Evangelizamos por causa da expectativa da sua chegada, do seu «Dia». Queremos  que nossos ouvidos ouçam as palavras abençoadas da boca do Cristo: «Vinde, benditos de meu Pai» (cf. Mt 25, 34).
         Deus nos quer irrepreensíveis na fidelidade e perseverantes na fé. Ele sempre nos dá a coragem necessária para enfrentar todas as dificuldades que encontramos na Igreja e fora dela. «É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível, até o fim, até o dia de nosso Senhor, Jesus Cristo» (v. 8). Paulo nos lembra que Deus é fiel ao seu projeto.

         No Evangelho de Marcos, cap. 13, versículos 33 a 37, o Cristo nos adverte para não cairmos na tentação do desânimo, do cansaço. «Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento» (v. 33). Toda a humanidade caminha, com confiança, ao encontro do Senhor. Não sabemos quando o Senhor irá pedir contas do nosso serviço que ele nos deixou em nossas mãos. É uma espécie de continuação do «5º. Sermão do Fim do Mundo», que meditamos domingo passado, em Mateus.
         Como os apóstolos nós também encontramos muitas dificuldades nesse mundo e na Igreja que, muitas vezes, podem nos desanimar. O «não» que ouvimos de uma pessoa que queremos bem e consideramos nosso amigo causa-nos certa tristeza no coração, certa decepção. A falta de fidelidade das pessoas para com a causa da evangelização e para com a obra da Igreja dá-nos essa sensação. A palavra de Cristo deve despertar-nos: «Vigiai!» (v. 37).
         Nossa falta de fidelidade para com a evangelização e para com a obra da Igreja é um desrespeito a Deus. Ele confia tanto em nós que pede a nossa colaboração para que, inseridos na realidade desse mundo, tenhamos a coragem de transformá-lo. A salvação não vem só do lado de Deus.
        
Caríssimos irmãos e irmãs:

         A Igreja entra neste fim de semana no tempo litúrgico do Advento. Os cristãos proclamam que o Messias veio realmente e que o Reino de Deus está ao nosso alcance. O Advento não muda Deus. O Advento aprofunda em nosso desejo e em nossa espera que Deus realize o que os profetas anunciaram. Rezamos para que Deus ceda à nossa necessidade de ver e sentir a promessa de salvação aqui e agora.
         O Advento nos recorda que temos de estar prontos para encontrar o Senhor em todos os momentos da nossa vida. Como um despertador acorda seu proprietário, o Advento desperta os cristãos que correm o risco de dormir na vida diária.
         O Advento é um período para abrir os olhos, voltar a centrar-se, prestar atenção, tomar consciência da presença de Deus no mundo e em nossas vidas.
         Neste primeiro domingo do Advento, na primeira leitura do profeta Isaías, o Todo-Poderoso volta a dar esperança ao coração e à alma de Israel; modela Israel como o faz o oleiro com a cerâmica.
         Na segunda leitura, em sua carta à comunidade amada de Corinto, Paulo diz que espera com impaciência «o dia do Senhor», no qual o Senhor Jesus se revelará a nós para salvar aqueles a quem chamou.
         No Evangelho do primeiro domingo do Advento, Marcos descreve o porteiro da casa que vela em espera do regresso inesperado de seu senhor. Trata-se de uma imagem do que temos de fazer durante todo o ano, mas especialmente durante o período do Advento.
         Nosso Batismo nos faz participar da missão real e messiânica de Jesus. Cada pessoa que participa desta missão participa também das responsabilidades régias, em particular, no cuidado dos afligidos e dos feridos. O Advento oferece a maravilhosa oportunidade de realizar as promessas e o compromisso do nosso Batismo.
         Neste tempo do Advento, permitam-me apresentar-lhes algumas sugestões. Acabem com uma briga. Façam a paz. Procurem um amigo esquecido. Eliminem a suspeita e substituam-na pela confiança. Escrevam uma carta de amor.
         Compartilhem um tesouro. Respondam com doçura, ainda que desejassem dar uma resposta ríspida. Motivem um jovem a ter confiança nele mesmo. Mantenham uma promessa. Encontrem tempo, deem-se tempo. Não guardem rancor. Perdoem o inimigo. Celebrem o sacramento da reconciliação. Escutem mais os outros. Peçam perdão quando se equivocam.     Sejam gentis, ainda que não tenham feito nada errado! Procurem compreender. Não sejam invejosos. Pensem antes no outro.
         Riam um pouco. Riam um pouco mais. Ganhem a confiança dos outros. Oponham-se à maldade. Sejam agradecidos. Vão à Igreja. Fiquem na igreja mais do que o tempo acostumado.       Alegrem o coração de uma criança. Contemplem a beleza e a maravilha da terra. Expressem seu amor. Voltem a expressá-lo. Expressem-no mais forte. Expressem-no serenamente.
         Alegrem-se, porque o Senhor está próximo.

(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 27/11/2011)

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