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domingo, 29 de agosto de 2010

A voz do nosso pároco

22º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 29 de agosto de 2010

Textos: Eclo 3,19-21.30-31; Salmo 67; Hb 12,18-19.22-24-a; Lc 14,1.7-14


Estimados irmãos:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


O capítulo terceiro do livro do Eclesiástico, na primeira leitura, pertence a um conjunto de ensinamentos do autor do livro colhido entre o povo hebreu, sobretudo, nas suas relações familiares, sociais e religiosas. Para o autor do livro a sabedoria é um dom à humanidade que vem de Deus; é uma sabedoria tal que organiza e disciplina a ordem das coisas criadas. Além disso, o livro do Eclesiástico também nos recorda que a sabedoria advém da prática da justiça e da caridade. Tiago, o apóstolo mártir de Jesus Cristo em seu livro no Novo Testamento logo no início nos orienta a pedir a Deus a sabedoria. Mas, lembra Tiago, o pedido deve ser feito sem a mínima dúvida, pois diz Tiago quem duvida da fé é como uma «onda do mar» impelida pelo vento (cf. Tg 1,6-8).

O capítulo 3 nos fala da humildade e do orgulho dentro do relacionamento familiar e na vida em comunidade. O autor lembra que só aprendeu a respeitar a Lei de Deus e o próprio Deus, o filho que respeita e é prestativo com seus pais. Esse «respeitar» é muito mais amplo do que pensamos, pois se trata também de, com firmeza, o filho dar continuidade à cultura e a fé transmitida pelos pais. «Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem generoso. Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor» (v. 19-20). O autor transmite a necessidade da educação familiar para a «humildade», pois a glória de Deus só é revelada para quem é humilde. «Mas é aos humildes que ele revela seus mistérios. Pois grande é o poder do Senhor, mas ele é glorificado pelos humildes» (v. 20-21). Quanto mais crescemos na vida, mais devemos buscar o caminho da simplicidade. Quanto mais prosperamos na vida, mais generosos devemos ser. «Não desvies nunca o teu olhar dos pobres» (v. 1, cap. 4), relembra o Eclesiástico. O caminho dos orgulhosos é um caminho sem volta; não existe cura, porque é como uma planta cuja raiz é o pecado (cf. v. 30). Deus sempre está sempre observando as nossas atitudes, não podemos nos esquecer nunca desse ensinamento (cf. Eclo 3,34).

Na segunda leitura da carta aos Hebreus, o autor continua a nos exortar para como viver e ter uma vida realmente cristã na comunidade. Domingo passado ele nos falava da tal «pedagogia» utilizada por Deus; uma pedagogia que incluía o sofrimento necessário e a disciplina. Hoje ele nos fala que devemos ser fiéis a Deus e à comunidade. Devemos nos opor àqueles que se abandonam a comunidade, pois não foram fiéis e acabam aderindo a cultos estranhos, não permitidos por Deus. Por isso, ele nos diz, fazendo uma alusão a Moisés. «Vós não vos aproximastes de uma realidade palpável: “fogo ardente e escuridão, trevas e tempestade, som da trombeta e voz poderosa”, que os ouvintes suplicaram não continuasse» (v. 18-19). Moisés precisou de provas concretas para ser fiel a Deus e ele mesmo declarou isso. O autor do livro do Deuteronômio lembra esse episódio no capítulo 9, versículo 19: «Eu fiquei com medo ao ver a cólera e o furor com que o Senhor vos ameaçava, a ponto de vos querer exterminar». Quando se revela a Moisés ele sente medo quanto mais nós que cremos sem precisar de «provas concretas», pois a fé é uma certeza daquilo que se espera, a demonstração das realidades que não se vêem (Hb 11,1).

O Evangelho de Lucas arremata e conclui a reflexão bíblica de hoje. Depois de nos pedir para procurar sempre a «porta estreita», hoje Jesus nos fala das regras da humildade e fica espantado como as pessoas mais religiosas acabam sendo as menos humildes. «Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares» (v. 1.7). Por isso, conta para os fariseus, sobretudo, aos chefes, a parábola da festa de casamento. Mas, essa parábola serve demais para nós, pois é para nós que Jesus está falando nesse domingo. Nós somos seus seguidores e não podemos nos considerar como uma «casta de privilegiados». Jesus foi convidado para ir na casa dos chefes dos fariseus e lá, observando a atitudes deles Ele se sente com liberdade para questionar, pois os fariseus eram muito humildes dentro do Templo de Jerusalém; mas, com podemos observar, fora do Templo não tinham nada de humildes. E não é que somos também assim? Por isso, Lucas quer que guardemos os ensinamentos de Jesus. A primeira parábola de Jesus resume o ensinamento. Deus deu a vida a todas as pessoas; para Jesus a vida é comparada a um «banquete» dado por Deus aos homens. A humildade é contrária à autossuficiência; ser humilde é reconhecer a pequenez de todos os seres humanos. É o dono da casa quem diz para o amigo: «Amigo, vem para um lugar melhor!» (v. 10). O caminho realizado por Jesus foi todo ele marcado pela humildade, lembra mais tarde Paulo na carta aos Filipenses. «Haja em vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus. Ele, existindo em forma divina, não considerou como presa a agarrar o ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo e tornando-se igual ao ser humano (...) fazendo-se obediente até a morte e morte de cruz!» (Fl 2, 5-8). Na nossa amada Igreja, santa em tudo, mas tão pecadora também, nós encontramos em sua história tantos que foram semelhantes no agir como Jesus. Lembremo-nos de alguns: Madre Tereza de Calcutá, Dom Helder Câmara, P. Cícero Romão Batista, Dom Luciano Mendes de Almeida e a lista é grande! «Que importa, que ao chegar eu nem pareça pássaro! Que importa se ao chegar venha me rebentando caindo aos pedaços, sem aprumo e sem beleza!... Fundamental é cumprir a missão e cumpri-la até o fim!...» (cf. Poema de Dom Hélder Câmara). O cristão verdadeiramente humilde não busca recompensas aqui na Igreja inserida no mundo; ele tem a sua recompensa na ressurreição dos justos.

(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 29/8/2010)

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