Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

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domingo, 18 de julho de 2010

A voz do nosso pároco

16º. Domingo do Tempo Comum – Ano C – 18 de julho de 2010
Textos: Gn 18,1-10-a; Salmo 14; Cl 1,24-28; Lc 10,38-42


Meus irmãos:
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

A primeira leitura é extraída de um dos livros mais bonitos da Bíblia. É o livro do Gênesis. É bonito porque nos remete a pensar nas nossas origens. A História e os fatos da vida são utilizados por Deus para revelar sempre a sua Presença entre nós. É uma maravilha porque Deus está sempre a esfregar na nossa cara a realidade da vida. Somos sempre impulsionados para uma vida de ilusão em todas as áreas, seja na economia, na política, no universo religioso e, somos, de fato, envolvidos por finas e sofisticadas ideologias. Essas finas e sofisticadas ideologias tem por objetivo submeter o ser humano aos interesses econômicos e políticos. Toda e qualquer ideologia atende à subserviência. Em nós, em cada pessoa, em cada grupo, em nossa sociedade atual os efeitos são devastadores. Devemos sempre estar alertas e vigilantes. Devemos tomar cuidado com «certas distrações».

O contexto bíblico da primeira leitura nos remete a uma tomada de decisão. Diante da realidade cruel o homem tem que tomar certas decisões. Abraão está se sentindo satisfeito! Tem uma mulher, tem um rebanho para cuidar, tem trabalho... Abraão «se sente» poderoso. Está com 99 anos de idade. Tudo é diversão. Prosperidade! Nesse clima e nessas condições, nada de mal em fornicar com a escrava Agar, com quem tivera um filho chamado Ismael já com 13 anos de idade, um adolescente – afinal, naquele contexto histórico-cultural – o poder lhe atribuíra-a a gostos extravagantes. Tinha sido um dia de festa na família. Abraão estava tão feliz que chegou a realizar a circuncisão de Ismael e a sua própria, naquela idade (cf. Gn 18, 23-27). Abraão não tinha idéia do que aconteceria no dia seguinte. «O Senhor apareceu a Abraão junto ao carvalho de Mambré, quando ele estava sentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia» (Gn 18,1). O carvalho é um tipo de árvore considerada nas culturas antigas como uma representação da presença de Deus. Todos nós sabemos que o carvalho é um tipo de madeira que atrai os raios durante uma tempestade. Na mitologia grega, Hércules, filho de Zeus e de Alcmena, uma mortal, além de ser forte apunhava uma clave feita de carvalho. O carvalho simboliza a «força» física e a «força» moral. Olhar a realidade para ser luz. Deus, representado pelos 3 hóspedes, uma referência à Trindade, faz uma visita àquele velho rico, que prosperou na vida trabalhando no comércio, justamente debaixo de um carvalho.

Deus vem trazer uma notícia. A noticia era a de que Ele não esquecera a promessa feita há anos. Os visitantes, após uma refeição, contam a novidade. «No ano que vem, por este tempo, e Sara tua mulher, já terá um filho» (v. 10-a). Alegria e arrependimento tomam conta da alma de Abraão. Alegria porque ele teria um filho com a mulher legítima; arrependimento, porque estava certo de que seu herdeiro seria Ismael, pois, já tinha realizado todo o procedimento segundo a lei que vigorava na sua família. Abraão toma consciência de seu erro; reconhece-se pecador diante de Deus e chega até a clamar a Deus para poupar as cidades de Sodoma e Gomorra (cf. Gn 18,16-33). Deus altera o curso da história. Abraão escuta e segue fielmente para um rumo novo na vida; rumo novo determinado por Deus.

Por isso, no Evangelho de Lucas nos deparamos com a chegada de Jesus na casa de uma mulher chamada Marta e que vivia com os irmãos Maria e Lázaro. Lucas destaca sempre que Jesus está sempre a caminho. Depois da decepção vivida com o rapaz religioso, doutor da Lei, que não conseguiu se libertar das ilusões da riqueza (cf. Lc 10,25-37), Jesus chega triste na casa de Marta. O rapaz não entendeu nem quem é Deus e nem quem é o «próximo» dele. «Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa» (v. 38). Marta está preocupada com os afazeres, em manter o sistema organizado, as tradições herdadas. Distraída com essa situação, ela não consegue ver a novidade da presença de Deus, em Jesus de Nazaré. «Marta, porém, estava ocupada com muitos afazeres» (v. 40).

O Papa João XXIII, quando instaurou o Concílio Vaticano II, disse na imprensa mundial, que a Igreja precisa ver o mundo, verdadeiramente como ele é. E quantas coisas acontecem que nos faz se distanciar do verdadeiro objetivo da nossa vida em comunidade. A Igreja, em sua palavra, está sempre nos puxando para ver a realidade do mundo e os riscos sérios a quais somos submetidos. É preciso ser forte. Não podemos desanimar.

Tudo chega até nós para nos iludir, nos tirar do caminho proposto por Jesus. «As ideias não correspondem aos fatos», como cantara o genial compositor brasileiro Cazuza, numa crítica ao governo e à sociedade brasileira. Cazuza ilustrava dizendo que a realidade é como uma «piscina cheia de ratos»; e é nela em que vivemos. A realidade é uma tempestade feroz que devasta tudo que vem pela frente. Muitos reagem diante da realidade buscando caminhos que pensam que são «novos». Diante da realidade só há um caminho: enfrentá-la. Pode ser um caminho de sofrimento, mas, temos força e luz que vem de Deus, de seu Filho na Palavra e na Eucaristia; uma força que vem dos santos, que, entre nós, experimentaram n´alma a paz necessária que vem de Deus.

Jesus faz uma crítica construtiva para Marta. «Marta, Marta! Tu te preocupas e andas agitada por muitas coisas» (v. 41). E faz um elogio ao modo de agir da irmã chamada de Maria. «Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada» (v.42).

Irmãos:

Em ano eleitoral sejamos conscientes. É preciso «votar bem»; votar bem não é só um ato, um dever. «Votar bem» (cf. Documento 15, da 73ª. Assembléia dos Bispos do Regional Sul 1), significa votar com princípio, com cultura e tradição e respeito ao povo brasileiro. O seu voto não é um ato individual, como a ideologia política ensina e massifica a cabeça do povo.

Três candidatos despontam, segundo a imprensa, parecem ser o gosto do povo brasileiro. Dois candidatos falam e apresentam propostas para fortalecer o Estado, a máquina governamental, uma política de continuidade implantada pelos poderosos do mundo durante a era Bush. Só uma candidata, quando fala e aparece, apresenta propostas para fortalecer a pessoa humana.

Queremos políticos que ocupem cargos públicos e que desenvolvam políticas com e a favor do povo; queremos políticos que saibam administrar os variados conflitos na sociedade de classes em que vivemos como ensina e analisa o professor e geógrafo inglês da Universidade de Cambridge e que reside atualmente em Nova Iorque, David Harvey, especialista em sociologia urbana.

A História ensina que é necessário um Estado forte, mas, um Estado forte à serviço da humanidade e das reais necessidades do povo.

(Texto: Pe. Devair Carlos Poletto - 18/7/2010)

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