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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

A voz do nosso paróco

2º. Domingo do Advento – Ano B – 4 de dezembro de 2011.
Textos:
Is 40, 1-5.9-11; Salmo 84; 2Pd 3,8-14; Mc 1,1-8.


«Em Cristo somos novas criaturas!»

            Todos nós sabemos que os tempos da liturgia, assim como os sacramentos, acompanham a vida humana em sua totalidade. A liturgia nos oferece a Palavra de Deus como aquela que ilumina a vida; porém a luz litúrgica se realiza em seu aspecto celebrativa. Assim, para compreender essa iluminação que provém da Liturgia é utilizado o que se chama de «sacramentais». Os «sacramentais» são imagens e coisas próprias da vida humana que ilustram o que é invisível aos olhos e aos sentidos. Há assim uma tensão entre a espiritualidade que brota do agir de Deus e a espiritualidade do homem.
                O Advento é o tempo de «espera», de «expectativa da chegada» de alguém muito importante. Mal comparando é como um pai e uma mãe gravida que ansiosa aguarda a chegada do filho. Ambos se preparam. É na realidade um tempo que faz parte da vida de cada um de nós.
                Personagens importantes que fazem parte do Advento: João Batista, o último elo histórico entre o antigo povo e o novo povo; Maria, a mãe que feliz aguarda o nascimento do Filho e pela fé, coopera para a intervenção radical de Deus na História. Através dessas duas pessoas somos convidados a ter mais esperança e nos converter, nos preparar para a chegada de Jesus, o Menino-Deus.
           

Na primeira leitura do livro do Segundo Isaías, cap. 40, 1-5 e 9-11, relembra o antigo Êxodo ao Povo de Deus recordando-o que Deus é Libertador. Palavras fundamentais desse texto: «deserto» e «voz que grita». O profeta fala dos motivos que causou o sofrimento do povo e procura trazer palavras de esperança e de coragem.
                Deus não abandonou o povo. Ele fará surgir novos profetas nos mais variados momentos da história. «A Palavra de Deus fica de pé para sempre!» (v. 8).
                O deserto é uma imagem de muitos significados. Por um lado significa «sofrimento», pela aridez, pela violência sufocante das alterações de temperaturas; mas, por outro lado, caminhar em meio ao sofrimento nos faz entrar num processo especial e único de «aprendizado». «Anunciai-lhe: seu cativeiro terminou, sua culpa está paga, da mão do Senhor já recebeu, por suas faltas, o castigo dobrado» (v. 2). Assim como Moisés gritou no deserto para alertar e educar o povo, assim também o profeta tanto na denúncia quanto no anúncio, às vezes deve gritar também. O profeta de usar sua voz para gritar. Quase sempre ainda assim, o povo tem dificuldade em escutar. Por isso Deus recomenda para subir no alto de uma montanha e «gritar, não ter medo!» (cf. v.9-c). Moisés também teve que subir numa alta montanha. O profeta Isaías resume o conteúdo da voz que grita: «Lá vem o Senhor nosso Deus! É com poder que ele vem, seu braço tudo vence. Vem com ele o que ele ganhou, à frente dele, o que conquistou» (v. 10). Isaías conclui comparando Deus como uma espécie de «pastor» que ama e cuida do seu rebanho e ampara e cuida com um carinho especial das que estão mais frágeis. «Qual pastor que cuida com carinho do rebanho, nos braços apanha os cordeirinhos, para leva-los ao colo, e à mãe ovelha vai tangendo com cuidado!» (v. 11).

                O Salmo 84 é um canto de esperança de um povo que não tinha mais esperança. Por isso o povo suplica e inicia caminho novo de conversão. Agora o povo diz: «Ouvirei o que diz o Senhor Deus: ele anuncia paz para seu povo, para seus fiéis, para quem volta para ele de todo o coração!» (v. 9). O povo que aprendeu com o sofrimento quer construir um mundo novo onde a «misericórdia e a verdade se encontram, a justiça e a paz se abraçam» (v. 11).

                A segunda leitura é da segunda carta de Pedro, cap. 3, versículos 8 a 14. É o «testamento pastoral» de Pedro. As suas últimas palavras começam com um pedido especial para o Povo de Deus. O Povo não pode esquecer nunca de sua vocação e de que fora chamado por Cristo à vida verdadeira. «A graça e a paz vos sejam concedidas abundantemente, pelo conhecimento de Deus e de Jesus, nosso Senhor!» (1,2).  Mas não basta saber que foi chamado; é preciso ter uma boa memória. É preciso lembrar sempre da caminhada realizada e, especialmente, daqueles que deram suas vidas pelo martírio e testemunho para que pudéssemos encontrar Jesus Cristo.
                Pedro faz referência à Voz que ele e os outros apóstolos escutaram; uma voz que veio do céu e declarou: «Este é o meu Filho bem-amado, no qual está o meu agrado» (1, 17). Essa Voz aparece no Batismo de Jesus e na sua transfiguração. Jesus é o realizador do Projeto de Deus. Assim, com essa compreensão, Pedro como uma espécie de profeta diz: «O que esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, nos quais habitará a justiça» (v. 13).

                O título do Evangelho de Marcos é este: «Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus» (1,1). Logo no começo Marcos que fazer uma distinção importante. Quem é Jesus? Jesus é o «Filho de Deus» e não o «Filho de Davi». A distinção é para mostrar que a proposta da Boa Nova  extrapolou para todos os povos.
                Todo texto deste 2º. Domingo do Advento do Evangelho nos fala da «preparação» que ocorreu nos tempos históricos para a chegada de Jesus, o Filho de Deus. Faz referência os profetas do Antigo Testamento e inspirado neles mostra que a palavra profética fez vir ao mundo João Batista. «Assim veio João» (v. 4-a). A mensagem de João é a mesma de seus antecessores: «conversão». «Pregava um batismo de conversão, para o perdão dos pecados» (v.4-b).  João é a síntese da função do AT: «preparar o caminho do Senhor» (Is 40,3); ele é uma espécie de «anjo», de «mensageiro», como foi Moisés (cf. Ex 23, 20).  Marcos diz que os povos iam ao encontro de João, tanto os judeus quando os vizinhos de Jerusalém. O encontro acontecia no Rio Jordão. Para quem não lembra o rio Jordão se tornou uma espécie de marca divisória, de fronteira, entre a antiga vida do Povo caminheiro do deserto e a nova vida do Povo no que se chamou de «Terra Prometida» (cf. Nm 13,29; Js 4,5;5,1). Assim, o encontro dos povos com João Batista, preanuncia o fim da caminhada, o fim de um tempo e o início de um novo. Não é à toa que o próprio Jesus muito mais tarde irá também ao encontro de João e irá se submeter ao batismo.
                As vestes e o alimento de João Batista trazem em si um simbolismo importante e uma mensagem. João quer dizer que ele não é o protagonista de sua pregação. Essa mesma pregação vinha de longe, mais exatamente do profeta Elias. Esse profeta usava sandálias de couro, uma cinta de couro na cintura. O alimento de João composto de «gafanhotos e mel silvestre» indica o alimento de quem é nômade, daqueles que vivem afastados da sociedade.

Irmãos:

                Quero lembra-los que hoje e no próximo domingo a Igreja Católica realiza em todo o Brasil a «Campanha da Evangelização». Na mesma generosidade de Jesus Cristo «somos novas criaturas». A vocação da Igreja, da nossa paróquia, grupos e comunidades é evangelizar. É através da ação evangelizadora e pastoral que a Igreja pode apresentar ao mundo a proposta e a Boa Nova de Jesus Cristo. Acreditamos que a humanidade só pode ter um novo olhar de esperança a partir da mensagem, da proposta e da ação de Jesus Cristo.
                Por isso somos convidados a uma nova consciência aceitando o convite da Igreja em sua missão evangelizadora, através do firme testemunho, de ações pastorais que revelem o Evangelho.
                A realização da «Campanha» é apelo a todos para que garanta ajuda e apoio financeiro para apoio às ações pastorais e aos Projetos evangelizadores da Igreja em nosso imenso e querido Brasil.
                Não nos esqueçamos do Sermão do Fim do mundo anunciado por Jesus em Mt 25,31-46. O Reino é dado àqueles que dão com generosidade e praticam as obras de Misericórdia. O Reino é dado aqueles que conseguem enxergar o rosto de Jesus Cristo no rosto dos mais pobres.

(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 04/12/2011)

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