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sábado, 6 de agosto de 2011

A voz do nosso paróco

19º. Domingo do Tempo Comum – Ano A – 7 de agosto de 2011.

Textos:
1Rs 19,9-a.11-13-a; Salmo 84; Rm 9,1-5; Mt 14,22-33.


LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO


            A primeira leitura do primeiro livro do Reis narra uma experiência de fé do profeta Elias. Os profetas são os guardiões da Aliança.  A antiga Aliança fora estabelecida por Deus e o povo no deserto do Êxodo. O sinal da Antiga Aliança é a Lei – os Dez Mandamentos – entregue a Moisés no Monte Horeb ou Sinai.  A missão dos profetas era resgatar a caminhada histórica do povo e denunciar os desvios nessa caminhada. «Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E trarás gravadas em teu coração todas estas palavras no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno» (Dt 6, 4-6).
            Após derrotar os profetas de Baal (o deus pagão do dinheiro e da prosperidade) no Monte Carmelo (cf. 1Rs 18, 20-46), Elias é obrigado a fugir, pois Jezabel esposa do rei Acab ordena que o profeta seja imediatamente morto. Elias encontra refúgio no monte Horeb. «Ao chegar ao Horeb, o monte de Deus, o profeta Elias encontrou numa gruta, onde passou a noite» (v. 9-a). Desanimado e triste Elias deseja a morte. «Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais» (1Rs 19, 4). Deprimido recusava-se a comer. Mas Deus aparece e lhe oferece uma refeição: um pão assado numa pedra e uma jarra de água (cf. 1Rs 19,6) e disse: «Levanta-te e come! Ainda tens um longo caminho a percorrer» (1Rs 19,7). Ainda hoje a «Igreja – Povo de Deus – em movimento» é chamada a continuar a caminhada, a resgatar a memória histórica.
            Mas também é verdade que nós também nos sentimos desanimados diante das imensas dificuldades a que somos submetidos no mundo em que vivemos e também na Igreja na qual fazemos parte. Quantas vezes nos sentimos pequenos num mundo dominado pela força do dinheiro que destrói e corrói o ser humano por dentro. Como os profetas nós também queremos que no mundo, «a verdade e o amor se encontrem; que a justiça e a paz se abracem (cf. Salmo 84,11)».  
Queremos muitas vezes fugir do mundo; queremos construir um mundo pessoal, refugiar-se numa espécie de «gruta». Mas Deus sempre vem para nos questionar. «O que fazes aqui, Elias?» (1Rs 19, 9). E Deus manifesta-Se como fez com Moisés e tantos outros profetas. Deus revela-Se e passa a fazer parte na caminhada. Quando achamos que Ele está longe Ele nos surpreende mostrando-Se perto de nós. «E depois do fogo ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa. Ouvindo-isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta» (v. 12-a e 13-a).

Também na segunda leitura, Paulo na carta aos Romanos, relembra a caminhada histórica e de fé do povo hebreu e de como o Apóstolo fora retirado «segregado por Cristo em favor de meus irmãos, os da minha raça» (v. 3).  Paulo recorda que «a eles pertencem a filiação adotiva, a glória, as alianças, as leis, o culto, as promessas e também os patriarcas» (v. 4). Mas, para Paulo tudo isso acaba lhe trazendo um profundo sofrimento, pois os de sua raça insistem em rejeitar o Evangelho anunciado por Jesus Cristo. «Tenho no coração uma grande tristeza e uma dor contínua» (v. 2).

O Evangelho também nos fala das dificuldades dos discípulos de Cristo encontram no mundo, numa espécie de «escuridão». «A noite chegou» (v. 23-b). A comunidade dos discípulos diante das dificuldades acha que Jesus não está com eles e está longe. «Jesus subiu ao Monte, para orar a sós» (v. 23), após a multiplicação dos pães. Ainda que fossem testemunhas do sinal da multiplicação os discípulos sentem-se sós.   «A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário» (v. 24). A solidão na caminhada faz com que os discípulos não reconheçam a presença de Jesus e o confundem com um «fantasma» (v. 26). A solidão – a sensação de que Deus não está presente na caminhada - conduz os discípulos e a comunidade a uma espécie de incredulidade, sobretudo depois da morte de João Batista.
Na narrativa da tempestade acalmada encontramos traços que nos recorda a travessia do Mar Vermelho no livro do Êxodo. Lá Deus teve que secar o mar para que o povo atravessasse. Aqui no Evangelho Jesus não seca o mar; chama Pedro para que este ande sobre as águas. «Vem! Pedro desceu da barca e começar a andar sobre a água, em direção a Jesus» (v. 29). Mateus mostra a superioridade de Jesus Cristo sobre Moisés.
É Pedro que roga a Jesus pela comunidade medrosa, envolta nas trevas e nas dificuldades.  «Senhor, salva-me!» (v.30). A pronta resposta de Jesus – estendendo a mão – leva a comunidade a uma reflexão: nunca duvidar da presença de Deus. «Homem fraco na fé, por que duvidaste» (v. 31).
As dificuldades fazem parte da caminhada e o Evangelho revela que muitas vezes nos afastamos da mensagem de Jesus Cristo, mas Ele está sempre pedindo para que a retomemos; esse esforço faz com que renovemos nossa fé. «Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus» (v. 32-b).

Irmãos e irmãs:

            Iniciamos o mês de agosto. Tradicionalmente somos convidados a refletir sobre diversos aspectos da vocação a que fomos chamados.
            Nesta primeira semana destacamos a vocação para o ministério ordenado: diáconos, padres e bispos. As leituras da Bíblia de hoje revelam que mesmo no «ministério ordenado» corremos o sério risco de nos afastar dos ensinamentos do Evangelho. Ora porque são muitas a dificuldades do mundo, ora porque a comunidade não consegue mais perceber o quanto Deus está perto de nós.
            Ano que vem, celebramos os 50 anos do Concílio Vaticano II convocado pelo Papa João XXIII. A grande contribuição do Concílio foi resgatar teologicamente a identidade da Igreja como «Povo de Deus; a Igreja deve ser no mundo uma espécie de «luz» para os povos. É em torno desse conceito que devemos compreender todos os outros ensinamentos; é em torno desse conceito do Magistério que devemos viver os ministérios ordenados no interior da comunidade eclesial. Parece que os últimos tempos revelam o enfraquecimento do profetismo no interior e na ação desse ministério.
            Mas, não vamos desanimar. Tenhamos esperança. Recordemos sempre as palavras de Cristo para nós. «Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!» (v. 27)

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 07/08/2011)

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