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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A voz do nosso pároco

Para todos que apreciam os textos do nosso pároco, aproveitem para relembrar suas reflexões realizadas ao longo de 2010; eles estão arquivados por mês, na pasta 2010 na barra lateral do nosso blog.

Devido o período de festas, ficamos devendo o texto da missa da Sagrada Família e da Epifânia do Senhor, que a partir de agora, também estão disponíveis à todos vocês.

Boa leitura!
Um abraço,
Rosangela Molina.


A Sagrada Família – Ano A – 26 de dezembro de 2010.
Textos:Eclo 3, 3-7.14-17-a (na versão da Bíblia em grego: 3,2-6.12-14); Salmo 127; Cl 3, 12-21; Mt 2,13-15.19-23.


Amados irmãos e irmãs!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


O Espírito Santo de Deus pairava sobre a natureza criada. O ser humano - inspirado pelo sopro vital do Criador - começou adquirir inteligência, pois o seus 5 sentidos começaram a ser desenvolvidos, para compreender e aprender que a «Vida», fruto do sopro, é o bem e o maior patrimônio para si mesmo e para todas as suas relações com tudo o que o cercava. A cena mítica e profundamente simbólica do Paraíso nos inspira a compreender os tempos de hoje. O homem começa a desenvolver a ciência, mas uma ciência fruto do ato criador do Pai. O homem contemporâneo – iludido em si mesmo – deseja a sua divindade própria.

A harmonia essencial e profunda entre o homem e a natureza criada fez com que, pela primeira vez, Deus sentisse felicidade. «E Deus viu que tudo era bom» (Gn 1,18). A felicidade de Deus causou forte impacto no homem; não bastava viver em harmonia. O homem começa a sentir desejos, manifestados por seus atos e com o seu comportamento. O homem pensa e começa a refletir e chega à conclusão de que ele – para Deus – é igual a todas as obras criadas. Surge o sentimento no homem do «ciúme», visto a sua alegria em relação às demais. O ciúme o motiva a pensar que ele não é mais um ser vivo, mas uma «pessoa». O homem não sabe, mas no coração de Deus ele – o homem – é o ser vivo mais lindo e perfeito. Movido pelo sentimento de ciúmes o homem começa a mudar seu comportamento; o que antes lhe parecia um paraíso passa a ter outro olhar. Começa ali uma espécie de «cegueira parcial» que o leva a dissociar-se de Deus e dele próprio. A unidade essencial entre a natureza e a pessoa perde o seu significado. O estadista e teólogo romano Boécio, no século 5º a.C., dizia que «a pessoa é uma substância individual de natureza racional». A observação filosófica permanece atual até hoje. Entende-se, então, que não se deve temer que esta expressão constitua uma espécie de «diminuição» da dignidade humana. Não se trata de reduzir nosso ser à única dimensão orgânica da nossa pessoa, mas de integrar e respeitar a totalidade daquilo que somos.

Vivendo ainda o espírito celebrativo do Natal do Senhor, Deus nos convida a incluir nessa celebração uma meditação sobre a família. Por isso, na primeira leitura do livro do Eclesiástico, o autor traduz e elabora uma catequese sobre o significado do mandamento de Deus contido no livro do Êxodo 20,12: «Honrar pai e mãe». Praticar esse mandamento é trazer benefício para si próprio. Deus abençoa o filho que pratica esse mandamento. Assim como o pai e a mãe cometem também pecados, o filho que os perdoa terá também os seus próprios perdoados por Deus. «Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração cotidiana» (v. 4).

A família humana é, portanto o lugar natural da nossa humanidade e o «berço da vida e do amor» (Cf. João Paulo II, CL, 40). A família constituída dentro da realização da vontade de Deus expresso em sua Palavra é, pois uma instituição humana, porém de natureza divina. A relação de justiça e amor entre os irmãos, o exercício da autoridade do pai e da mãe, a ajuda mútua que exercem entre si os membros de uma família, o acolhimento natural e a capacidade sem limites do perdão, constituem valores sagrados que os preparam para a vida em sociedade. É na família que experimentamos decisivos exercícios de paz.

Quando examinamos com a devida atenção a história das sociedades, sobretudo na Antiguidade, podemos perceber que poder do Estado, aquele que gerencia a sociedade, era exercido pelas famílias. Basta ver os grandes impérios tanto do ocidente quanto do oriente. O oriente até hoje preserva essa característica; algumas monarquias, como a da Inglaterra, por exemplo, sobrevive até hoje.

Foi somente na metade do século 18, com o movimento intelectual e filosófico chamado «iluminismo», sobretudo da França e da Alemanha que se foram constituindo Estados que eles consideravam livres. John Locke, Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Adam Smith são os representantes mais significativos desse pensamento. Na natureza iluminista Deus e religião devem ser banidos. Mas, o pensamento iluminista fracassou logo nos primeiros cem anos. Já no século 19 notamos a impossibilidade de se constituir Estados livres de toda e qualquer ideologia. O povo sofre até hoje consequências pelo desenvolvimento e força desse pensamento filosófico.

A Igreja reconhece o os direitos da pessoa, ainda que expressos como «direitos do indivíduo» observando que mesmo esses possuem um «caráter social fundamental» (cf. Conselho Pontifício da Família, «Carta dos direitos da família», Preâmbulo).

Na segunda leitura, Paulo lembra que é na família o lugar para se cultivar os bons costumes e as relações básicas para a vida em sociedade. «Esposas, sede solícitas para com vossos maridos, como convêm no Senhor. «Maridos amai vossas esposas e não sejais grosseiros com elas. Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso é bom e correto no Senhor. Pais, não intimideis os vossos filhos, para que eles não desanimem (v. 18-21). Paulo lembra que a família nasce do «sim» responsável e definitivo de um homem e de uma mulher e vive do «sim» consciente dos filhos que pouco a pouco entram a fazer parte dela. Para prosperar, a comunidade familiar tem necessidade do consenso generoso de todos os seus membros. É preciso que esta consciência se torne convicção partilhada também por quantos são chamados a formar a família humana comum. É necessário saber dizer o «sim» pessoal a esta vocação que Deus inscreveu na nossa própria natureza. Não vivemos uns ao lado dos outros por acaso; estamos percorrendo todos um mesmo caminho como homens e por isso como irmãos e irmãs. Desta forma, é essencial que cada um se empenhe por viver a própria vida em atitude de responsabilidade diante de Deus, reconhecendo n'Ele a fonte originária da existência própria e alheia. É subindo até este Princípio supremo que se pode perceber o valor incondicional de todo o ser humano, colocando as premissas para a edificação duma humanidade pacificada. Sem este Fundamento transcendente, a sociedade é apenas uma agregação de vizinhos, e não uma comunidade de irmãs e irmãos chamados a formar uma grande família.

O Evangelho de Mateus, capítulo 2, relata a fuga para o Egito. Os evangelhos apresentam os sofrimentos vividos pelo Menino Jesus e sua família, ainda no contexto celebrativo do Natal. Mateus dá destaque ao pai de Jesus, São José que deu a Jesus a descendência de Davi com haviam profetizado os profetas do Antigo Testamento. No evangelho de hoje São José continua a realizar a Palavra de Deus. De fato, ele é orientado pelo anjo do Senhor que lhe aparece em sonho ( cf. vv. 13.19; cf. 1,20; 2,22).

A fuga para o Egito e a caminhada que realizam de volta, após a morte de Herodes, reescreve o episódio do Êxodo. São José faz se cumprir a profecia de Oséias: «Do Egito chamei o meu filho» (Os 11,1). Como Moisés Jesus será aquele que oferecerá a libertação para seus fiéis seguidores. Eles retornam para Nazaré. «E foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: ´Ele será chamado Nazareno´» (v. 23). Jesus viverá grande parte da sua vida na Galiléia. É preciso compreender profundamente o que isso significa. A raiz da palavra «Nazaré» vem de «nazir», palavra hebraica que significa «consagrado». Mais do que contar um episódio triste da vida da Sagrada Família, Mateus deseja que compreendamos a identidade do Menino Jesus. É pela ação corajosa e de fé de S. José que podemos venerar e se encontrar com Deus.
(Texto - Pe Devair Carlos Poletto - 26/12/2010)

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