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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A voz do nosso paróco


18º. Domingo do Tempo Comum – Ano A – 31 de julho de 2011.

Textos:
Is 55, 1-3; Salmo 144; Rm 8, 35.37-39; Mt 14,13-21


LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!


            «Assim diz o Senhor: Ó vós que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga» (v. 1) inicia a primeira leitura com esse anúncio e diálogo do profeta Isaías para com todas as pessoas. Isaías é profeta pregador do Projeto de Deus que dialoga com a realidade sofrida da humanidade. Uma realidade marcada pela injustiça: uns com todos os meios para viver – água e dinheiro – e outros sem nenhum meio para sobreviver. A realidade do mundo marcado por grandes e poderosos impérios que exploram os povos mais pobres.
            O Segundo Isaías – na primeira leitura – conclui a sua missão com palavras que nos convida a olhar para o passado histórico e nos convida a retomar nosso compromisso com o Projeto de Deus e a ser fiel a ele. Lembra Davi quando estava no deserto. «Ó Deus, tu és meu Deus, desde a aurora te procuro. De ti tem sede a minha alma, deseja por ti a minha carne, como terra deserta, seca, sem água. A tua graça vale mais que a vida, meus lábios proclamarão meu louvor e erguerei as minhas mãos. Eu me saciarei como num farto banquete» (Salmo 63). Por isso o profeta diz: «Farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi» (v. 3).
            Isaías tem razão. Ele relembra o belo texto do Livro do Deuteronômio, capítulo 8. E nos convida também a olhar para trás e a não sentir tristeza, mas gratidão pelas inúmeras intervenções de Deus. O povo no deserto não tinha água para beber, mas Deus não faltou; o povo no deserto era «rico de nada», não tinha dinheiro para comprar pão, mas Deus não faltou; o Povo de Deus quando entrou na Terra Prometida nada tinha para se alimentar, mas Deus não faltou; a própria Terra Prometida fora comparada em sua promessa com o «leite e o mel». A promessa realizada é comparada como um banquete farto. Isaías nos convida a renovar a confiança em Deus e nunca desanimar. O profeta também faz um apelo: o que de verdade revigora a vida e alma (cf. v. 2-b) são os bens espirituais.

            Davi aparece novamente em seu salmo de louvor, o Salmo 144 (na Bíblia hebraica) e 145 (na Bíblia Grega). É uma espécie de resumo de uma experiência profunda de fé de um jovem pastor de ovelhas de Belém, que passou tantas dificuldades até chegar ser rei de Israel. «Vós lhes dais no tempo certo o alimento; vós abris a vossa mão prodigamente e saciais todo ser vivo com fartura» (v.15-16). No final – diz Davi – as dificuldades foram necessárias para que ele crescesse na fé e na espiritualidade. «Misericórdia e piedade é o Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão» (v. 8).
           
            Por isso, na segunda leitura, continuamos a meditar a carta de Paulo aos Romanos, o capítulo 8. É a bela pregação sobre o valor e imenso amor de Deus para conosco revelado em seu Filho Jesus – Crucificado e Ressuscitado – um amor salvador, um amor comparado a uma chama, a uma centelha de fogo, uma labareda divina. «O amor é forte como a morte» (Ct 8,6). Lembra a celebração na Vigília Pascal, no Sábado de Aleluia, quando renovamos o Sacramento do Batismo para celebrar o domingo de Páscoa.
Paulo insiste: «Deus é por nós (...) Ele que não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como é que, com ele, não nos daria tudo?» (8, 31-32).
            Paulo a seguir elenca as grandes dificuldades espirituais e materiais que o Povo de Deus passou: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada (cf. v. 35). «Tenho certeza (...) de que nada será capaz de nos separar do amor de Deus por nós, manifestado em Cristo Jesus, nosso Senhor» (v. 38-39), conclui.

            Mateus capítulo 14 relata no Evangelho proclamado deste domingo narra a primeira multiplicação dos pães. Jesus toma essa atitude ao ficar sabendo do assassinato de João Batista. «Quando soube da morte de João Batista» (v. 13). Ele se dirige ao deserto. O deserto quer relembrar o lugar das dificuldades, mas também o lugar para enfrentar os sofrimentos e as tristezas da alma. «Partiu e foi de barco para um lugar deserto e afastado» (v. 13-b). Lembremo-nos de como e qual contexto João Batista fora assassinado. Os ricos se reúnem e promovem uma festa com um farto banquete, enquanto João está na prisão, num calabouço. Pois no meio da festa e do banquete, a cabeça do profeta é trazida numa bandeja (cf. 14, 1-12). É o banquete da morte.

            Jesus toma uma atitude profética. Os discípulos relembram o deserto do Êxodo. «Este lugar é deserto e a hora já está adiantada» (v. 15-b). Os discípulos relembram as dificuldades: não há comida e nem recursos financeiros. «Só temos aqui 5 pães e 2 peixes» (v. 17). Eles «tentam» Jesus a tomar uma atitude.
            A ação de Jesus é provocativa. «Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer» (v. 16). Porque dizemos que Jesus provoca os discípulos com essas palavras e deseja educa-los como a um pai. Para entende-Lo é preciso lembrar a primeira tentação promovida pelo Diabo em Mt 4, 3-4. «O tentador aproximou-se e lhe disse: Se és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se transformem em pão. Ele respondeu: Está escrito que «não somente de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus».  Os discípulos ainda que preocupados com a fome do povo – uma boa intenção -  estão agindo como o Diabo no deserto.
            O modo como Jesus faz a multiplicação dos pães quer retratar a pedagogia de Deus que está presente em toda Bíblia. Abençoa o pouco, mas o necessário e promove uma partilha. Jesus nos ensina com esse episódio a ter consciência da generosidade de Deus e de que nós também – discípulos e missionários Dele – que formamos a «Igreja – Povo de Deus – em Movimento» também devemos ter o mesmo olhar de Jesus; um Olhar de compaixão (v. 14) e de generosidade. 

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 31/07/2011)

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