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domingo, 4 de julho de 2010

A voz do nosso Pároco - atualizações-

12º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 20 de junho de 2010
Dia Nacional do Migrante
Textos: Zc 12,10-11;13,1; Salmo 62; Gl 3, 26-29; Lc 9, 18-24

Meus irmãos e minhas irmãs: Povo de Deus!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!




Nossa meditação hoje começa com o texto do profeta Zacarias, no capítulo 12, a primeira leitura. Esse profeta, cujo nome significa «Deus se lembrou», é fundamental para entender o jeito de Jesus Cristo. O livro de Zacarias está dividido em duas partes: a primeira, vai do capítulo 1 a 8 onde o profeta faz um grande apelo ao povo à conversão; a segunda parte vai do capítulo 9 a 14. O livro inteiro de Zacarias apresenta um «messianismo profético». Assim, como acontece no livro de Isaías, também no livro de Zacarias se pode perceber que foram mais de um autor. O livro do Apocalipse de São João é o que mais faz referências e faz citações do profeta Zacarias. Muitas das imagens apresentadas por João foram inspiradas em palavras, do profeta Zacarias.

O profeta Zacarias anuncia a certeza do cumprimento da promessa de Deus, feita a Davi, de enviar um Messias que vai conduzir o povo de Israel. Esse Messias, na perspectiva de Zacarias, será como um «filho», «uma pessoa escolhida» pelo próprio Deus. O Messias vem para regenerar a fé e a espiritualidade do povo. Essa regeneração, essa alma nova na fé, vem como diz Zacarias, pela «graça» (cf. v. 10) e pela oração. Para Zacarias, quando o homem, está imbuído e percebe a graça, a generosidade de Deus e as une em forma de oração, é como se uma luz nova clareasse a visão. «Derramarei sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém um espírito de graça e de oração; eles olharão para mim» (v. 10). Assim como Davi, sendo pai, valente, guerreiro, que teve todo o poder que o mundo podia lhe dar, mas, chorou pela morte de seus filhos legítimos e ilegítimos, assim também Deus enviará seu Filho ao mundo para o grande «Aleluia» o supremo momento de louvor. A dor e o sofrimento formarão um caminho tanto para os homens como para Deus se entenderem. A dor e o sofrimento serão como «oráculos», ou seja, mensagens codificadas e entendidas por quem as transporta. Por isso o texto de Zacarias fala de tanta desolação. «Grande pranto» (v. 11), diz o texto.

Na segunda leitura, Paulo manda um evangelho aos gálatas: quem recebeu e acolheu o batismo de Cristo – na sua morte e ressurreição – e vive pela fé em Jesus torna-se espiritualmente igual. Não há mais divisões. «Vós todos sois filhos de Deus!» (v. 26). Não há mais gêneros. «Nem homem, nem mulher, pois todos vós sois um só!» (v. 28). Não há mais classificações. Em Cristo Jesus todos somos iguais! «Panis Angélicus, Fit panis hominum, Dat panis cœlicus figuris terminum. O Res mirabilis! Manducat Dominum, Pauper, pauper servus et humilis!» . O Pão dos Anjos, torna-se pão dos homens,e o Pão dos ceus dá fim aos velhos símbolos. Oh Coisa admirável! O Senhor é a comida do pobre e humilde servidor !

O Evangelho nos revela que Jesus era um homem de oração. Lucas destaca sempre esses momentos na vida de Jesus. «Jesus estava rezando num lugar retirado» (v. 18). Ele encontra sentido com os fatos da vida agitada transformando em oração. Para Jesus, Deus o Pai está presente no seu dia-a-dia. Ele consegue ver isso; mas, os outros que o acompanham não conseguem ver e entender a presença de Deus. Há um sentimento cruel no texto de Lucas. Jesus vê a presença de Deus no seu dia-a-dia, mas, seus discípulos não. A crueldade está na solidão que se abate sobre a pessoa que sabe rezar e que gostaria de seus companheiros estivessem partilhando do mesmo momento. Por isso Lucas sempre destaca esse fato: Jesus retira-se do grupo para rezar. O conflito entre o indivíduo e o grupo fica latente em toda a sua trajetória. A pergunta que Jesus faz tem um fundo existencial: «Quem diz o povo que eu sou?» (v. 18). Esse estar com Jesus e sentir as coisas que ele sentia é que fez os discípulos muito mais tarde pedir a Ele para que os ensinasse também a rezar (cf. Lc 11, 1).

A oração de Jesus e a oração e o espírito da oração que Ele ensinou é uma oração de comunhão. Não se tratava mais de apenas «conversar» com Deus, ou seja, de «orar», mas, rezar. Toda oração verdadeiramente cristã produz somente comunhão. Comunhão primeira entre a pessoa e toda a sua realidade e o Cristo Ressuscitado. Pedro parece perceber essa comunhão entre Jesus e o Pai. «Mas Jesus perguntou: E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: o Cristo de Deus» (v. 20).

Jesus diz que na oração deve existir uma comunhão real entre a pessoa que reza e o Pai. Na oração nos apresentamos como somos. «E acrescentou: O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia» (v. 22).

Lucas então associa o pão multiplicado e que se tornou alimento para a multidão (cf. Lc 9, 10-17), com a oração verdadeiramente comunhão, como alimento verdadeiro do discípulo. «Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem perder a sua vida por causa de mim, esse a salvará» (v. 23-24).
(Texto: Padre Devair Carlos Poletto - 20 de junho de 2010)

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