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domingo, 3 de outubro de 2010

A voz do nosso pároco

27º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 3 de outubro de 2010
Textos:
Hab 1,2-3; 2, 2-4; Salmo 94; 2Tm 1,6-8.13-14; Lc 17, 5-10


Caríssimos irmãos e irmãs: Povo de Deus em movimento na Vila Guilhermina:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


O tema principal do livro do profeta Habacuc, na primeira leitura, é a questão da justiça de Deus. Ele trava diálogos bastante duros com Deus. Habacuc nos coloca em diálogo com Deus. Logo no primeiro capítulo ele apresenta 1 queixa para Deus. Ele quer saber qual a raiz do mal que está no mundo. Por que temos a impressão de que os ímpios parecem triunfar nesse mundo? Essa queixa outros heróis da Bíblia também a apresentaram a Deus; sobretudo Jó (19,7) e o profeta Amós (3,9ss). «Senhor, até quando chamarei, sem me atenderes? Até quando devo gritar a ti: “Violência!”, sem me socorreres? Por que me fazes ver iniquidades, quando tu mesmo vês a maldade? Destruições e prepotência estão à minha frente; reina a discussão, surge a discórdia» (v. 2-3). Hababuc acusa Deus de ser o responsável pelo enfraquecimento da religião e da força da Lei. Olhamos para o mundo e constatamos: «o velhaco cerca o justo por todos os lados» (v. 4-c). Deus chamou Habacuc para que esse profeta fosse a voz dos justos nesse mundo e assim pudesse rogar a Ele mais ações para transforma-lo. A análise da realidade feita por Habacuc bem parece ser a dos dias de hoje. É o que vemos: violência por todos os lados e corrupção na política e na sociedade; o desmantelamento da moral e dos princípios. O livro de Habacuc apresenta as raízes do mal no mundo: a ilusão com a riqueza e o mau uso do dinheiro é a causa principal. «A riqueza engana mesmo: a riqueza faz o homem ficar com a boca arreganhada e parece com a morte, que nunca se dá por satisfeita» (cf. 2,5). A partir dessa causa principal o profeta vai apontando as consequências: o enriquecimento injusto (cf. 2,6: «Ai daquele que se enriquece com o que é dos outros»), o acúmulo do dinheiro proveniente da corrupção ( cf. 2,9: «Ai de quem ajunta dinheiro mal ganho, vai ser uma desgraça para a sua casa»), a construção de cidades e de governos com o sangue dos pobres (cf. 2, 12: «Ai de quem constrói uma cidade com sangue, ergue um povoado com injustiças»), a desonra causada pelas drogas e o sexo desenfreado (cf. 2,15: «Ai daquele que embriaga seu companheiro, que mistura suas drogas e os vapores do licor, para ver sua nudez!») e por fim o resultado mais drástico: transformar a riqueza numa espécie de «deus», ou seja, a idolatria, o amor ao dinheiro (cf. 2,18: «Ai de quem diz a um pedaço de madeira: ´Acorda` ou diz `Vamos´ para uma pedra muda (...) elas estão revestidas de ouro e de prata e não há no ouro e na prata nenhum sopro de vida»).

Deus responde: «Quem não é correto, vai morrer, mas o justo viverá por sua fé» (v. 4). Habacuc é profeta que enxergava tão bem a realidade em que vivia que, quando se dirigia a Deus, apresentava somente reclamações e lamentações. No final do seu livro ele elabora um hino de louvor onde diz que não podemos nos esquecer de que Deus está presente na Criação e que é Ele o Senhor da História. «O Senhor Deus é a minha força» (cf. Hab 3,19).

Na segunda leitura da carta de Paulo a Timóteo o autor nos apresenta de onde procede o ser e o chamado para a Igreja e para a comunidade cristã; fomos chamados a ser discípulos e missionários de Jesus porque esse é o Plano de Deus, um plano de salvação. Nós temos que tomar consciência que recebemos do Senhor o dom da fé, da força e do amor. Portanto, Deus exige de nós uma resposta. «Exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. Pois Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade» (v. 6-7). Não devemos sentir medo de agir e de atuar; de dar testemunho no mundo da fé católica que professamos. «Não te envergonhes do testemunho de Nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus» (v. 8).

As palavras de Paulo lembram as palavras proféticas de Habacuc: «O justo viverá pela fé» (cf. Hab 2,4), ou seja, só quem se manter fiel, agir com fidelidade mesmo diante das mais absurdas adversidades poderá viver. Por isso, a recomendação final: «Guarda o precioso depósito, com a ajuda do Espírito Santo, que habita em nós» (v. 14).

O texto de Lucas, no Evangelho, apresenta os discípulos, os 12 e depois os 72, fazendo uma declaração que revela a sua consciência de que tem pouca fé. «Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!”» (v. 5). Eles fazem essa declaração porque quando foram enviados em missão não agiram no espírito dos ensinamentos de Jesus (cf. Roteiros do Tríduo de S. Francisco de Assis).

A resposta de Jesus é clara: os discípulos tem fé, mas, uma fé pequena, parecida como um grão de mostarda, a menor de todas as sementes. «Se tivésseis fé, mesmo pequena» (v. 6). E Ele faz uma revelação muito importante: a fé mesmo pequena pode fazer grandes coisas, basta agir. «Poderíes dizer a esta amoreira: ‘Arranca-te daqui e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria» (v. 6-b). O pé de amora como o da figueira simboliza a fecundidade na Bíblia e na cultura do povo judeu. Em outros momentos Jesus já havia declarado que uma figueira sem frutos não tem valor e amaldiçoou a figueira. «Nunca mais produza fruto algum. E no mesmo instante a figueira secou» (cf. Mt 21,19). E os discípulos ficaram espantados e perguntaram a Jesus o que aconteceu que a figueira secou tão de repente. «Em verdade vos digo: se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que fiz com a figueira, mas também, se disserdes a esta montanha: `Arranca-te daí e joga-te no mar´, acontecerá» (cf. Mt 21, 21).

Finalmente, Jesus vai ao ponto fundamental da pequena fé dos discípulos. Eles queriam uma espécie de retribuição, por parte de Jesus, pela missão que realizaram. Por isso narra uma alegoria sobre o empregado que trabalha para um patrão. Ele chama os discípulos de «simples servos» fazendo uma alusão ao modo de viver e da fé que professavam os fariseus. Quantas vezes caímos na tentação de, recebendo o dom da verdadeira fé em Cristo, pelo batismo, acabamos agindo como os fariseus que tinham uma fé só de aparência, uma fé só para se exibir, uma fé só para dominar os outros.

Talvez tenhamos que reconhecer que somos apenas «servos de Deus» e não «servos inúteis».


Povo de Deus em movimento!

Amanhã, dia 4 de outubro, festejaremos o dia do nosso padroeiro S. Francisco de Assis, o «pobre de Deus». Ele inspire e fortaleça a nossa fé; ajude-nos na fidelidade e compromisso com o Evangelho e amar a Igreja.
(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 3/10/2010)

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