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domingo, 18 de julho de 2010

A voz do nosso pároco

15º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 11 de julho de 2010
Textos: Dt 30, 10-14; Salmo 68; Cl 1,15-20; Lc 10, 25-37.

Amados irmãos e irmãs!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Quanta honra acolher e receber todos vocês em nossa paróquia querida para um encontro de irmãos! Trazemos para a casa de Deus a nossa vida certa e torta e olhamos para Ele na cruz do sofrimento; olhamos para Ele Vivo na Palavra; olhamos para Ele no pão repartido e partilhado. E estamos aqui para celebrar; colocar-nos diante de Deus e da comunidade, apresentar a nossa alma, a nossa face e o nosso rosto para Deus. O domingo é «o tempo favorável» (v. 14, do Salmo 68). Toda vez que a assembleia Eucarística se reúne põe-se em relação com Deus em Cristo Jesus. Ele é a face humana de Deus e que nos transforma. «Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois, por causa dele, foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele» (Cl 1, 15).

Ontem, fui celebrar na Paróquia Nossa Senhora do Carmo, em Itaquera. Fui convidado e chamado pelo meu irmão Paulo Sérgio Bezerra a ter alguns momentos de partilha fraterna e convivência com aquele povo maravilhoso e valente de Itaquera.


A primeira leitura é do livro do Deuteronômio quase em seu final. Moisés nos conta o autor, antes de morrer, aos 128 anos, chamou o povo da sua comunidade e fez um pedido. O pedido era esse: seja sempre fiel a Deus. E o próprio Moisés nos indica o caminho dessa fidelidade. Em primeiro lugar é preciso ouvir, ou seja, estar aberto ao diálogo. «Ouve a voz do Senhor, teu Deus» (v. 10-a). O interessante é que a Palavra de Deus associa o ato e a disponibilidade de «ouvir» com o «observar os mandamentos». A fidelidade verdadeira percorre esse caminho. Como posso «observar» se antes não ouvi? O texto sugere que não há uma conversão válida quando interrompemos ou cortamos esse processo: ouvir – observar – colocar em prática. A conversão a que Moisés se refere é a «metánoia». O convertido não abandona a sua história e a sua vida. Quem abandona a sua história e a sua vida é uma pessoa fracassada. «Converte-te para o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma» (v. 10-c). No fim de tudo está uma declaração de amor de Moisés para com Deus. Diz o Bispo-poeta do Araguaia: «Felizes são pobres com espírito! E aqueles que compartem com os pobres os riscos e a esperança, porque eles têm o Reino em suas vidas!» (VER: CASALDÁLIGA, Pedro. «Orações da caminhada». Campinas. Ed. Verus. 2006). Um homem que chega aos 128 anos de vida e diz para quem é mais jovem que Deus está ao alcance das mãos! É verdadeiramente um santo! Um homem que diz «acredite», não desanime nunca, «tenha fé em Deus, tenha fé na vida». «Na verdade, este mandamento que hoje te dou não é difícil demais, nem está fora do teu alcance”. Não está no céu, para que possas dizer: 'Quem subirá ao céu por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir? ' Nem está do outro lado do mar, para que possas alegar: 'Quem atravessará o mar por nós para apanhá-lo? Quem no-lo ensinará para que o possamos cumprir? ' Ao contrário, esta palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração, para que a possas cumprir (v. 11-13).

Então, a «fidelidade verdadeira» se mescla com a atitude sincera do arrependimento. O povo não entendeu o que Moisés queria dizer. Bastou Moisés morrer; o povo e a comunidade se distanciaram de Deus. E Deus disse essas palavras amargas: «Eu vou esconder o meu rosto... Eu vou abandonar esse povo... Eles serão devorados» (v. 17, do cap. 31 de Dt). Esse texto do Livro do Deuteronômio é apenas a entrada para mergulharmos fundo na verdadeira Palavra de Deus.

O Evangelho de Lucas está ligado à primeira leitura do livro do Deuteronômio. Jesus dialoga com um perito em Bíblia, um especialista da Lei. Mesmo percebendo que o mestre da Lei vem ao seu encontro para tentar desorienta-lo de sua missão, Jesus o acolhe fraternalmente e se dispõe ao diálogo. «Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?» (v. 25). A conversa por parte de Jesus começa bem. Jesus não o agride. Simplesmente pergunta: «O que está escrito na Lei? Como lês?» (v. 26). O perito não vacila e responde corretamente. «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!» (v. 27 apud Lv 18,5). Está acabada a conversa. É isso. É simples. Mas, como o perito se aproxima com má-intenção ele retruca o que Jesus diz. «E quem é o meu próximo?» (v. 29). E Jesus conta a parábola do Bom Samaritano. Na parábola Jesus coloca seus personagens num «caminho». Todos os personagens – independentemente do que possamos achar deles – estão nesse caminho anunciado por Jesus. O final do caminho é Jerusalém, centro econômico, político e religioso. Um fato horrível acontece. Um homem é assaltado e espancado por ladrões e fica ali, caído no «caminho».

O primeiro personagem é um sacerdote. Ele representa o homem religioso, cumpridor da Lei. Ele busca através do seguimento da Lei chegar à perfeição; simbolicamente chegar ao destino: Jerusalém. E essa sua preocupação é tão grande que, do ponto de vista da ética, o faz fechar os olhos para a realidade. «Um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado» (v. 31).

O segundo personagem é um levita. O levita é o leigo que ajuda no Templo de Jerusalém; exerce um ministério, sobretudo, no culto. Ele também está a caminho e quer chegar ao destino. «O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado» (v. 32). Mas, mesmo esse personagem fecha também os olhos para a realidade. A preocupação maior do sacerdote e do levita é ir correndo para o Templo, pois esse precisa da colaboração deles para o culto religioso e para receber as ofertas dos fiéis.

E o terceiro personagem é um samaritano. Ele também está no mesmo caminho. «Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão» (v. 33). A atitude do samaritano é diferente. Ele interrompe por alguns instantes a caminhada que estava fazendo para cuidar do homem que fora assaltado. «Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’» (v. 34-35).

São três comportamentos éticos distintos. Os dois primeiros personagens são justificados pela ética da cultura e da sociedade; porém, não são justificados pela ética de Deus. O terceiro personagem é reprovado pela ética cultural e social; porém é justificado pela ética de Deus. O objetivo dessa parábola é mostrar que o verdadeiro amor só se concretiza em ações verdadeiras que promovem o bem material e espiritual para o outro. «Aquele que usou de misericórdia para com ele» (v. 37).


(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 11/7/2010)

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