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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A voz do nosso pároco

Deus vem unir o seu povo!

Pegue sua bíblia e confira os textos biblícos deste domingo!

Acompanhe a reflexão desta semana e veja como Deus sempre quer a união de seus filhos.


3º. Domingo do Tempo Comum – Ano A - 23 de janeiro de 2011.
Textos:Is 8,23-9,3; Salmo 26; 1Cor 1,10-13.17; Mt 4,12-23


Irmãos e irmãs: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!


O capítulo 8 do livro do profeta Isaías, na primeira leitura, tem como núcleo fundamental o anúncio do nascimento do Messias. O profeta Isaías diz que o Filho de Deus vem ao mundo para salvá-lo. A profecia de Isaías é bastante específica. Cristo vem para salvar o seu povo. Os pobres e sofredores verão Nele uma luz, ou seja, a presença de Deus. Todos que conseguirem ver no Cristo encarnado a presença de Deus farão parte do seu povo. «O povo que andava na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu» (v.1, cap. 9).

Zabulon, nome que vem do hebraico «zebul» que significa «príncipe», foi um dos 12 filhos de Jacó. Foi o sexto filho que Jacó teve com Lia (cf. Gn 46, 14). O livro dos Números diz que na saída do Egito Moisés ordenou uma contagem das tribos. Zabulon contava com 57.400 homens. Quando chegam à Terra prometida, Canaã, a tribo de Zabulon vai para o norte da Palestina. Neftali também era filho de Jacó com uma empregada da esposa Raquel chamada Bala. Neftali significa «homem ligeiro, que anda rápido». Quando chegam à Terra Prometida, Neftali também vai para o norte da Palestina. Zabulon e Neftali eram tribos antigas onde hoje estão mais ou menos o Líbano e a Síria.

Os 12 filhos de Jacó que deram origem às 12 tribos viviam ora em harmonia ora em guerras. Sempre disputavam entre si o amor do pai. No pêndulo que é a História observamos que ora um povo está por cima, ora um povo está por baixo, sendo oprimido. «No tempo passado o Senhor humilhou a terra de Zabulon e a terra de Neftali; mas recentemente cobriu de glória o caminho do mar, do além-Jordão e da Galiléia das nações» (v. 8).

Zabulon e Neftali eram terras de grupos sociais esquecidos, lembrados somente quando isso ia ao encontro dos interesses dos poderosos. Literalmente pisados pelas botas dos opressores, pelas patas dos animais, pelos carros de guerra e pelas caravanas dos comerciantes. Um povo de pisados, lesados em suas liberdades fundamentais, alienados pelas culturas opressoras dos passantes interesseiros (8,23b).

Na profecia de Isaías o Filho de Deus vem para salvar todas as tribos sem distinção. Está aí o Evangelho, a boa notícia profética. Enquanto os povos lutam entre si para se destacar, dominar uns aos outros, Deus revela que ama seus filhos, dando-lhes liberdade e dignidade.

Na segunda leitura Paulo combate toda e qualquer tipo de divisão na comunidade. Para ele o povo de Deus, o povo de Cristo, não pode pensar-se dividido, separados por tribos, raças, costumes. «Eu vos exorto, pelo nome do Senhor nosso, Jesus Cristo, a que sejais todos concordes uns com os outros e não admitais divisões entre vós» (v.10). Por Corinto, depois que Paulo fundara as comunidades, passaram certamente Apolo e adeptos de Pedro, ou o próprio Pedro (Cefas). Surgiram, então, divisões no seio das comunidades. Os adeptos de Paulo eram pela «liberdade», chegando a afirmar que «tudo é permitido» (6,12; 10,23). Os seguidores de Pedro, agarrados às tradições judaicas, levantavam questionamentos acerca das carnes sacrificadas aos ídolos, se era lícito ou não comê-las, em contraste com os adeptos de Paulo e Apolo (8,1), e acerca da circuncisão (7,18). Os seguidores de Apolo privilegiavam o conhecimento, dizendo-se possuidores da «ciência exata» (8,1). Havia, ainda, o grupo de Cristo, o qual, baseado em supostas experiências místicas de Cristo, afirmava não ter de se preocupar a respeito dos resultados naturais de suas atividades imorais (10,10-13). Paulo exorta a comunidade em nome de Jesus Cristo e convoca à unidade. Essa unidade não é mera aceitação da diversidade de partidos ou facções, como se bastasse certa distância respeitosa para superar os conflitos (v. 10). A unidade nasce de Cristo e não dos evangelizadores. Estes são simplesmente caminhos que, da periferia, conduzem para o centro que é Jesus. O raciocínio de Paulo se exprime em forma de perguntas, cuja resposta é evidente para as comunidades (v. 13). De fato, Cristo não está dividido. É o único que morreu na cruz pelas comunidades. E todos receberam o batismo em nome dele.

O Evangelho nos conta que Jesus foi morar em Cafarnaum. «Deixou Nazaré e foi morar em Cafarnaum, que fica às margens do mar da Galileia» (v. 13). A ida do Filho de Deus até a região de Zabulon e Neftali realiza a profecia de Isaías. E lá Jesus lança os alicerces para formar um novo povo de Deus. Em Cafarnaum moram Pedro e André, pescadores. No Evangelho de Mateus são os primeiros a serem chamados por Jesus. «Quando Jesus andava à beira do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores» (v. 18). A pronta disposição dos dois irmãos lembra atitudes dos profetas antigos, como Eliseu. Deus é mais importante e tem prioridade na vida deles. «Eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram» (v.20).

O versículo final resume as atividades de Jesus nessa primeira narrativa de Mateus. «Jesus andava por toda a Galileia, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo tipo de doença e enfermidade do povo» (v. 23). Mateus faz uma distinção importante entre «ensinar» e «pregar». Jesus ensina na sinagoga frequentada pelos judeus. Ele vem para ensinar para os judeus, pois eles não aprenderam «corretamente» a lição depois de tantas experiências históricas com Deus. Quando estava fora da sinagoga Jesus não ensina, mas, «prega», no sentido bíblico. Pregar era papel de quem era mensageiro de Deus. Na Bíblia Noé é tido como o primeiro pregador de Deus. Para os excluídos da sinagoga Jesus anuncia o projeto do Pai: o Reino.

Jesus realiza milagres por compaixão, porque ama os outros: faz milagres também para ajudá-los a crer. Realizar curas para anunciar que Deus é o Deus da vida e que no final, junto à morte, também a doença será vencida e «já não haverá luto nem pranto».

Jesus não é o único que cura, mas ordena a seus apóstolos que façam o mesmo: «Eu os envio a anunciar o Reino de Deus e a curar os enfermos» (Lc 9, 2); «Pregai que o reino dos céus está próximo. Curai os doentes» (Mt 10, 7 s). Encontramos sempre as duas coisas ao mesmo tempo: pregai o Evangelho e curai os enfermos. O homem tem dois meios para tentar superar suas enfermidades: a natureza e a graça. Natureza indica à inteligência, a ciência, a medicina, a tecnologia; graça indica o recurso direto a Deus, através da fé, da oração e dos sacramentos. Estes últimos são os meios que a Igreja tem à disposição para «curar os doentes».

O mal começa quando se busca uma terceira via: a da magia, a que se apoia em pretensos poderes ocultos da pessoa que não se baseiam nem na ciência nem na fé. Neste caso, ou estamos diante de charlatões – ou pior – diante da ação do inimigo de Deus. Não é difícil distinguir quando se trata de um verdadeiro carisma de cura e ou de sua falsificação na magia. No primeiro caso, a pessoa jamais atribui a poderes próprios os resultados obtidos, mas a Deus; no segundo, as pessoas não fazem mais que exibir seus pretendidos «poderes extraordinários». Quando por isso se leem anúncios do tipo: mago tal de não sei quem «chega onde outros fracassam», «resolve problemas de todo tipo», «poderes extraordinários reconhecidos», «expulsa demônios, afasta o mal olhado», não podemos duvidar nem um instante: são grandes enganos. Jesus dizia que os demônios são expulsos «com jejum e oração», não esvaziando o bolso das pessoas!

Mas devemos fazer-nos outra pergunta: e quem não se cura? O que pensar? Que não tem fé, que Deus não a ama? Se a persistência de uma doença fosse sinal de que uma pessoa carece de fé ou do amor de Deus por ela, teríamos de concluir que os santos eram os mais pobres de fé e os menos amados de Deus, porque há alguns que passaram a vida inteira prostrados. Não; a resposta é outra. O poder de Deus não se manifesta só de uma maneira – eliminando o mal, curando fisicamente –, mas também dando a capacidade, e às vezes até a alegria de carregar a própria cruz com Cristo – a superação - e de completar o que falta aos seus padecimentos. Cristo redimiu também o sofrimento e a morte; já não é sinal do pecado, participação na culpa de Adão, mas instrumento de redenção.
(Texto: Pe Devair Carlos Poletto - 23/01/2011)

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