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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A voz do nosso paróco

17º. Domingo do Tempo Comum – Ano A – 24 de julho de 2011.

Textos:
1Rs 3, 5.7-12; Salmo 118; Rm 8,28-30; Mt 13, 44-52.


LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!


            A primeira leitura é do primeiro Livro dos Reis, capítulo 3. O autor do Livro do Reis quis narrar a história dos vários reis de Israel. São os chamados «livros históricos». Porém, não se trata de contar simplesmente a história a partir de dados científicos, pois essa característica é dos tempos modernos e mais recentes. Trata-se de narrar a história, como uma espécie de «relato», de uma «crônica», vendo-a como consequência da intervenção de Deus. Por isso, são livros que apesar de históricos, estão na Bíblia. Para a ciência moderna a história é feita pelos homens sem a presença de Deus. A Bíblia compreende que a história é feita pelos homens, mas com a presença de Deus. São visões completamente diferentes. Os grandes equívocos acontecem quando queremos com o olhar atual analisar o passado não respeitando aquele contexto histórico.
            Os grandes personagens históricos da Bíblia, desde Josué até os livros das Crônicas, exerceram funções e cargos muitos importantes no governo de Israel. Todos eles tiveram que, em situações difíceis e extremas, tomar decisões importantes. Entretanto, essas decisões eram mais acertadas quando o rei ou juiz não se afastava da fé em Deus. Todas as vezes que os reis ou juízes se afastavam da fé em Deus acabavam tomando decisões que prejudicavam o povo e a si próprios. Talvez seja esse o grande objetivo dos livros históricos na Bíblia. Jamais e nenhum momento se afastar ou abandonar a fé.
            Salomão, ainda adolescente, vai a Gabaon, que segundo o segundo Livro das Crônicas, era uma cidade ao norte de Jerusalém que pertencia aos cananeus, mas que fora tomada por Josué. Nessa cidade Davi instalou o que Moisés chamava de «Tenda da Reunião», uma espécie de templo, onde estava a Arca da Aliança com os 10 mandamentos. Lá, Salomão ergueu um altar de bronze e ofereceu mais de mil sacrifícios a Deus (cf. 2Cr 1, 6).   «Em Gabaon o Senhor apareceu a Salomão, em sonho durante a noite e lhe disse: ´Pede o que desejas, e eu te darei´ (v. 5). Quanta responsabilidade, sobretudo para um rapaz adolescente que ainda não tinha experiência na vida. Mas, Salomão naquele momento lembrou-se das palavras de seu pai Davi em seus últimos momentos da vida no leito de morte. Davi dissera: «O Senhor me deu muitos filhos e dentre todos escolheu meu filho Salomão para ocupar o trono da realeza do Senhor sobre Israel (...) Salomão, meu filho, reconhece o Deus de teu pai, serve-lhe de coração íntegro e alma bem disposta (...) Se o procurares, o encontrarás; se o abandonares, ele te rejeitará para sempre!» (cf. 1Cr 28, 5.9). Essa lembrança do pai no final da vida, um homem que viveu tantas situações difíceis faz Salomão pedir «coração compreensivo», «capacidade para governar», «inteligência para distinguir o bem e o mal» (v. 9). E isso agradou a Deus. «Esta oração de Salomão agradou ao Senhor» (v. 10).  Deus atendeu a oração de Salomão.

            O Salmo 118 (na Bíblia hebraica) e 119 (na Bíblia grega) é o mais longo de todos os 150 que estão na Bíblia. Possui 176 versículos. É um salmo que exprime o amor do fiel à vontade de Deus. «Como eu amo, Senhor, a vossa lei, vossa palavra!» (Antífona). São palavras que lembram – de outra forma – a oração de Salomão. «A lei da vossa boca, para mim, vale mais do que milhões em ouro e prata» (v. 72). Quanta sabedoria e orientação para nossa vida de cristãos estão contidas neste Salmo. «Vossa palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos» (v. 130).

            Na segunda leitura da carta de Paulo aos Romanos, no capítulo 8, o apóstolo nos diz que os cristãos devem ter uma vida no Espírito Santo.  É um dos textos mais belos de Paulo, pois ele olha para o passado e presente históricos da humanidade e vai mostrando o Espírito Santo agindo na história, conclui. Só neste capítulo Paulo repete 29 vezes a palavra «Espírito» e reafirma várias vezes que Jesus de Nazaré, o Cristo e Messias, nos deu o Espírito Santo. Paulo ensina nessa carta aos cristãos da comunidade de Roma o que é a «salvação» e de como Deus, em seu Filho Jesus Cristo, a realiza. É uma carta belíssima de um profundo conteúdo teológico. «Sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus» (v. 28). Esse versículo inicial de hoje é lembrado por Paulo como está no livro do Gn 50,20 quando José, o patriarca, perdoa os irmãos, orientado por Deus: «Vós planejastes o mal para mim. Deus, porém converteu-o em bem» . Para Paulo a salvação prometida e desejada sempre por Deus em todo Antigo Testamento, realiza-se na pessoa, na palavra e na ação de Jesus Cristo. Em Jesus Cristo, Deus nos deu «liberdade» para servi-Lo. Para Paulo ter liberdade que advém do Espírito Santo está em reconhecer o amor do Pai e do Filho presente na vida da comunidade e em sua caminhada histórica. «Pois aqueles que Deus contemplou com seu amor desde sempre, a esses ele predestinou a serem conformes à imagem de seu Filho» (v. 29). Esse tema aparece em vários livros do Novo Testamento.

            O Evangelho de Mateus de hoje continua narrando o chamado «Sermão das Parábolas» contido no capítulo 13. Em todo Evangelho de Mateus encontramos 5 sermões de Jesus: o «sermão da montanha» (cap. 5 a 7), «o sermão da missão» (cap. 10), o «sermão das parábolas» (cap. 13), o «sermão da comunidade» (cap. 18) e o «sermão sobre o fim do mundo» (cap. 24 a 25). O capítulo 13 narra as parábolas: a do semeador, a do joio e do trigo, a do grão de mostarda e o fermento, a do tesouro e a pérola e, finalmente, a da rede.
            Mateus diz que Jesus falava para o povo em forma de parábolas porque essa assim que os profetas do Antigo Testamento faziam. As palavras proféticas de Jesus revelam que também Ele percebia a dificuldade que o povo tinha em perceber a presença misteriosa da vontade de Deus em sua vida. Por isso utilizava imagens comuns do cotidiano da vida para nos fazer enxergar.
            As parábolas de hoje concluem o «sermão» dizendo e mostrando que nada neste mundo tem mais valor do que o Projeto de Deus e a soberania de seu Reino. Nem qualquer tesouro ou riqueza financeira, nem mesmo as joias preciosas. Temos de ter a inteligência e a sabedoria do homem que encontra um tesouro no campo e a do comprador de pérolas preciosas, ensina Jesus. A razão em fazer esse esforço na vida no mundo e na comunidade, diz Jesus, está no fato de que o julgamento final – representado pela rede – está nas mãos de Deus. «Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, e lançarão os maus na fornalha de fogo» (v. 49-50). Essa conclusão de Jesus nos remete à ação da Igreja em todos os tempos. O motivo de Jesus falar da rede e do que dentro dela vem quando a lançamos no mar – através da ação evangelizadora – nos recorda o início da ação ministerial Dele. Ele a iniciou chamando os apóstolos: «Vinde comigo e vos farei pescadores de homens» (Mt 4,19). 

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 24/07/2011)

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