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quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A voz do nosso pároco

21º Domingo do Tempo Comum – Ano C - 22 de agosto de 2010
Textos: Is 66,18-21; Salmo 116; Hb 12,5-7.11-13; Lc 13,22-30


Meus irmãos e irmãs:

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


Somos chamados pela Mãe de Deus, Nossa Senhora, Assunta aos céus, após a sua celebração a retomar a caminhada da vida. Ela - a Senhora da Assunção – está presente na vida da Igreja e da comunidade; é ela que convida a retomar a caminhada – e com palavras proféticas - para ser discípulo e missionário de Jesus, seu Amado Filho, pois Deus conhece o coração e as obras de todas as pessoas. Há um clima de intimidade e de cumplicidade entre Deus e o Povo de Deus; uma relação semelhante à de uma mãe e de um filho. Por isso, fomos para Aparecida domingo passado em Romaria. Lá ouvimos a Palavra de Deus e nos fortalecemos em comunhão, dois fortes alimentos necessários para a caminhada na vida. Formamos uma só família que, reunida, se faz Igreja. De fato, a família é formadora de valores humanos e cristãos.

Na primeira leitura, o profeta Isaías encerra seu livro com essas palavras. São palavras que nos envia ao olhar de Deus para os mais pobres e explorados. O Terceiro Isaías conclui falando do amor de Deus para toda e qualquer humanidade. A experiência do Exílio na Babilônia deve trazer uma visão mais clara sobre a Palavra e sobre o Amor de Deus. Deus ama não somente nós que somos o seu Povo, mas, tem amor para todos os outros. «Eu, que conheço suas obras e seus pensamentos, virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória. Porei no meio deles um sinal e enviarei, dentre os que foram salvos, mensageiros para os povos de Társis, Fut, Lud, Mosoc, Ros, Tubal e Javã, para as terras distantes e para aquelas que ainda não ouviram falar em mim e não viram minha glória (v. 18-19). Em Aparecida tivemos a oportunidade histórica de participar do batismo e crisma, presidido por Dom Damasceno, Arcebispo de Aparecida e que fora Secretário-Geral da CNBB, de um rapaz da comunidade chinesa no Brasil. Do ponto de vista simbólico, isso é muito importante.
O povo chinês no panorama atual é um dos povos mais sofridos do mundo. Um povo que foi espezinhado pelos japoneses e pelos ingleses em tempos passados. Um povo milenar, com uma cultura tal e qual onde a presença de Deus está em tudo; um povo que conseguiu associar a vida natural e nela enxergar a presença de Deus. Não bastasse a opressão do passado, o povo chinês teve e tem de enfrentar o que se chamou historicamente de «Revolução Cultural», liderada por Mao-Tse-Tung, líder do Partido Comunista Chinês. Essa tal «revolução cultural» na prática era um rompimento total com o resto do mundo, inclusive religiosa. Quando Mao tomou o poder na China em 1966 e instalou a chamada «Guarda Vermelha», sua primeira atitude fora a de destruir e queimar todas as bibliotecas do país. No tocante à questão religiosa, Mao-Tse-Tung mandou destruir as paróquias – algumas se tornaram até em casas de espetáculos - e matar todos os bispos, padres e freiras da comunidade chinesa. Mao fundou então uma igreja própria chamada de «Igreja Católica Patriótica», uma igreja que deveria se submeter aos mandos e desmandos do Partido Comunista; uma tentativa de apagar culturalmente o Budismo Tibetano e o Cristianismo Católico. É o único país em que o Papa João Paulo II não teve permissão para realizar suas visitas pastorais.
Por isso, a nossa ida à Aparecida não foi somente uma Romaria, mas, uma participação no atual momento histórico em que a Igreja Católica – como uma mãe – acolhe e se associa a um povo que além de ser trabalhador e valente é um povo de fé.

Na segunda leitura, da carta aos Hebreus, capítulo 12, o autor nos fala de uma «pedagogia» utilizada por Deus, na qual, faz parte na educação, a correção e o castigo. Todo método educativo deve corrigir os erros em si mesmos, pois todo método educativo deve conter certa dose de «disciplina». «Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ele ama e castiga a quem aceita como filho”. É para a vossa educação que sofreis, e é como filhos que Deus vos trata. Pois qual é o filho a quem o pai não corrige?» (v. 6-7). A Bíblia não esconde a realidade. O sofrimento é necessário. O autor faz memória das palavras de Moisés no livro dos Números. Moisés logo entendeu que conquistar algo com sofrimento é só por vontade de Deus. Portanto, todos nós caminhamos juntos rumo à fidelidade à Cristo. «Firmai as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; acertai os passos dos vossos pés» (v. 12-13). Nada de ilusão. Na prática, é preciso colocar «limites»; é preciso agir com autoridade em certas ocasiões. Essa linha de pensamento é defendida pela moderna psiquiatria. O «comportamento» de uma pessoa dá uma idéia da educação à que ele foi submetido. Segundo, a professora e psiquiatra Ana Beatriz Silva, da Universidade do Rio de Janeiro, ao comportamento agressivo e o caminho para as drogas começam dentro do seio da própria família; mas, não é só isso. Hoje, há uma agravante terrível: a Internet. A exposição direta da criança e do adolescente à Internet e ao conteúdo vinculado – normalmente violento - não pode ser medida. Hoje as crianças e adolescentes estão também expostos a esse «mundo virtual», um mundo imaginário, portanto, não real. A Internet tem levado as pessoas ao extremo do individualismo e do egoísmo. A satisfação é como o efeito de uma droga. A pessoa se sente bem, pois «possui» milhões de amigos virtuais e isso acaba causando um transtorno mental, uma confusão, entre o real e a ficção.

No Evangelho de Lucas, capítulo 13, Jesus faz referência à compreensão dos discípulos para essa tal seriedade na caminhada do cristão. Para seguir e caminhar junto com Jesus deve-se sempre partir de uma decisão pessoal e firme. «Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo o caminho para Jerusalém» (v. 22).
Jesus compara a disciplina necessária a uma «porta estreita». «Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita» (v. 22). Vejam: Jesus não diz para procurar as portas largas, os caminhos mais fáceis; ao contrário, Ele diz que devemos fazer um esforço em direção à porta estreita. A partir de uma pergunta feita por alguma pessoa – pode ser nós ou não – Ele aproveita para falar das dificuldades. Ele não responde racionalmente à pergunta feita. Mas, diz que a maioria não será salva. Muitos dos seus seguidores que estavam na comunidade comiam e bebiam com Ele, mas não eram verdadeiros para com Ele. Ouviam o que Ele dizia, mas, na prática não tinham disposição (cf. Lc 8, 21). «Então começareis a dizer: ‘Nós comemos e bebemos diante de ti, e tu ensinaste em nossas praças!» (v. 26). Jesus exorta os discípulos para que sejam perseverantes, mas atuantes na realidade da vida.


(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 22/8/2010)

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