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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A voz do nosso paróco

27º. Domingo do Tempo Comum  - Ano A – 2 de outubro de 2011.

Textos:
Is 5,1-7; Salmo 79; Fl 4,6-9; Mt 21, 33-43


Amados irmãos e irmãs da Paróquia de São Francisco de Assis, em Vila Guilhermina!

JESUS, MANSO E HUMILDE DE CORAÇÃO!


            Somos parte do povo de Deus. Somos a vinha do Senhor e nos reunimos para celebrar a fé. A celebração é o espaço onde pedimos e agradecemos. Agradecemos porque recebemos e pedimos porque precisamos. À semelhança da comunidade de Filipos, somos convidados a fazer das celebrações um espaço onde aprendemos a ser ternos apesar dos conflitos e a discernir o bem que está sendo feito. Nelas descobrimos que a caminhada é longa, mas Jesus é nossa sustentação nas lutas pela justiça e direito, síntese da nossa missão. Se não tomarmos a sério esse compromisso, não se poderá afirmar que somos parte do povo ao qual Deus confiou seu Reino.
           
            A primeira leitura é do profeta Isaías, o «Cântico da Vinha». Quando a pessoa que amamos é ingrata, como sofremos não é mesmo? Quanto sofrimento interior  passa uma pessoa cujo pecado foi amar demais. A pessoa quase desiste de viver.  O profeta tenta, com esse poema, também mostrar o sofrimento de Deus; Ele nos amar demais; Deus sofre quando não produzimos os frutos que deveríamos produzir. «O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?» (v.4) pergunta Deus para si mesmo.
            Nessa alegoria que o profeta Isaías compôs a vinha é o povo de Israel. Não produziu os frutos da verdade e da justiça. Não produziu os frutos da justiça porque se aproveitou do amor de Deus e viveu na desordem. Renegou a aliança de Deus.
Essa leitura do profeta Isaías também ilustra a meditação que fizemos ontem (1/10) no primeiro dia do Tríduo de S. Francisco de Assis. Jesus, no evangelho de Lucas, capítulo 10, nos alertava sobre o conteúdo e a dinâmica do «agir missionário», dos 72 discípulos que Ele chamou. Nós ainda temos muito que aprender com Jesus e seu Evangelho. Como seria bom se, com tantos recursos que possuímos hoje, no campo da tecnologia da informação e tantas ferramentas, pudéssemos, com simplicidade ir ao encontro do povo, reunir esse povo em pequenos grupos em suas casas e ruas e lhes anunciar o amor, a compaixão e a misericórdia do Pai revelado plenamente em Jesus Cristo. Jesus ia ao encontro do povo; estava sempre a caminho.   
Precisamos, sempre mais, na Igreja nos aprofundar numa «cristologia do seguimento», como nos ensina as Conferências do Episcopado do Brasil e da América Latina, sendo a última realizada em Aparecida. Aliás, essa última provocou um despertar e chacoalhou a Igreja quando insiste: «Na alegria, temos que ser discípulos e missionários de Jesus».
A experiência pastoral nos ensina a evangelizar em ambientes urbanos: é preciso descentralizar a pastoral da sede paroquial; é preciso multiplicar os evangelizadores em pequenos grupos e que estes se empenhem em formar outros tantos.

            Na segunda leitura, continuamos a acompanhar os trechos mais significativos da carta de Paulo aos filipenses.
            A comunidade vive conflitos que surgem dentro dela mesma e conflitos que vem de fora. Paulo faz, então, exortações.
            Os conflitos não devem atrapalhar nossa relação e comunhão com Deus. «Não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças» (v. 6). Para Paulo, a oração comunitária da eucaristia é o momento da comunidade diante do próprio Cristo. É nela que encontramos a paz necessária para enxergar com clareza a nossa caminhada.
            Paulo fala com propriedade dos conflitos, pois como Apóstolo de Cristo e estando na prisão já os experimentou o suficiente. Ele diz que na oração podemos encontrar a «serenidade necessária». «E a paz de Deus, que vai além de todo entendimento, guardará os seus corações e pensamentos em Cristo Jesus» (v.7). Essas palavras vieram de um presidiário. Os conflitos não devem brutalizar-nos; quando isso acontece é sinal de que alguma coisa não está certa.
A seguir, Paulo apresenta uma série de coisas boas a serem aprendidas em comunidade: «Ocupem-se com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro, amável, honroso, tudo o que é virtude ou de qualquer modo mereça louvor» (v. 8). E conclui: «Pratiquem o que aprenderam e receberam de mim, ou que de mim viram e ouviram» (v. 9). A celebração comunitária, portanto, é o espaço onde nos reforçamos diante dos conflitos e nos abastecemos de ternura; é o lugar onde descobrimos muitas coisas boas e nos animamos na caminhada; onde reavivamos a catequese para a prática cristã. De fato, o v. 9 traz alguns verbos próprios da catequese primitiva: aprender, receber, ver, ouvir e praticar. Notemos, ainda, que Paulo não transmitiu aos filipenses uma catequese abstrata; a catequese de Paulo era acompanhada de ações em que as pessoas podiam constatar na vida do agente de pastoral o que ele estava transmitindo.

            Como o profeta Isaías, na primeira leitura, o Cristo nos propõe um outro «Cântico da vinha» no  Evangelho de Mateus, capítulo 21, vv. 33-43.
            Cristo não acusa o povo, como faz o profeta Isaías; Cristo acusa os «agricultores», ou seja, as autoridades judaicas (os sumos sacerdotes, os fariseus, os anciãos, os líderes da comunidade) que desviavam os frutos produzidos. É o povo da antiga aliança.
            A parábola contada por Cristo é lembrada por Mateus. O povo da antiga aliança não é mais o povo de Deus; o novo povo de Deus será aqueles que, ao ouvir o Cristo, acolhem e praticam o seu Evangelho. Jesus nos chama de «Igreja – Povo de Deus – em movimento».
            A parábola é uma espécie de resumo de todo o Antigo Testamento. A vinha, os frutos, os empregados (os profetas) enviados pelo proprietário, o filho do proprietário.
            Jesus fala de sua missão e de como a sua morte e ressurreição, fará surgir o novo povo de Deus, através da Igreja e da ressurreição de Cristo, «a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular» (v. 42).

Irmãos e irmãs:

            Neste segundo dia do Tríduo em louvor a S. Francisco de Assis peçamos a ele que inculturou os ensinamentos do Evangelho de Jesus para realize também em nós essa necessidade.
            Peçamos antes de nada que sejamos «convertidos pastoralmente». Sejamos corajosos e através de propostas pastorais simples possamos evangelizar nosso povo lá onde ele está.
            É preciso simplicidade para evangelizar o povo; simplicidade para evangelizar as crianças; simplicidade para evangelizar as famílias; simplicidade para evangelizar os jovens em seus diversos ambientes.
            Uma simplicidade que não quer dizer falta de conteúdo e nem a falta de utilização de métodos e dinâmicas. Para ser discípulo e missionário de Jesus é preciso, antes de tudo, ser pessoa simpática e acolhedora.
Lembremo-nos das palavras de S.João no seu Evangelho, capítulo 15, 1-4: «Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. Todo ramos que em mim não dá fruto ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda [...] o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim».

(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 02/10/2011) 

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