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domingo, 4 de julho de 2010

A voz do nosso Pároco - atualizações -

13º Domingo do Tempo Comum – Ano C – 27 de junho de 2010
Textos: 1Rs 19,16b.19-21; Salmo 15; Gl 5,1.13-18; Lc 9, 51-62

Meus irmãos:

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!



«Deus é o nosso melhor conselheiro; é Ele que me adverte e mesmo dormindo Ele cuida de mim» (cf. Salmo 15). Com essas palavras em forma de louvor, o salmista transmite aquela tranqüilidade que estamos precisando para dar continuidade à vida. Em meio ao turbilhão de preocupações sentimos alegria e encontramo-nos reunidos para rezar no dia do Senhor - a «Domenica» – o dia da Ressurreição de Cristo! Todos nós precisamos não só uns dos outros, mas, também desse momento maravilhoso de encontro de irmãos; e o mais belo de tudo é que nos encontramos na casa de Deus, na Igreja, em movimento eclesial eucarístico! De um modo misterioso Deus age em nossas vidas, por causa da nossa união em seu Filho Jesus – o Cristo, o «Servo», como diziam os profetas do Antigo Testamento. Diante do amor de Deus ficamos doidos ou santos. São esses dois caminhos: ou a loucura ou a santidade. Loucura por que aceitamos e reconhecemos o Amor Dele ou porque O rejeitamos.

Paulo, o Apóstolo evangelizador e pastor das comunidades das grandes cidades que fale; diante do Filho Deus Ressuscitado o apóstolo fica cego por enxergar a verdade. «As armas e os barões assinalados / que da Ocidental praia Lusitana/ por mares nunca de antes navegados/ passaram ainda além da Taprobana (atual Sri-Lanka. Capital: Sri Jayawardenapura-Kotte)/ em perigos e guerras esforçados/ mais do que prometia a força humana/ e entre gente remota edificaram/ Novo Reino que tanto sublimaram! » (Luiz de Camões. «Os Lusíadas». Canto I, verso I), bem lembrava o grande poeta português. Diante da consciência do Amor de Deus nós precisamos nos encher de coragem e ir avante. «Vai e unge a Eliseu, filho de Safat, de Abel-Meula, como profeta em teu lugar» (v. 16-b), ordena Deus na primeira leitura. Nós católicos hoje precisamos ouvir o chamado de Deus nos atuais tempos; precisamos «ir» missionariamente pelo mundo, com a sabedoria dos antigos patriarcas, com a valentia dos profetas; precisamos agir e interferir mais na realidade da nossa sociedade. Agir não isoladamente, mas, organizados. «Só a ação organizada é transformadora», nos ensinava um grande Bispo de São Paulo cujo nome nos traz uma espécie de inocência angelical, mas, com o odor do sândalo. Deus ensina Elias a ser missionário. O verdadeiro missionário, o verdadeiro agente pastoral, forma e qualifica outros e novos agentes de pastoral. «Elias partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando a terra com doze juntas de bois» (v. 19). Por isso, o autor do livro dos Reis conta que Elias lança o manto sobre os ombros de Eliseu (cf. v. 19-b). Eliseu é um lavrador rico que cuida da terra. Como todas as pessoas verdadeiramente chamadas por Deus, as preocupações com o trabalho e a família surgem, deixando a pessoa meio que em dúvida do próprio chamado. É natural. Os grandes heróis e líderes do Povo de Deus passaram por isso. Num primeiro momento a família é forte resistência ao agir do agente de pastoral. «Deixa-me primeiro ir e beijar o meu pai e minha mãe, depois te seguirei» (v. 20).

A Igreja nos anima, com a 5ª. Conferência de Aparecida, a ser discípulo e missionário de Jesus Cristo na realidade urbana da paróquia; ela nos pede para que sejamos mais atuantes e que confiemos em Deus, pois Ele nos ensina o caminho para a vida (cf. Sl 15, 11-a).

Paulo, na segunda leitura, nos adverte quanto aos perigos do que ele chama de «escravidão». Fomos chamados por Deus para a liberdade (cf. v. 1-b). No contexto da carta aos Gálatas, a escravidão entra na consciência das pessoas pelo rigor e pelo zelo absurdo da religião. Por isso, diz: «É para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai pois firmes» (v. 1-a). Quando bem entendemos a doutrina e os ensinamentos de Cristo nós adquirimos o que Paulo chama de «liberdade» no pensar e no agir em relação às questões espirituais. O que vale mais: a fé ou a Lei? A fé, responde Paulo; mas, a fé agindo por e com amor vale muito mais! Todos os sistemas criados pelo homem podem escravizar ou não a raça humana. Por isso, no mundo a Igreja luta e anuncia o Evangelho para mostrar que a vida humana e o ser humano valem mais que os sistemas. Por detrás das palavras da Lei está, essencialmente, o Amor de Deus. «Com efeito, toda a Lei se resume neste único mandamento:

Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (v. 14).

O seguimento a Jesus é um convite e um dom de Deus; mas, ao mesmo tempo exige de nós respostas concretas, ensina-nos o Evangelho de Lucas. «Ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém» (v. 51-a). Quanto nós tomamos uma «firme decisão» na vida, damos sempre um passo avante. Não importa mais o que vem pela frente: se sofrimento ou alegria.

Lucas diz que os samaritanos, tão amados por Jesus, tornaram-se obstáculos em sua caminhada. «Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém.» (v. 53). Mas, Jesus encontrou outros obstáculos. Vinham dos próprios discípulos, daqueles que conviviam e que eram mais achegados a Ele. A intolerância religiosa. «Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: Senhor queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?» (v. 54). No nosso agir pastoral não estamos isentos de tomar decisões e agir contra os ensinamentos de Jesus e do seu Evangelho.

Lucas não se cansa de apresentar Jesus como peregrino, itinerante, por isso o surgimento destes novos seguidores de Jesus se dá enquanto caminham: «Enquanto iam andando, alguém no caminho disse a Jesus: «Eu te seguirei para onde quer que fores» (v. 57). São seguidores de Jesus aqueles que caminham com Ele pelas estradas da vida, com olhos e coração abertos ao mundo, aos seus desafios, interrogantes, e não precisamente os que permanecem dentro do templo, com as portas fechadas ao que acontece ao redor. Para aqueles que se sentem atraídos a abraçar seu estilo de vida e missão, três são as exigências que o Mestre coloca: «As raposas têm tocas, e os pássaros têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça» (v. 58). Assim como Jesus, o discípulo tem que estar disposto a ter uma vida itinerante, a viver sem segurança nenhuma. «Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos; mas você, vá anunciar o Reino de Deus» (v. 59). A urgência do serviço ao Reino leva a deixar para trás tudo o que seja escravidão ou morte, a nível pessoal e social. «Quem põe a mão no arado e olha para trás não serve para o Reino de Deus» (v. 61). O seguimento é sério e comprometido, porque a causa do Evangelho assim o impõe. O que se tem entre mãos é a construção de um mundo novo onde reine justiça e igualdade entre os seres humanos.

Jesus coloca estas exigências, ciente de que seus seguidores não são super-homens, nem supermulheres. Conhece suas fraquezas, assim como a capacidade que cada um tem para amar como Ele. Mas, sobretudo, Ele sabe por experiência que o Pai sustenta a cada um com seu amor, e nunca os abandona. Por isso, o mesmo evangelista Lucas coloca na boca de Jesus este encorajamento aos seus seguidores: «Não tenha medo, pequeno rebanho, porque o Pai de vocês tem prazer em dar-lhes o Reino» (Lc 12, 32).

Irmãos: Deus nos ajude e nos fortaleça na caminhada. Sejamos firmes e decididos na construção de um mundo mais justo e fraterno. Quando estava prestes a morrer São Francisco de Assis escreveu uma carta para todos os governantes e políticos da época. Ele dizia na carta: «Ouço, vindo de todos os lados, 2 clamores que sobem até o céu. Um, é o brado da Mãe Terra terrivelmente devastada. E o outro, é a queixa lancinante dos milhões e milhões de nossos irmãos e irmãs, famintos, doentes e excluídos, os seres mais ameaçados da criação». Parece que foi escrita ontem essa carta. Tão atual.

Dia 2 de julho de 2010, sexta-feira que vem, é dia de São Tomas Morus, patrono dos governantes e dos políticos. Peçamos a Deus para que neste ano eleitoral o povo brasileiro consiga ver e enxergar a realidade e a votar com consciência.
(Texto: Padre Devair Carlos Poletto - 27 de junho de 2010)

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