25º. Domingo do Tempo Comum - Ano A - 18 de setembro de 2011
Textos:
Is 55,6-9; Salmo 144; Fl 1,20c-24.27ª; Mt 20, 1-16ª.
Irmãos e irmãs!
JESUS MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO!
Nossos grupos se reúnem para celebrar a fé, crendo que, para nós, o viver é Cristo e o morrer representa um lucro.
Na celebração aprendemos a buscar o Senhor e seu projeto de vida, diminuindo a distância que existe entre nossos planos e o projeto de Deus; que é liberdade e vida para todos, sobretudo para os que são considerados últimos em nossa sociedade.
Aprendemos, portanto, a conhecer e a praticar sempre mais a justiça do Reino. Ao redor de nossas igrejas, nas praças de nossas cidades, estão milhares de pessoas que nos interpelam: É essa a justiça que vocês aprenderam de Deus? É esse o tipo de sociedade que vocês captaram do ensinamento do Mestre da Justiça?
As leituras da Palavra de Deus de hoje parece nos conduzir a uma reflexão para um questionamento: quem é merecedor da graça, do amor e da palavra de Deus?
A primeira leitura é do Segundo Isaías, o capítulo final. Nesse último capítulo, Isaías exorta o povo a não procurar a consolação nos deuses pagãos da Babilônia. «Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado» (v. 6). Exilados na Babilônia e passando todo tipo de humilhação o povo foi tentado a abandonar a fé no Deus verdadeiro e a seguir os falsos deuses.
Isaías exorta para que o povo «volte para nosso Deus, que é generoso no perdão» (v.7). Nem mesmo os pecados cometidos devem servir de pretexto para se afastar da comunidade.
De nada adianta sair do Exílio, voltar para a terra natal, mas, o coração entregue aos falsos deuses. Não adianta a pessoa melhorar de vida, estar bem na vida, mas, o coração vazio de Deus, longe da comunidade.
A carta aos Filipenses, na segunda leitura, foi escrita por Paulo na prisão. A epístola é para os cristãos da comunidade da cidade de Filipos. Paulo fundou essa comunidade na sua segunda viagem missionária, como informa o livro dos Atos dos Apóstolos, no capítulo 16.
Preso na cidade de Éfeso, Paulo escreve à comunidade para agradecer a preocupação e o carinho que todos têm para com ele. Paulo também agradece a doação em dinheiro que a comunidade fez mandando Epafrodito entregar-lhe.
A comunidade de Filipos é a única comunidade que manifestou um carinho e uma gratidão para com Paulo. Tinham uma preocupação com Paulo não só do ponto de vista afetivo, mas, material também. Estão sempre querendo saber, querendo ajudar, doar coisas para que a comunidade possa ter sempre recursos e manter a evangelização.
A liturgia da Palavra quase propõe fazer uma comparação entre a comunidade do Antigo Testamento, no tempo de Isaías e a comunidade do Novo Testamento, no tempo de Paulo apóstolo. Claro que não é essa a intenção da liturgia da palavra, mas, quanta diferença!
A primeira, quando chega o sofrimento se dispersa; a segunda quando chega a perseguição, a prisão, a comunidade se une; a primeira cada um pensa em si mesmo; na segunda, todos se juntam, arrecadam e ajudam. A primeira com o coração vazio, quase abandonando o verdadeiro Deus; a segunda, com o coração cheio do Espírito de Deus verdadeiro: como disse Paulo para eles, «haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus» (2,5).
No Evangelho de Mateus conforme o Cristo ia caminhando em direção a Jerusalém, onde sofreria a morte de cruz, vai anunciando temas relacionados ao juízo final. O tema principal que está nas pregações sobre o Juízo final é o «Reino de Deus e a sua justiça».
Depois de fazer o «Sermão da comunidade» e na medida em que vai chegando a Jerusalém, Mateus expõe os temas mais picantes e escandalosos, quase inaceitáveis para os membros da sua comunidade.
Jesus Cristo fala mais claramente, «abre o jogo»: o divórcio é pecado, não é a vontade de Deus; pior que o divórcio é quando o homem repudia sua mulher (19, 3-9); quem não se casar por causa do Reino, vai ter, por parte de Deus, mais valor (19, 10-12); as crianças merecem também a bênção e a graça de Deus (19,13-15); a riqueza e o dinheiro podem atrapalhar a salvação da alma de uma pessoa (19, 16-26); quem se sacrificar nessa vida, se tornar o «último», por causa de Cristo e do seu Reino, vai ser cem vezes mais recompensado do que os outros (19,27-30).
Na comunidade, as pessoas que se julgam boas criticam o Cristo. Elas agem como o irmão mais velho da parábola do Filho Pródigo. O irmão mais velho não gostou quando viu o pai agindo com bondade para com o filho mais novo.
Mas, o próprio Cristo revela o sentimento motivador dessas pessoas que se julgam boas e justas na comunidade: a inveja. «Ou estás com inveja porque estou sendo bom?» (v.15).
Irmãos e irmãs:
«Os meus pensamentos não são como os vossos pensamentos, e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor», é talvez a grande lição que temos a aprender do profeta Isaías quando fala a respeito da pessoa de Deus.
Se consentíssemos que essa «palavra do Senhor» penetrasse em nosso coração e na nossa inteligência, seríamos cristãos mais autênticos.
Nosso coração, com certeza, estaria mais aberto para Deus. Levaríamos nosso pensamento a Deus e mais ou menos como Paulo, na carta aos Filipenses, diríamos para Deus: Pai permita que o Cristo seja glorificado no meu corpo, na minha vida e na minha morte! (v.20, da carta aos Filipenses, capítulo 1).
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 18/09/2011)
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