Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

domingo, 10 de outubro de 2010

A voz do nosso pároco!

28º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 10 de outubro de 2010
Textos: 2Rs 5, 14-17; Salmo 97; 2Tm 2,8-13; Lc 17, 11-19


Irmãos:

Jesus manso e humilde de coração!

A Eucaristia não pode estar desligada da vida cotidiana. Encontramo-nos para celebrar o imenso amor de Deus demonstrado a nós durante a nossa vida. Reunimo-nos, sobretudo no Dia do Senhor, porque temos fé. Gigantesca é a força de transformação de Jesus Ressuscitado.

Na primeira leitura do Segundo Livro dos Reis, nos deparamos com o relato da cura realizada por Deus a um homem, militar, estrangeiro e pagão. A novidade está no fato de que Deus não faz exclusão de nenhuma pessoa; embora as leis sociais e religiosas acabem gerando certos tipos de sociedades que acabam por contradizer a vontade de Deus. O ambiente histórico é de uma região do planeta que ferve culturalmente até hoje: o Oriente Médio.

Naamã percorre um «caminho» catequético: um caminho de fé, marcado pela humildade e pelo despojamento. Quando caminhamos nas estradas de Jesus e com Jesus ocorre uma transformação em nossas vidas.

Todos nós já sabemos que entre samaritanos e judeus – habitantes do centro e do sul de Israel – existia uma antiga inimizade, uma forte rivalidade que vinha desde o ano 721 a.C quando o imperador Sargon II tomou a cidade de Samaria, elevando-a à condição de Província, militarmente e deportou para a Assíria todas as pessoas alfabetizadas e a mão de obra qualificada para viverem como escravos. Na Assíria a classe dirigente e o povo judeu da Samaria abandonou a Aliança de Deus; lá eles mudaram de religião e passaram a seguir a religião dos assírios e casaram com mulheres pagãs, misturando não só as religiões, mas, formando uma raça mista que no futuro seriam conhecidos como «samaritanos». Todo esse relato está no 2Rs 17. E esse episódio entrou para a catequese judaica alimentando, entre uma raça e outra um ódio cultural que persiste até hoje no Oriente Médio. O Império Assírio ocupou militarmente a região leste da África subindo até a região do atual Iraque e os países vizinhos com Irã e Síria. Somente Judá, atual Israel, não fora ocupado. Judá estava cercada pelos inimigos políticos e militares à época.

Por isso, a cura de Naamã, atingido por grave enfermidade – a lepra – quebra todo o sistema puro-impuro implantado no Judaísmo. Deus não olha para o ser humano a partir de um sistema religioso assim. Eliseu, descrito como um «homem de Deus» (v.14-b) não age com preconceito; por outro lado, Naamã também não age com preconceito. «Agora estou convencido de que não há outro Deus em toda a terra, senão o que há em Israel!» (v. 15). Eliseu não aceita um presente, oferecido por Naamã em forma de agradecimento; revela assim a verdadeira gratuidade da parte de Deus. Eliseu revela que Deus ama aquele que faz o bem sem querer nada em troca. Por isso Naamã deseja levar como lembrança somente um punhado de terra para casa e construir lá um pequeno altar onde pretende agradecer a Deus. «Mas permite que teu servo leve daqui a terra que dois jumentos podem carregar. Pois teu servo já não oferecerá holocausto ou sacrifício a outros deuses, mas somente ao Senhor» (v. 17).

Irmãos:

O Evangelho proclamado extraído de Lucas, capítulo 17, nos apresenta também um encontro; 10 leprosos vão ao seu encontro. Esses homens estavam com hanseníase, ou seja, lepra. «Estava para entrar num povoado, quando dez leprosos vieram ao seu encontro» (v. 12). Ao mesmo tempo, o Evangelho de Lucas descreve a situação de completa exclusão daquelas pessoas; uma exclusão que era regida por leis sociais e religiosas estabelecidas por Moisés (cf. Lv 13,45-46). Assim como Naamã teve que tomar decisões e ter uma fé de atitudes para alcançar a cura, o Evangelho também quer destacar a «atitude dos leprosos».

O comportamento dos leprosos em relação a Jesus é exemplar, segundo a Lei. Eles «pararam à distância» (v. 12-c). A fala de Jesus também corresponde ao que prescreve a Lei de Moisés. Todo judeu que recebesse uma graça de Deus deveria ir ao Templo para agradecer e apresentar-se a um sacerdote para contar o fato (cf. Lc 14,1-2).

A novidade está no fato de que somente 1 leproso caiu em si e percebeu que deveria agradecer a Jesus, o Filho de Deus, e não à Lei de Moisés. «Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano» (v. 15-16). O que deve iluminar nosso entendimento é a revelação de que o leproso que retorna era um samaritano; um judeu considerado de segunda classe, uma pessoa inferior, um pobre.

A fé é a grande força dos pobres. A procissão de Nossa Senhora de Nazaré, o Círio de Nazaré, uma das maiores manifestações católicas do planeta, revela exatamente isso. A fé é compromisso com a vida. Nesse mês de outubro sejamos discípulos e missionários de Jesus em todos os cantos de nossa paróquia.


Caríssimos:

Vivemos um momento histórico no Brasil muito importante e delicado. O povo católico e cristão tem que ter juízo nesse momento. Não se pode aceitar que os candidatos à presidência tratem o povo brasileiro como se fossem ignorantes. Não adianta mostrar uma realidade maquiada, produzida em estúdios de TV. Não adianta aparecer na TV com discurso eleitoreiro e com falas treinadas pelos agentes da publicidade para nos enganar. Temos de discutir projetos de políticas públicas para o povo mais pobre do país; não se quer discutir manutenção de estruturas. Infelizmente, os candidatos, ligados a partidos e suas coligações, não apresentam projetos concretos de atuação. Tentam convencer o eleitor com números fictícios, pesquisas manipuladas que não correspondem à realidade; tentam convencer o eleitor com feitos e os apresentam como se fossem um favor ou caridade por parte do Estado; nos últimos 16 anos tudo de bom realizado para o povo foi realizado com o dinheiro de impostos da nossa região Sudeste. Fomos nós que bancamos e financiamos. Não fora um partido ou liderança política. Queremos que a imensa maioria dos brasileiros pobres que, nem água encanada e esgoto possuem, tenham acesso à mínima condição de vida. Queremos redução significativa de impostos nos preços de remédios, alimentação, aluguel e tantas outras coisas. O voto é pessoal e individual; mas, o voto consciente é o voto realizado a partir de princípios e convicções também religiosos e, por isso mesmo pensado e realizado para favorecer os mais pobres do país e não a nós mesmos. A realidade nua e crua do país é dura, é cruel.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 10/10/2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross