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domingo, 5 de setembro de 2010

A voz do nosso pároco

23º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 5 de setembro de 2010

Textos: Sb 9,13-18; Salmo 89; Fm 9b-10.12-17;Lc 14, 25-33


Irmãos:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Todo o livro da Sabedoria, na primeira leitura, fora construído em torno da oração realizada por Salomão pedindo a Deus o bem mais precioso que um ser humano pode adquirir: sabedoria na vida. «Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! Senhor voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!» (Sl 89, 12), como um dia suplicou Moisés a Deus. Quando analisamos a vida e a história à partir dos olhos da sabedoria conseguimos entender a razão e o sentido da vida. «Ó Deus de meus antepassados e Senhor de misericórdia, que tudo fizeste com tua Palavra, e com tua sabedoria criaste o ser humano» (Sb 9,1). A Bíblia ensina que para viver com sabedoria existem exigências às quais devemos nos submeter: sofrimento, disciplina, prudência. Não há escapatória. Deus não dá «moleza» para ninguém. Salomão em sua oração diz que o mundo, produz «pensamentos» que podem atrapalhar e cegar nossos olhos para enxergar a sabedoria de Deus. E ele tem razão. Se não tomarmos cuidado podemos viver alienados da realidade e viver num mundo que na verdade não existe, é irreal; num mundo mentiroso. «Os pensamentos dos mortais são tímidos e nossas reflexões incertas: porque o corpo corruptível torna pesada a alma, e tenda de argila oprime a mente que pensa» (v.14-15). Para Salomão, os pensamentos que o mundo produz faz a alma humana sofrer porque não consegue ver a beleza que está no fato da criação realizada por Deus que abençoou a sua própria criação (cf. Gn 1,28), o que Salomão chama de «tenda de argila». Então é possível que as instituições humanas acabem não colaborando para a felicidade humana e se distanciem de seu objetivo fundamental que é defender a vida humana; essa realidade está presente na religião, na política e pode estar também presente em muitas culturas. Por isso quem tem fé em Deus deve sempre pedir aquilo que mais importante: a sabedoria para saber viver num mundo onde Deus é banido e sequestrado pela ciência e pela razão humana. «Mal podemos conhecer o que há na terra, e com muito custo compreendemos o que está ao alcance de nossas mãos; quem, portanto, investigará o que há nos céus?» (v. 16). Temos que sempre ter esse pensamento: os caminhos do Senhor são retos, um grande ensinamento do Antigo Testamento proclamado pelos patriarcas, profetas heróis e santos da Bíblia; é esse ensinamento que é retomado pelo profeta João Batista e pelo próprio Jesus Cristo, o Filho de Deus.

Paulo, na segunda leitura, faz um apelo à comunidade para que também olhem o mundo, à partir da sabedoria de Deus e não à partir das convenções e das estruturas humanas. Filemon pertencia à comunidade dos colossenses e cedia sua casa para a reunião da comunidade; um de seus escravos, chamado «Onésimo» (palavra grega que significa «aquele que não vale nada») foge da comunidade e vai a encontro de Paulo para ajuda-lo na prisão, em Éfeso. Filemon fica muito bravo pela atitude de Onésimo. Por isso, Paulo redige uma carta para o dono do escravo pedindo que o receba de volta e tenha atitudes para com ele não mais de um «senhor de escravos», mas, atitudes de um irmão para irmão. «Assim, se estás em comunhão de fé comigo, recebe-o como se fosse a mim mesmo» (v. 17). Participamos da comunidade e temos fé em Deus, mas, é verdade que temos dificuldades em agir e tomar atitudes como irmãos, não só entre nós, mas, também em relação às outras pessoas, afastadas da comunidade. Nossa pastoral é organizada a partir das nossas necessidades e não a partir das necessidades do Povo de Deus.

Por isso, Jesus fez exigências e Lucas as apresenta no Evangelho de hoje. «Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo (v. 26-27). Deus nos ama e nos acolhe, por isso toda a nossa vida em comunidade deve estar voltada para Ele.

Mas, é preciso não só «acompanhar Jesus», como faziam as multidões (cf. v. 15), mas, é preciso agir, atuar, participar da comunidade. A alegoria da construção da torre (cf. v. 28-30) e do bom senso ao entrar num combate (cf. 31-33) significa justamente isso. Jesus diz que não basta ter boa vontade; o mais difícil é agir e atuar.


(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 5/9/2010)

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