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terça-feira, 24 de agosto de 2010

A voz do nosso pároco - atualizações

19º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 8 de agosto de 2010
Textos: Sb 18,6-9; Salmo 32; Hb 11, 1-2.8-19; Lc 12,32-48

Queridos irmãos e irmãs:

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

O livro da Sabedoria, na primeira leitura, quer alertar as pessoas de fé sobre a importância de se refletir sobre a realidade da vida. Não se trata pura e simplesmente de uma reflexão meramente sociológica sobre os fatos da vida, mas, olhar os fatos da vida vendo neles a ação de Deus na História humana. Especialmente, o livro da Sabedoria tem como eixo fundamental, de onde emana os seus ensinamentos a experiência do Povo de Deus no deserto, o chamado «Exodus».
Para viver a fé na realidade da vida é preciso adquirir sabedoria. Os anos vividos e a experiência acumulada nos possibilita tomar decisões e fazer escolhas mais acertadas. A sabedoria não é, segundo a Bíblia, um privilégio para os mais velhos; ao contrário, é a partir da experiência dos mais velhos que as pessoas mais jovens devem buscar uma espécie de «iluminação» para a vida.
Essa questão é repetida vezes abordadas na Bíblia. Mas, também é verdade que a Bíblia revela que os jovens têm certa resistência em ouvir os mais velhos, por pura vaidade, como lembrava o livro do «Coélet» domingo passado. O «desencanto» com a vida e com as relações sociais atinge diretamente os mais jovens. O tal desencanto com a vida é porque quando se é jovem, nós pensamos que somos o «centro das atenções», o motivo principal da existência de tudo. A descoberta de que há, na juventude, uma espécie de «atração», a de quê a juventude em si mesma é polo irradiador, empurra os jovens ao desencanto e à falta, à margem, de uma educação socializadora. É por causa desse desencanto que os jovens procuram banalizar a vida e suas relações. Trata-se de um conflito natural e muito importante para que a pessoa possa autodescobrir-se e autoavaliar-se. Ao longo da vida levamos dentro de nós mesmos a memória indeletável das primeiras experiências com o mundo. Não conseguimos nos livrar tão facilmente desse tipo de «memória emocional». «A noite da libertação fora predita a nossos pais» (v. 6). Fazemos de tudo para nos livrar dessa memória: mudamos para mais ou para menos, o corpo, a aparência, os móveis da sala, trocamos de carro, o tapete da porta de entrada, viajamos, mudamos de país. Acreditamos que nossa ação pode realmente, ou ao menos, acrescentar algo a nós mesmos.
A sociedade também vive a olhos vistos esse conflito. Com a mesma intensidade e brutalidade com que se arrebenta com a estrutura familiar, pois pensamos que a «estrutura» de qualquer coisa é sempre um empecilho para a nossa felicidade, é também com a mesma intensidade e brutalidade que louvamos e enaltecemos tal estrutura. «Os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios secretamente e, de comum acordo, fizeram este pacto divino: que os santos participariam solidariamente dos mesmos bens e dos mesmos perigos. Isso, enquanto entoavam antecipadamente os cânticos de seus pais» (v. 9). Vivemos como num barco em mar revolto, no paralelo 49. E pedimos a Deus para que proteja sempre o seu povo, a sua vinha (cf. Salmo 80). Pedimos a Deus a graça da «restauração». Vivemos num tempo de mudanças profundas. A falta de inteligência nos conduz a uma compulsão e à sublimação; não conseguimos administrar, objetivamente, tal questão. Temos dificuldade em dizer que amamos o passado; que queremos resgatar aquela alegria e a boa sensação de viver. Temos dificuldades em assumir que os nossos pais estão em nós. Estamos mergulhados na escuridão de alguma inteligência do passado, pois uma coisa é a que se apresenta e outra a que se vive. Deus bem que poderia mandar uma «praga de vaga-lumes» para, quem sabe, enxergamos a realidade da vida. Vivemos num mundo onde a redução e a simplificação da vida nos é apresentada como a solução. É o perigo que vivemos atualmente: o fundamentalismo presente nos evangélicos e nos católicos. E quando se mistura fundamentalismo com política, com arte e com a literatura os resultados são desastrosos. O fundamentalismo é o tal «fermento dos fariseus» como ensinava Jesus. Não podemos nos perder. O fundamentalismo nos leva à bestialidade e à selvageria. «Cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia» (cf. Lc 12,1).
Celebrar o dia dos Pais é ter o olhar para a realidade da vida; somos remetidos para o que há de mais primário e básico da vida. É difícil para nós aceitar que há «princípios» da e na vida.

Por isso, na segunda leitura, a carta aos Hebreus, de autor desconhecido, nos apresenta uma «conversa familiar», uma homilia, uma pregação, na reunião da comunidade. Na pregação aos hebreus o autor faz uma leitura comparativa de toda a Bíblia e o modo de viver, de ensinar dos cristãos. Há semelhanças e diferenças. Mas, a carta aos Hebreus nos ensina que a humanidade é uma só; e a fé dos antigos foi fundamental e importante para que Deus pudesse revelar o seu Evangelho. «A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera a convicção acerca de realidades que não se vêem» (v. 1). Deus ao viver a humanidade, em Jesus, dispensando-se de toda e qualquer forma de poder, mostrou ao homem que é possível ser fiel. O homem é a resposta definitiva de Deus ao «velho homem», ao Adão que não assumiu a sua incapacidade de obedecer à voz do Pai. Deus nos quer como homens de fé, mas, uma fé anterior à desobediência.

O Evangelho de Lucas nos narra os ensinamentos de Jesus sobre a vigilância. Trata-se de um complemento quanto ao modo de agir do cristão diante dos bens materiais. Jesus falava que é preciso buscar a «saúde interior» mais do que a «saúde exterior» (cf. Lc 11, 33-36). «Onde está o teu tesouro, aí estará também o vosso coração» (v.34).E como é difícil lidar com tudo isso, pois quando vivemos em grupo ou em comunidade ou em sociedade é o exterior que se destaca. Puro farisaísmo na concepção moderna da palavra. Passamos mais tempo da vida nos justificando e dando justificações para os outros, pois insistimos em viver em comunidade. Sabemos que o extremo da solidão não tem serventia para a humanidade, mas, também sabemos que a outra ponta – o outro extremo – a extrema estatização da vida nos causa dor e sofrimentos.
Deus – o Pai - não pode ser excluído da vida das pessoas, por força de lei. Há fortes movimentos populares no mundo - contrário - ao que se prega e anuncia; são movimentos que não aparecem não «mass media». São movimentos que não possuem visibilidade, pois questionam a suposta autoridade empedernida e arrogante da ciência. «É preciso vigiar e ficar de prontidão; em que dia o Senhor há de vir, não sabeis não!» (cf. Mt 24,42-a.44).
Jesus inicia dizendo aos discípulos para não terem medo. «Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino» (v. 32).
A seguir Ele conta 3 parábolas: a do patrão que vai à uma festa de casamento e deixa os empregados em casa; a do homem que guarda dinheiro em casa e a terceira, como resposta à pergunta de Pedro, sobre os dois tipos de administradores: o negligente e o arrogante.
São três parábolas que convidam a uma vigilância permanente.
(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 8/8/2010)

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