"COMO SER DISCÍPULO E MISSIONÁRIO DE JESUS CRISTO NUM MUNDO PLURALISTA?"
Neste segundo dia do Tríduo do nosso padroeiro, fomos convidados a refletir sobre um dos efeitos da mudança de época pela qual a sociedade atual passa, um mundo "pluralista"
Ontem no primeiro dia do Tríduo fizemos uma breve reflexão, a partir do Evangelho de Lucas, sobre a realidade pastoral a qual estamos inseridos em nosso tempo. Uma realidade mergulhada num contexto de «mudança de época». Também tentamos indicar pistas que o próprio Jesus nos dá no Evangelho, embora temos a consciência de que os ensinamentos Dele quase nada afeta o nosso modo de pensar e sobretudo no agir.
Diante de um mundo pluralista Jesus nos recorda a necessidade de agir profeticamente. Essa ação deve estar imbuída daquele jeito novo que Ele indica (cf. Lc 10, 3-11).
Um dos aspectos mais fortes do resultado do fenômeno da globalização é a presença marcante de certo pluralismo inserido na realidade. Como não estamos acostumados ao pluralismo, mas acostumados a uma mesmice de toda ordem, somos tentados a achar que o pluralismo deve ser combatido. Em parte isso é verdade. Quando a pluralidade é utilizada pelos poderosos simplesmente como «estratégia» para continuar a dominação e a exploração do ser humano devemos denunciá-lo com todo rigor. Quando a pluralidade é utilizada para destruir as raízes da família e da comunidade, afastando-as dos ensinamentos do Evangelho de Cristo, devemos não só agir profeticamente, mas, atuar na mesma realidade conflitante. Mas, essa atuação deve ser no sentido de «inculturar a fé» (cf. DA, 479). Com esse objetivo podemos ter ações pastorais mais ricas, com novas expressões e novos valores; podemos inclusive celebrar cada vez mais e melhor o mistério de Cristo, unindo a fé com a vida.
Parece que ainda nos sentimos desorientados frente a essa mudança cultural oriunda de uma cultura globalizada. Novamente, é o Evangelho de Jesus Cristo que nos dá pistas quanto ao pensar e ao agir.
A pessoa humana deve estar no centro de toda vida social e cultural ressaltando nela a dignidade de serem imagem e semelhança de Deus, sem distinções. «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e Sidônia tivessem sido realizados os milagres que foram feitos no vosso meio, há muito tempo teriam feito penitência» (v. 13).
A fé cristã nos mostra Jesus Cristo como a verdade última do ser humano, o modelo no qual o ser humano se realiza em todo o seu esplendor. Anunciá-lo integralmente em nossos dias exige coragem e espírito profético.
Nosso padroeiro São Francisco de Assis tomou consciência da realidade do seu tempo e abraçou a mensagem de Jesus anunciando-a com a simplicidade; resgatou as raízes do Evangelho, num mundo afastado da essência do Evangelho de Jesus. Por isso, em sua oração a insistência de levar em atitude missionária: levar o amor, o perdão, a união, a fé, a verdade, a esperança, a alegria e a luz. Anúncio e atitude com consciência de ser um «instrumento da paz», por isso, nós devemos consolar, compreender, amar, dar e perdoar.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto)
São Francisco de Assis!
Rogai por nós!
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