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domingo, 17 de outubro de 2010

A voz do nosso pároco

A importância da oração, da firmeza na fé e fidelidade a Deus e na missão são destaques na reflexão deste domingo! Reflitam com o coração e com inteligência!

Uma semana abençoada à todos!
Rosangela.


29º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 17 de outubro de 2010
Textos: Ex 17, 8-13; Salmo 120; 2Tm 3,14-4,2; Lc 18, 1-8


Irmãos e irmãs:

LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO!
A Eucaristia é a oração de agradecimento sacramentada; a Eucaristia é, em seu conjunto, um verdadeiro ato de agradecimento a Deus. Em Jesus Cristo, que instituiu o sacramento da Eucaristia, numa quinta-feira Santa, o gesto de rezar passou por significativas transformações. O homem não apresenta mais para Deus só os seus pedidos ele apresenta as suas fraquezas; quando as apresenta, em forma eucarística, as apresenta por Cristo, com Cristo e em Cristo. A Eucaristia é o diálogo mais pleno; diálogo envolto na luz e na força da vitória da vida contra a morte, a Ressurreição, entre Deus e os homens. «Do Senhor é que me vem o meu socorro, do Senhor, que fez o céu e fez a terra» (Salmo 120,1).

A primeira leitura é do livro do Êxodo. O Livro do Êxodo é importantíssimo para se compreender todo o Antigo Testamento, pois apresenta um momento sofrido e duro da caminhada da humanidade. O capítulo 17 está inserido no conjunto das narrativas da caminhada do Povo de Deus no deserto. Deus tudo nos dá para continuarmos nossa marcha na vida. O deserto bíblico é uma alegoria da caminhada do homem no mundo. A grande lição que aprendemos é a de que Ele sustenta a nossa caminhada e Ele garante a força e a vitória do Povo de Deus.

Deserto do Atacama, Chile. 33 mineiros devotos de Nossa Senhora da Esperança passam quase 70 dias soterrados a 700 metros de profundidade em plena escuridão. Pelas leis da ciência e da natureza não há a menor possibilidade de sobreviver. Incríveis mutações no corpo e na mente ocorrem. Quase no final do dia de Nossa Senhora Aparecida, 12 de outubro, mais de 4 bilhões de pessoas no mundo, assistem pela TV ao vivo a um verdadeiro milagre. Audiência maior que a final da Copa do Mundo ou da posse do presidente americano. Das profundezas da terra ressurge os corpos dos trabalhadores chilenos. E todos declaram agradecimento a Deus e ressaltam a força da oração naquele momento difícil. É possível o homem sair do fundo do poço. Deus nos dá essa capacidade natural. Deus nos dá a capacidade de unir inteligência e determinação para salvar a vida humana. Os chilenos nos apresentam essa lição. «Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino!».

Os amalecitas eram um povo gerado da descendência de Esaú (cf. Gn 36,12; 1Cr 1,36). Esaú depois de tentar matar e perseguir Jacó por ter recebido a benção de Isaac, a partir das artimanhas da mãe Rebeca, desvia-se do caminho de Deus. Afasta-se da família, muda de religião e jura vingar-se. Mas, a origem de tudo isso está na história de um «prato de lentilhas». Um dia Esaú chegou cansado do trabalho e em casa; Jacó tinha preparado uma sopa de lentilhas. Por brincadeira pediu ao irmão que, em troca de um prato de lentilhas, Esaú daria o seu direito da primogenitura a Jacó. Cansado da insistência do irmão, Esaú aceita e barganha. Agindo assim ele demonstrou para Deus que desprezava as tradições da família e as leis da religião. Mas, o que Esaú não sabia era que Deus estava vendo tudo e não só Deus, mas a mãe Rebeca assistia a tudo. Por isso, ela se empenha em enganar o marido já de idade avançada e cego para que na hora da morte abençoasse Jacó ao invés de Esaú. O nome de Esaú passou a ser sinônimo de vergonha e chacota para todos. Por isso, Deus mudou o nome de Esaú para «Edom» (que significa «ervilha»). Séculos mais tarde nos tempos de Moisés, o Povo de Deus, descendentes de Jacó ou Israel, se deparam novamente com o lendário episódio dos irmãos que se tornaram inimigos um do outro e causaram a divisão no seio da família. «Os amalecitas vieram atacar Israel em Rafidim» (v. 8). Amalec, neto de Esaú, jurou vingar o avô e destruir o povo de Israel. Era o que faltava. Não bastasse as dificuldades do deserto ainda aparece os antigos inimigos para atrapalharem a caminhada do Povo de Deus. O texto bíblico apresenta a vitória de Israel. Mas, o eixo de entendimento do texto é o de que a vitória de Israel não está mais em «se vender» ou barganhar qualquer coisa com o inimigo. Não se obtém uma vitória verdadeira na base do truque, do estelionato. Através da oração e da luta o Povo de Deus pode vencer qualquer obstáculo. «Moisés disse a Josué: escolhe alguns homens e vai combater contra os amalecitas. Amanhã estarei, de pé, no alto da colina, com a vara de Deus na mão. E, enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia Amalec. (v. 9.11).

O cristão consciente da companhia de Deus em seu caminho pratica a justiça e a fraternidade; não pode desanimar, mas sim insistir na oração, pedindo forças para perseverar na fé e na caminhada. Só a oração mantém e fortalece a nossa esperança.

Andamos nesse mundo debaixo das mãos de Deus. Pela oração sabemos que Deus está conosco. Isso nos deve bastar para continuar sem desanimar. O importante é a perseverança, a força. Moisés teve experiência. «Enquanto Moisés conservava a mão levantada» (v. 11-a).

O Evangelho de Lucas (18,1-8) aborda alguns temas ligados à primeira leitura. O próprio Jesus revela para que aprendamos da experiência passada. Conta a parábola da «viúva e do juiz». A figura da viúva representa o Povo de Deus pobre e excluído; a figura do juiz representa os poderosos, aqueles que têm força e poder para decidir. Veladamente faz uma referência à figura de Esaú: era o irmão mais forte, o mais bonito, viril, macho até debaixo d´água. Na parábola, o juiz age como Esaú: cansado do aborrecimento causado pelo irmão, cede e concede o seu direito. «Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!» (v. 4-5). A parábola tem um final feliz.

Jesus propôs esta parábola para convidar os seus discípulos a não sentirem desanimo na caminhada e não desistirem de seus objetivos de construir um mundo mais justo e fraterno, sinal do Reino definitivo. Para Jesus a oração deve ser constante. «Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’» (v. 3).

Em meio a tanto sofrimento o verdadeiro discípulo de Jesus não se cansa; entra num diálogo com Deus, chamado por Jesus de «Pai». O diálogo se resume no pedido do Pai-Nosso: «Venha a nós o vosso Reino». Mergulhados que estamos numa espécie de «noite escura» do mundo, diante de tantas injustiças estruturais, do cinismo da política não desanimamos. Deus está conosco; Ele é onipotente e onipresente. O poder de Deus nos dá a vida para que possamos transformar a conduta dos seres humanos e da sociedade. É essa vida, da qual fazemos pouco caso, que reside o poder de Deus. «E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa» (v. 7-8). A pergunta final é para pensar. «Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?» (v. 8-b). A pergunta de Jesus quer nos revelar que precisamos enxergar a realidade; no meio do povo há aqueles que perdem a fé, se desviam da religião, do meio da família e podem, através da sua influência e do poder, desviar o restante. A Palavra de Deus que é «viva e eficaz, em suas ações» (cf. Hb 4,12) penetre em nossos sentimentos e inteligência.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 17/10/2010)

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