Apresentação MEJ Brasil - 1º Congresso Mundial do MEJ - 2012

Hino do Congresso Internacional do MEJ 2012 Argentina - Escute aqui!

domingo, 4 de julho de 2010

A voz do nosso Pároco


Solenidade de São Pedro e São Paulo – Ano C – 4 de julho de 2010
Textos: At 12, 1-11; Salmo 33; 2Tm 4,6-8.17-18; Mt 16, 13-19

Irmãos e irmãs:

No dia da Solenidade de São Pedro e São Paulo, apóstolos e santos, que vivendo nesse mundo, plantaram a Igreja e a regaram com o seu sangue, celebramos também o Dia do Papa.

Pedro no Evangelho responde pela fé dos Doze, a primeira comunidade constituída por Jesus Cristo, a base pela qual surge a Igreja Católica.

Ao chamar Pedro e ele professar a fé, Cristo muda o nome dele. De Simão (nome que significa «obediente», «aquele que se entrega à tristeza»), Cristo passa a chamá-lo de «Pedro». Este nome indica a sua vocação: a pessoa de Simão deve ser a «pedra», a rocha, que deve defender e dar solidez para a comunidade.

A nomeação de Pedro é seguida de uma promessa que Cristo faz. A promessa é a de as «portas do inferno» não poderão nada contra a Igreja. As portas da prisão onde Pedro se encontrava são abertas pela ação do anjo, informa a primeira leitura.

A vocação de Paulo surge quando ele vê Cristo no caminho para Damasco; de perseguidor da Igreja ele se transforma em apóstolo. Ele realizou mais do que os outros apóstolos: formou comunidades, lideranças, acolheu os pagãos, trabalhou as diferentes culturas. Na segunda leitura podemos ver um resumo de toda a sua vida.

O nome Paulo significa «boca de trombeta». Após ver Cristo no caminho de Damasco ele muda seu nome de «Saulo» para Paulo.

Para a Igreja Católica, o Papa traz consigo toda a história e a tradição da comunidade cristã. Ele não representa uma pessoa, só um chefe, mas, o «administrador» das promessas de Cristo. A maior preocupação do Papa, sua maior responsabilidade, é a de que a Igreja, no mundo inteiro, seja fiel a Cristo e ao Evangelho. Ele também deve iluminar a evangelização e a pastoral que a comunidade nos 5 continentes realiza.

Na primeira leitura Pedro é libertado por intervenção de Deus da prisão. Fora preso por que anunciava o Cristo Ressuscitado e dava firmeza para a fé cristã dos membros da comunidade.

O texto dos Atos revela a vida de quem é testemunha de Cristo. O testemunho acaba sendo um reflexo do testemunho do Cristo.

O pescador da Galiléia foi o primeiro a professar a fé em Cristo. «Tu és o Messias, o Filho e Deus vivo» (v.16). Na fé católica encontramos o fundamento seguro do nosso caminho rumo à comunhão plena e eterna com Deus. A nós também Deus nos pede que confessemos nossa fé, nesse mundo, dentro dessa realidade, de que Cristo é a «pedra angular, a mais importante, o fundamento», o Chefe da Igreja.

A profissão da verdadeira fé em Cristo nos liberta. «Agora sei que o Senhor enviou o seu anjo para me libertar» (v.11a). A Providência de Deus age. Quando nossa missão ainda não terminou nessa terra podemos ter esperança de que em algum momento a mão de Deus nos é estendida.

Pedro foi o apóstolo que teve o maior fervor e amor a Cristo. Na quinta-feira santa ele declara ser desejoso de saber quem trairia Jesus. Santo Agostinho diz que se Pedro tivesse sabido antes dos fatos, ele agiria para defender Jesus. Teria trucidado Judas Iscariotes e causaria uma divisão na comunidade. Por isso, o Senhor não quis revelar.

A comunidade rezou por Pedro enquanto estava na prisão. A tradição da Igreja conta que ao chegar à comunidade, os membros da Igreja o aconselharam a se afastar um pouco, descansar, sair daquela realidade. Ele não quis. Devia continuar na sua missão.

Quando finalmente resolveu ir à Roma, nas portas da cidade Pedro viu Cristo e lhe perguntou: «Para onde vais, Senhor?». Cristo teria respondido para ele: «Vou para Roma para ser crucificado de novo». «Crucificado de novo, Senhor, não!» respondeu Pedro. «Nesse caso, Senhor, eu irei e quero ser crucificado no seu lugar». A tradição da Igreja conta que Pedro ficou tão angustiado e chorou amargamente, como o Cristo no Horto das Oliveiras.

Testemunhas escreveram e relataram o martírio de Pedro. Não quis ser crucificado na mesma posição que Cristo. «Meu Senhor foi colocado de pé na cruz porque desceu do céu à terra, enquanto eu, que Ele se digna a chamar da terra ao céu, devo ser colocado na cruz com a cabeça na terra e os pés voltados para o céu. Não sou digno de estar na cruz da mesma maneira que meu Deus». As últimas palavras de Pedro olhando para o céu, foram: «Foi você, Senhor Jesus Cristo, que eu desejei imitar. Você é tudo para mim. Agradeço a você, por tudo». As testemunhas contam que após a morte de Pedro viram almas que traziam coroas de rosas e lírios.

Timóteo foi uma das lideranças formadas por Paulo. Paulo o considerava como um «filho».

A segunda leitura é considerada o «testamento» de Paulo. Como Pedro ele experimentou Deus como um Deus que liberta de toda a tribulação. «O Senhor me libertará de todo o mal» (v.18).

O apóstolo Paulo foi um homem que fez jus ao seu nome: tinha uma língua frutuosa. Pregou o Evangelho de Cristo da Ilíria a Jerusalém.

Foi também um homem de uma caridade exemplar. «Quem é fraco, sem que eu me enfraqueça com ele?», declara na segunda carta aos Coríntios. E diz mais: «Quando a minha boca abre para falar de Cristo a vocês, meu coração aumenta e bate mais forte».

Foi decapitado após fazer o sinal da cruz na testa e no peito. Lemóbia, uma das mulheres da comunidade que foi testemunha foi até o «Vale dos Lutadores» onde o corpo de Paulo e onde Pedro fora crucificado e viu os dois vivos, trazendo na cabeça coroas brilhantes e cercados de luz.

O Evangelho antecede o anúncio da Paixão do Senhor. No diálogo com seus discípulos Cristo os quer prontos, vivendo como irmãos, numa comunidade. Mas, quer que a fé, que deve uni-los, seja verdadeira.

As opiniões sobre Cristo estavam divididas, como nos tempos de hoje. «Quem dizem os homens ser o filho do homem?» (v.13). Muitos o consideram uma pessoa admirável, excepcional, mestre da vida moral; outros o consideram um revolucionário. Mas, essas considerações a respeito de Jesus Cristo não são suficientes para alimentar a fé cristã. A admiração e o desejo de crer em «heróis» faz parte da nossa necessidade psicológica. Os profetas foram grandes homens, mas, não salvaram ninguém; João Batista preparou os caminhos do Senhor, mas não era o «libertador» que todos acreditavam ser.

Cristo foi e é único e não pode ser comparado a ninguém.

«E vós, quem dizeis que eu sou?» (v.15). Pedro ao responder revela que chegou a hora da comunidade ser independente das suas origens que foi o povo de Israel. Cristo confirma que realmente chegou a hora de se constituir um novo povo para Deus, sendo a sua Paixão o fundamento e a rocha firme, a verdadeira declaração de amor, da graça de Deus. A liderança visível desse novo povo, aqui na terra, será o Papa. Acima dele, a liderança invisível, mas, presente, é o próprio Jesus Cristo. «Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo» lembra Paulo na carta aos Coríntios, no capítulo 3.


Amados irmãos:


A oferta da missa de hoje é especial. Ela é chamada de «óbulo de Pedro». Uma oferta que damos para ser enviada ao Papa que as distribui depois ajudando os povos e países mais necessitados.

As pessoas que testemunharam o martírio de Pedro e Paulo, as colunas da Igreja Católica, contam num encontro, meses antes, ambos se despediram. «Que a paz esteja consigo, fundamento da Igreja, pastor das ovelhas e cordeiros de Cristo», disse Paulo a Pedro. «Vá em paz, pregador dos bons costumes, mediador e guia da salvação dos justos» disse Pedro a Paulo. Morreram no mesmo dia, em lugares diferentes. Sofreram no mesmo dia, para juntos encontrarem o Cristo.

A liturgia hodierna nos convida a celebrar a solenidade de São Pedro e São Paulo; dois homens, duas colunas, dois alicerces, dois gigantes na caminhada da Igreja e que provocaram grandes transformações no mundo.

As vidas de Pedro e Paulo devem inspirar sempre todas as lideranças na Igreja. A Festa de São Pedro e São Paulo é uma oportunidade para que renovemos nosso compromisso com a comunidade, mas, ao mesmo tempo renovemos um compromisso pessoal com a comunidade.

Por isso, celebramos e acolhemos a Palavra de Deus escrita em forma de carta pelo Apóstolo Paulo e dirigida, pessoalmente, às lideranças da Igreja. Assim, tanto a primeira e a segunda leituras realçam o desígnio, a mesma palavra providencial de Deus para os dois Apóstolos. É o próprio Senhor que os orientará para o cumprimento da sua missão, cumprimento este que terá lugar precisamente aqui em Roma, onde estes seus eleitos darão a vida por Ele, fecundando a Igreja com o seu próprio sangue.

Com certeza as palavras de Paulo ao líder da comunidade chamado Timóteo dá o tom geral, o sentido da nossa pertença à Igreja, na nossa meditação de hoje. É uma palavra de intimidade pastoral. «Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé» (v. 7).

Deus age e conduz aquele «momento escatológico» em Pedro. Pobre Pedro... fraco...preso numa cadeia. Espera a morte. É o fim de tudo. O mundo acabou. Pedro é a imagem da fragilidade humana. O Apóstolo deixa que Deus aja como quiser, sem interferir. «As correntes caíram-lhe das mãos» (v.7). Mas, aquele encontro primeiro de Pedro com Jesus mudou tudo! Jesus ao chamar Pedro para integrar o seu grupo de Doze, diz para Pedro que ele não é pobre, fraco, um «aprisionado de vida qualquer», que a vida afinal não é tão complicada assim. Por isso, Cristo chama o homem mais fraco, o mais medroso, de «Cefas» - Pedra, Rocha, pois Deus quer que levantemos e despertemos para o Dia, para a vida, para o alto da montanha! Por isto, Cristo é Redentor!


(Texto: Padre Devair Carlos Poletto - 4 de julho de 2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol

Disco

Motocross

Mario Bross